Um túmulo vazio

Oie pessoas lindas!

Nem deu tempo de sentir saudades né? Não pude esperar tanto para dar seguimento á essa história.

Preciso reforçar que este livro é de minha Autoria e Plágio é crime previsto no artigo 184 do código penal 3, com punição que vai desde o pagamento de multa até a reclusão de quatro anos, dependendo da extensão e da forma como o direito do autor foi violado.

Amores, preciso lembrar também que este livro possui conteúdo Sexual, violência, torturas, rituais de magia e gatilhos emocionais que podem trazer à tona traumas já vividos. Nossa intenção nunca foi machucar pessoas, pois viemos à esse mundo para curar. Sermos luz e amor em meio à terríveis trevas.

Então, caso tenha algum problema quanto a tudo que foi mencionado, quero pedir que não prossiga com a leitura.

Esse livro trata de uma história cheia de pecados e redenção. Onde através do amor e do propósito divino, almas podem ser salvas.

O amor ainda é capaz de transformar tudo em nosso mundo físico e espiritual. O amor ainda reconstrói. Mas primeiro, é necessário sobreviver ao processo.

Á você meu querido leitor, desejo que nessa trajetória, continue lutando para sobreviver ao seu processo.

Kisses :)

 

~Kate

A incredulidade me atinge quando o reconheço, assim como milhões de perguntas me deixam zonza.

Homero é um homem culto, claramente experiente e isso impõe respeito. Eu o respeito, porque sempre se mostrou cordial e sábio, também por parecer demonstrar certo carinho quando se tratava de minha família. Ele me ajudou por muitos anos.

Não sei como cortar o silêncio que se instala.

— Sei que está confusa agora. — Ele diz caminhando até o banco onde deixou o que agora reconheço como uma bandeja e um manto, e os pega trazendo em minha direção — Prometo sanar todas as suas dúvidas, mas por ora precisa se alimentar. Não sei como seu corpo irá reagir nesses primeiros minutos.

Olho para o objeto contendo bolo, pães e uma garrafa de suco.

Meu estômago se contorce.

— Não quero comer, quero respostas — Retruco me movendo para descer daquela cama fedida.

Dou um salto e me ponho de pé, mas minhas pernas fraquejam e sinto tontura cambaleando. O que faz meu psiquiatra me segurar firme com o movimento de uma única mão.

Devo estar fraca demais, pois ele me puxa quase me arrastando para o primeiro banco da fileira e eu não sinto meu corpo se locomover. Ele joga o tecido pesado sobre mim, percebo ser um manto igual o seu.

Nem sabia que sentia frio até o tecido quente deslizar por meus braços e costas. Uso o cadarço para amarra-lo próximo ao meu pescoço.

Estamos em uma capela, sei agora, não qualquer uma, mas a capela onde velamos Olga e meus pais. A capela Santa Luzia. E o tapete de flores no qual estava deitada, percebo agora ser um altar onde os corpos são velados.

Como se pudessem deixar a passagem mais confortável e feliz.

Vasiliev me coloca sentada e põe a bandeija em meu colo.

— Posso obriga-la a comer, se preferir.

Sua voz dura, mas ao mesmo tempo respeitosa me faz engolir seco, lembrando de uma certa figura bruta que diria a mesma coisa.

Não quero desafia-lo. Então pego um pedaço de pão e mordo. Ele me observa e não faço ideia do que ele está fazendo comigo aqui.

— Vou comer, mas preciso que responda minhas perguntas.

Homero Vasiliev sempre foi meu psiquiatra, desde que saí do hospital e precisava de acompanhamento por demonstrar estresse pós-traumático aos 9 anos.

— Quer que eu comece por onde, Senhorita Kate?

Sempre me chamou assim desde que eu era criança, senhorita para lembrar das formalidades do consultório e de sua posição como Doutor e Kate, para não soar tão formal e careta quanto deveria.

Sempre achei agradável. Um contraste e equilíbrio perfeitos.

— Comece com, como vim parar aqui?

Ele analisa a pergunta e pensa cautelosamente em como responder.

— Havia perdido seu rastro três dias antes de te encontrar numa casa perto do lago Mirror Lake. — Ele diz devagar, como se pensasse em cada palavra de forma cuidadosa — Toda a polícia de NH estava á sua procura quando seu vizinho denunciou seu sumiço e dos amigos seguranças. A busca deles não parava, assim como a minha.

Penso em suas palavras e meus olhos enchem de lágrima ao imaginar Kevin em desespero me procurando.

— E como me achou?

— Estava rastreando os Filhos de Anaque. Não foi difícil, porque você era o alvo deles. — Sua voz muda para um tom duro — Aqueles animais jamais desistiriam de terminar o que haviam começado.

Franzo a testa.

— Pera ai, como sabem quem eles são? — questiono surpresa.

Ele me encara sério. Homero sempre foi um homem sério, por isso a maior parte de suas rugas se concentra em sua testa.

— Você precisa saber— Diz dando uma pausa para continuar — Que sou um Ancião da Ordem Semyta.

De queixo caído eu fico, muda como se um gato tivesse comido minha língua. Homero um ancião? Como?

