Heloísa
Viro-me para sair e sou impedida, Murilo segura no meu braço me fazendo voltar para ele. Volto tão bruscamente que acabo a tocar no peito dele com as minhas mãos em uma medida de conseguir frear a mim mesma.
Ele olha-me de maneira firme e o seu olhar gela-me de uma forma que me deixa perdida e sem reação. Ainda na mesma posição, de frente para ele, as suas mãos uma, no meu braço e a outra na minha cintura, eu tocando o seu peito e próxima... próxima demais! Tento elaborar uma frase coerente, mas ele assim o faz, antes de mim.
— Senhora, Penso que ainda não se deu conta que acidentes de trânsito possuem passos a serem trabalhados… e em ordem.Ele diz de forma lenta e até mesmo sedutora.
— É.. (Tento concentrar-me, essa batida deve ter mexido com o meu cérebro, só pode. Eu nunca fico sem reação para nada). Sr. Murilo, pode soltar-me por favor? Creio que qualquer passo a ser dado, em ordem -repito a última frase imitando como ele falou- não precisa ter tamanha proximidade.
— Imagino que deveria ter pensado nisso antes de se voltar para mim com tamanha força. Ou está testando diversas formas de atropelar-me?
Lembro-me que de fato me virei muito rápido e afasto-me, pois esse homem me deixa sem reação e, ao mesmo tempo, com uma raiva dele sem fim por querer controlar a situação.
— Bom, vou verificar como está o atendimento da minha amiga. Irei acompanha-lá ao hospital. Já autorizei a equipe de agentes viários a deslocarem o meu carro para liberar o trânsito. Sugiro que faça o mesmo e ligue-me quando possível. Até mais, e desculpe-me por tudo.
Ele acena que sim com a cabeça, elegante e másculo! Em outras horas, esse homem poderia até me atrair.
— Era exatamente isso a que me referi quando lhe disse sobre os passos a seguir. Até mais Senhora Heloísa, fique com o meu cartão e ligue-me quando pudermos resolver a situação ou caso precise de algo para sua amiga.
— É Senhorita, e obrigada. Ligo assim que possível.
Viro-me e saio em direção a minha amiga que é colocada na ambulância. Pego as nossas bolsas e objetos de valor e entro com ela para acompanha-la e dar toda a assistência necessária.
Entro na ambulância e Aika está com um sorriso travesso no rosto e pergunto-me o que pode estar pensando uma pessoa que acaba de sofrer um acidente que a deixe com um sorriso no rosto.
— Que bom vê-la bem, fiquei com tanto medo quando lhe vi desacordada. Não sei o que seria de mim caso algo acontecesse a você.
— Pare com isso, Helô. Eu que tirei a sua atenção perdoe-me. Prometo não colocar um som tão alto da próxima vez.
— Tão alto? -gargalho com a frase despretensiosa dela- Então ainda quer ouvir música alta e tirar a minha atenção?
— Bom, não foi nada mal acordar com aquele Deus grego me chamando. Única coisa ruim foi vê-lo de terno e pensar que não havia ido para o céu. Imagina o meu desespero?
Ayka fala rindo, mas põem a mão na cabeça devido à dor que sente. Eu não consigo conter-me e dou um leve sorriso da graça dela, mesmo estando machucada.
— Penso que você bateu a cabeça com força demais, homem autoritário e mandão. Não ouvia nada do que eu dizia e queria fazer o contrário.
— Olha, enfim um homem que não tem medo de você. Já gostei dele.
Chegamos no hospital e levaram a minha amiga para os exames de rotina em casos que a paciente tem algum trauma com a cabeça. Organizo a parte burocrática da entrada dela no hospital e após isso aguardo na sala de espera.
Uma hora depois ela volta, com um curativo novo e dizendo estar tudo bem, que nenhum exame de imagem detectou nada.
— Agora, vamos para casa, por favor! Já liguei para nossos chefe e avisei do acidente. Digo auxiliando ela com os braços.
— Vamos, realmente preciso descansar.
Pedimos um Uber e seguimos em direção a nossa casa.
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Atualizado até capítulo 109
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