Capítulo 3 Gabriel se aproxima de Kate.

Algo novo estava surgindo, coisas novas estavam começando a nascer.

- Fiquei sabendo que seu aniversário será no sábado, não devia rejeitar a festa que querem dar a você.

- Acho que você me fez mudar de ideia. Kate lembrou-se do que Kristen disse a ela sobre o filho de seus vizinhos, a presença dele a fazia bem, perto dele ela conseguia superar a si mesma, e ser uma pessoa melhor.

– Me fale mais de você.

- Tenho vinte e oito anos, sou oceanógrafo, estudei fora, no começo foi ruim me acostumar, agora estando longe sinto saudades de estar lá, faz três meses que voltei, estava trabalhando em parques aquáticos, estou atrás de uma promoção melhor, se conseguir um emprego em alguma ONG (Organização Não Governamental), me mudo novamente, mas e você?

- Acho que não existe muita coisa que não saiba sobre mim, o que seria um oceanógrafo?

- A oceanografia seria ou é, a ciência que investiga características de oceanos, mares, lagos e zonas costeiras sob todos os aspectos, de sua descrição física até a interpretação dos fenômenos que neles verificam, além de sua interação com os continentes e com a atmosfera. O oceanógrafo pesquisa animais e vegetais, o ambiente e os processos marinhos. Coleta, analisa e interpreta informações sobre as condições físicas, químicas, biológicas e geológicas dos ambientes aquáticos. Analisa a composição da água de rios, lagunas e estuários e atua em projetos de saneamento de áreas costeiras, desenvolve técnicas de exploração dos recursos naturais e minerais dos mares e avalia os efeitos das atividades humanas sobre o ecossistema. Também surpervisiona  o cultivo de organismos aquáticos em cativeiro. Podem atuar tanto no setor público quanto no privado e em ONGS que trabalhem diretamente com a questão da preservação ambiental.

Kate bocejava enquanto ouvia ele explicar, mas tentava prestar atenção. Sentados eles começam a trocarem olhares, ele pega a mão dela e aproveita para dar um beijo em sua testa.

- Você é linda Kate. Ele a encarava como se estivesse buscando respostas em seu olhar, ele resolve colocar uma mão sobre seu rosto, ela se move, devagar, ela retira a mão dele da sua face.

- Tenho que ir.

   Ele tentava se aproximar, mas ela o fechava em labirintos, que  a cada vez se tornavam ainda mais difícil a sua aproximação.

- Kate quero um abraço seu bem forte.

- Por que?

- Abraçar não dói, muito menos machuca ou mata, qual foi a última vez que você ouviu “alguém morreu repentinamente, porque abraçou a outra”?, sua mãe mesma publicaria uma matéria no jornal, caso isso tivesse acontecido alguma vez, não acha?

- Tudo bem – ela respondeu envergonhada.

- Vamos voltar, me fale porque está me afastando de você?

- Sou assim mesmo. As pessoas te usam, se aproximam e o pouco que conhecem sobre a  gente, faz com que inventem histórias baseadas no que elas pensam. Traem sua confiança e depois vão embora, por isso prefiro estar só.

- Entendo, mas você não me conhece, posso não ser como você disse “as pessoas”, sou apenas um. Te vejo à noite na sacada.

  Ela estava decidida a ficar só, qualquer pessoa pra ela não fazia significado algum e eram todas iguais. Durante a noite ela pensou em abrir a janela que dava de frente com a rua, Kate ficou olhando as estrelas, a lua, nenhum outro ruído lá em baixo, nenhum movimento, nada, tudo estava imóvel paralisado e muito quieto. Ela voltou pra cama e se cobriu, todas as noites que passavam, Kate tinha pesadelos em que era perseguida por um homem alto, sempre saia correndo atrás delas. 

      Na manhã seguinte, acordou mais cedo e tinha uma correspondência destinada a ela, e dizia:

Querida Kate

     Fiquei esperando você aparecer na sacada, mas vi apenas reflexos na janela, eu não vou invadir seu espaço, nem tomar ago que não é meu. Foi bom demais te conhecer, você é incrível. Se olhasse para trás iria ver que, nem tudo o que é deixado pelo outono são folhas secas, ás vezes existe uma única rosa que precisa de cuidado para sobreviver.

                                   Gabriel Willians.

   Ela começou a estremecer, caiu algumas gotas de lágrimas ao chão. Algo estava mudando, e ela pedira a Deus para que não deixasse ela a voltar a amar alguém, pois já tinha sido destruída pelo falso amor. Era algo inevitável, não dava  para lutar contra, e ela não era forte o bastante para impedir isso.

***

  No final daquela tarde, ele foi buscá-la em seu trabalho, mas ela preferia mesmo andar a pé.

- Porque veio me buscar?

- Entra – ele pede. - Só queria passar mais tempo com você. Ela fica em silêncio e vai se virando devagar, e acaba fingindo estar dormindo.

 – Chegamos – avisou ele.

 Ela não fazia qualquer movimento, ele estendeu seu braço direito devagar, começou a deslizar sua mão sobre os cabelos dela, ela acorda e começam a se olharem, ele a beija. Ela se afasta, abre a porta e o agradece pela carona. Kate não caminhava mais até a sacada, nem saia para fora, para tentar afastá-lo.

***

- Eu preciso falar com você – disse Gabriel entrando ás pressas na sala.

- Entre, o que é tão importante?

- Não quero te assustar, mas também não quero ver você se afastando de mim! Eu não consigo ficar longe de você, não vou brincar com você e quero ser seu namorado, se disser que não, eu vou embora e respeitarei sua opnião.

- Eu não sei o que dizer, nem chegamos a conversar sobre isso, foram apenas alguns dias que estamos nos falando.

- Kate responde sim ou não.

- Sim – ela respondeu. Rapidamente levantou-se do sofá para abraçá-lo.

- Não fiz nada escondido, já tinha falado com seus pais.

Ela sorriu.

- E deixaram você pedir minha mão?

- Deixaram sim, estou aqui – ele piscou. – Quer ver as estrelas do lado de fora? A noite está linda.

- Quero sim.

Aquela atitude mudaria suas vidas para sempre, principalmente a vida de Kate. As duas famílias estavam ainda mais unidas, algumas vezes Emma e Kim mencionavam sobre planos futuros que poderiam envolvê-los. Kate era curiosa e buscava ao máximo saber de tudo quanto fosse possível, mergulhada em intensas pesquisas ela pode ouvir o som da voz de seu amado.

- Ei, o que está fazendo?

- Estudando.

- Hm, vamos sair pra comer alguma coisa.

- Que tipo de coisa? – Ela perguntou curiosa.

- Ainda não sei, por isso não especifiquei – Ele brinca.

- Não sei.

- Pensa assim, o que é melhor, eu sair com meu namorado ou passar o resto da noite, ou melhor desta noite maravilhosa sentada numa poltrona dentro de uma biblioteca?, pense.

- Você também heim.

- Eu o que?

- Me deixou sem saída.

- Então senão vai se decidir, eu mesmo decido por você, me dê sua mão, vamos.

***

- O que fez você mudar de ideia?

- Perdão, mas não entendi o que você quis dizer.

Ele fala confuso.

- Estávamos juntos, depois você foi embora sem dizer nada, só me agradeceu por ter te buscado.

- E? 

- Eu quero saber o motivo que o fez mudar de opinião.

- Simples, Deus nos presenteia com coisas surpreendentes,  e devemos cuidar do que Ele nos dá.

- Uau!

- O que foi?

- Sou um presente de Deus em sua vida?

- Não tenha dúvidas, mas em resposta você é sim.

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