— Sou Líder de uma das famílias que lideram a Ordem. Não sou americano.

Quero rir, mas não é por achar graça. Estou com raiva.

— Isso todo mundo sabe. Seu tamanho, voz e ate seu nome dizem “Eu sou Russo”.

Ele dá de ombros á minha ironia.

— Porque nunca me falou nada sobre isso? — Questiono — Porque todos esses anos não me disse que eu era uma Semyta? Seja lá que droga isso seja. E porque eu nunca soube quem você era?

— Seus pais fugiram da Ordem quando souberam de sua gravidez. Ninguém além deles sabia. Eles queriam cria-la como uma Antisemyta — Ele coça a cabeça como se lembrar exigisse força — E quando descobrimos sua existência, Máximus precisou que alguém abdicasse de seu posto para verificar a veracidade da informação.

Ele dá uma pausa para mim assimilar. Lembro do Filho de Anaque mencionar um Ancião velhote. Homero não era velho, apesar de sempre usar a barba por fazer. Era consideravelmente charmoso na forma ereta de andar e como movia as mãos quando gesticulava. Um ancião era assim, então? Será que havia uma regra física para ser um Ancião? Todos eles são psicólogo?

— Porque meus pais fugiram?

— Sua mãe era uma Anciã que desertou. Havia se apaixonado por um humano e engravidado. — Sinto uma ponta de pesar quando fala essa parte — Helena era da família Real e quando se rebelou contra a Ordem, foi um choque para todas as famílias. Não poderia casar com alguém de fora. Nosso dever é manter a linhagem pura. E diante de toda a rejeição da Ordem por seu pecado, ela decidiu se desligar.

Suas palavras são absurdas, falando de uma mulher que eu não fazia idéia que tinha existido.

Minha doce mãe, se rebelar? O que era aquela Ordem? Um tipo de civilização? Grupos de ódio, tipo movimentos ativistas? Minha mãe havia fugido por se apaixonar por meu pai e os dois haviam morrido. Parece um clássico fatal de Sheakspeare.

— Quando um Ancião ou qualquer descendente de sangue puro escolhe sair, ele abdica de toda proteção que oferecemos. Mas precisávamos conferir se a criança realmente existia. E quando soube que você havia nascido um membro da Ordem visitou seus pais e tentou convencê-los de viver nos limites da nossa proteção.

Ele para e respira fundo. Acho que nunca o vi falar tanto. Nossas sessões se resumiam em uma palavra dele a cada texto que eu dizia. Era sobre uma palavra sua ser gatilho emocional para desbloquear uma Katherine tagarela.

— Eles não aceitaram. — digo, nem precisando saber disso. Os Filhos de Anaque deixaram claro que a escolha de meus pais haviam causado tanto sua própria morte, quanto a de Olga e todo o resto.

— Não.

— Olga era realmente a minha tia?

Ele hesita e eu tenho receio da resposta, embora ela seja óbvia.

— Não. Apenas a cúmplice de seu nascimento. Seus pais deram um jeito de não ter nascido em uma maternidade. A mulher apenas havia feito o parto.

E se Olga não era minha tia biológica, Jess também não era minha prima. E toda a minha vida era uma grande novela, comigo como protagonista e sendo a última à saber.

— Porque só agora pude saber de sua existência? Sobre a Ordem e os Sentinelas?

— Seus pais queriam criar você fora de tudo relacionado á nós. — Ele caminha até sentar ao meu lado, cruzando uma perna sobre a outra e ficando de frente pra mim. Mantenho-me imóvel. Só havia conseguido comer um pão até agora.

Homero continua:

— Quando seus pais rejeitaram nossa ajuda. Não podíamos mais fazer nada. Até que... — Ele faz uma pausa e eu o encaro. — Aconteceu o acidente.

Eu entendo. Não foi acidente. Sentinelas havia matado meus pais.

— O conheci quando voltei do hospital.

Lembro nostálgica.

— Quando soubemos, a Ordem se reuniu para decidir o que faríamos com o corpo dela e com a criança mestiça. — Sua voz fica embargada — Eu me ofereci para o trabalho.

Eu o analiso ficar cabisbaixo. Mas não está tão na cara. Só aprendi alguns truques com anos de terapia. E agora, consigo lê-lo melhor do que antes.

— A enterramos no Cemitério de NH.

Ele fica em silêncio por um minuto inteiro. Respeito isso, pois não entendo suas motivações.

— Levamos seu corpo para o Cemitério da Ordem.

— Impossível, eu mesma a velei nessa capela. — Digo exasperada.

— Permitimos que fosse enterrada como os humanos, mas levamos seu corpo em seguida e o enterramos no limite de nossas terras.

— Quer dizer que todos esses anos eu vim e trouxe flores para um túmulo vazio? Rezei por suas almas e chorei para uma caixa de mármore oca? Tá de brincadeira comigo!

Estou indignada e enjoada com o crime que cometeram de mexer com o corpo de minha mãe depois de morta. Até isso tiraram de mim. Até meu luto havia sido vazio, uma mentira.

Cada vez que ele me revelava mais, com mais raiva dessa Ordem eu ficava.

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