Acordei em um lugar escuro, tento me situar e caio da cama quando fico em pé alguém abre a porta e liga a luz, é o deus grego, como se chama mesmo? Call isso esse é Call e o outro acho que Mike não tenho certeza.
Call já entra me provocando e não posso acreditar quando ele supõe que sou uma acompanhante, eu uma garota de programa? Ai que raiva que fico, toda a beleza dele não é o suficiente para abafar minha irritação, mas ele é mais forte do que eu, então apenas posso acertá-lo com minhas palavras, mas estou cansada para discutir, vou ao banheiro e procuro me acalmar, lavo meu rosto e volto a ser eu mesma, tirando o fato de estar de uniforme, prefiro meu rosto lavado e cabelos soltos.
Assim que saio do banheiro a senhora de preto entra acompanhada de mais dois homens, me aponta a cadeira próxima a mesa.
- Sente aqui Irina e coma – fala me oferecendo um sanduíche e suco - Muito bem vamos lá então\, Irina Sharapova\, filha de Judith Sharapova\, pai desconhecido\, em 27 anos\, mãe falecia a três anos e meio vítima de uma bala
perdida, você trabalhava em uma floricultura e em uma lanchonete, sua mãe costureira, seu padrasto Augusto Clark, um americano deplorável que viveu por muitos anos as custas de você e sua mãe e quando ela morreu tirou tudo de você até o mísero centavo que você e sua mãe pouparam com muito esforço, foi traída por sua amiga e
seu namorado e a três anos trabalha como atendente no cassino que a encontramos hoje. Esqueci de alguma coisa?
Enquanto Elis narra minha história sinto tristeza e raiva ao mesmo tempo, tristeza porque me lembra a forma cruel que minha mãe foi tirada de mim e raiva de como me tornei miserável depois disso.
- Conheço minha história senhora\, não precisa relatá-la a mim\, afinal sou a protagonista dela. Quem sabe a senhora me diz quem é já que sabe tudo sobre mim e eu nada sei sobre vocês.
- Seria melhor não saber quem somos mas dado as circunstâncias não vejo outra alternativa. Eu sou Elis Kurwell\, esse é meu marido Jeen Cartter\, esse é Call Tanner e aquele perto da porta Mike Duran. Somos a Máfia Kurweel\, já ouviu falar?
- Não senhora não sei que vocês são – falo olhando em seus olhos\, não tenho porque mentir não tenho ideia de quem são.
- Meninos saiam – ela ordena\, nenhum deles reclama apenas o rapaz que ela apresentou como marido chega ao perto dela e sussurra em seu ouvido ela olha para ele e tenho a leve sensação de um sorriso se formar no canto
de sua boca.
- Agora que estamos sozinhas vamos conversar – continua falando enquanto arrasta minha cadeira para ficar de frente para ela\, ela senta e segura meu rosto para que eu olhe dentro de seus olhos – vamos conversar e quero a
verdade, sabe agora quem somos e mesmos não sabendo nada sobre nós pode imaginar o que posso fazer se tentar mentir param mim.
- Não tenho porque mentir para a senhora.
- Certo\, me conte exatamente o que aconteceu hoje.
- Comecei meu turno as 21h com todos os dias\, no meu tablet estava minha escala\, atender exclusivamente a sala 7\, logo em seguida o pedido das bebidas\, separei e as levei\, lá eu servi e entreguei.
- Diga-me exatamente como era o pedido.
- Vinho Alma Negra M Blend\, champagne Barons\, whisky Jack Daniels\, conhaque Hennessy.
- E você arrumou o carrinho de bebidas e taças?
- Sim é sempre nós que… Espera\, não\, não pode ser.
- O que aconteceu? O que lembrou?
- Andrew\, ele me ajudou arrumar o carrinho\, ele arrumou as taças\, mas ele não\, ele não faria nada de errado.
- Esse rapaz é Andrew? - fala enquanto me mostra uma foto\, confirmo com a cabeça e ela me mostra o vídeo de segurança onde Andrew coloca algum líquido no copo de whisky.
- Você sabe quem ia tomar o whisky\, Irina?
- O senhor que acompanhava vocês\, o que convulsionou.
- Sim ele que tomou\, mas o pedido foi feito por Jeen\, ele beberia o whisky\, o outro homem que morreu envenenado\, a princípio\, tomaria conhaque. O que me faz presumir que era Jeen o alvo e não quem realmente morreu.
Enquanto ela fala minha cabeça gira, Andrew parecia ser meu amigo porque ele fez isso comigo.
- Irina parece que você não esperava ser traída novamente\, mas quero que saiba que acredito em você\, na verdade não sou mulher de fazer rodeios\, eu acredito mesmo é nas provas\, e você foi apenas um bode expiatório
que usaram. Alguém alterou sua escala de trabalho porque era para você atender no bar inicialmente e foi mudado para a nossa sala minutos antes de começar teu turno então nada tem contra você, nosso foco agora é Andrew.
- O que vai acontecer com ele?
- Agora nada porque ele é apenas a ponta final dessa trama quero pegar o mandante disso.
- Então estou livre? - falo sentindo uma pontinha de esperança.
- Então aí é que está o problema\, não posso deixar você simplesmente ir embora\, a pessoa que está por trás disso deve saber como eu sou\, que não deixo ponta solta e para eles eu já te matei\, se deixar você voltar a viver sua vida como antes corre o risco de matarem você\, na melhor das hipóteses\, mas podem fazer coisas muito pior para tentar descobrir algo que possa usar contra nós.
- Mas eu não sei nada sobre vocês.
- Mas eles não verão assim.
- E o que vai acontecer comigo.
- Você virá conosco para Moscou\, sei que mora sozinha em um apartamento alugado e que quase nada tem nele. Poderá fazer uma lista de alguns itens que seja importante para você\, mas não muitas coisas\, nada de roupas ou
itens do dia a dia, isso darei para você, porque se suas coisas sumirem irão suspeitar. Me diga agora o que quer que traga porque dentro de duas horas estaremos indo para Moscou.
A única coisa que me importa é o álbum de fotos onde guardo as melhores recordações minhas e de minha mãe.
- Então quero apenas um álbum de fotos\, ele é pequeno e sua capa é de couro marrom\, está na gaveta da penteadeira.
- Certo\, vamos pegá-lo agora mesmo e realmente não precisa se preocupar com mais nada\, não deixarei faltar nada a você - Ela sai e Call entra e me entrega uma sacola\, nela tem um conjunto de moletom azul marinho\, um
conjunto de lingerie preta, um par de meias e um tênis branco.
- Acredito que seja do seu tamanho\, se troque e me alcance suas roupas.
Entro no banheiro, tiro meu uniforme e alcanço a ele pelo vão da porta.
- Eu disse toda a sua roupa\, isso inclui\, calçado\, meia e lingerie.
Tiro tudo e coloco na sacola que ele me trouxe as outras roupas, aproveito e tomo uma chuveirada preciso disso para relaxar um pouco, algo me diz que nunca mais voltarei a viver a minha antiga vida, então choro, a última
vez que chorei foi quando enterrei minha mãe e nada mais havia feito eu chorar, mas agora as lágrimas simplesmente insistem em descer.
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Lena Macêdo E Silva
o que não nos mata, nos fortalece 🙄🙂😉💔💗💖
2023-11-04
4
ana
💘💘💘💘💘
2023-05-27
0
Sissi81
😔😔🙏🏼🙏🏼relendo pq gostei da história.
2023-02-07
0