A noite com Paulo foi maravilhosa, ele parecia meio aéreo no início da noite mas logo se soltou, ele deve estar preocupado comigo, eu poderia ter aceito a ajuda dele, mas e depois como eu pagaria a ele? Só estaria adiando o problema ao invés de resolver absolutamente.
Assim que chego em casa às seis da manhã, vou direto pro meu quarto e visto um baby Doll fino e confortável, retiro o excesso de maquilhagem e volto a dormir. Já passava das dez da manhã quando ouvi a campainha tocar incansavelmente, cubro a cabeça com o travesseiro na tentativa em vão de abafar o som.
Marta
Marta levanta da cama, ouço os passos dela pela sala e volto a cochilar, ela desce as escadas e vai até a porta do andar debaixo, abre a janelinha antes de abrir a porta e vê André.
- Pois não, em quê posso ajudar? - pergunta desconfiada, não é costume recebermos pessoas desconhecidas e tão bem vestidas no domingo em nossa casa.
- Estou procurando Daiane Martínez, ela está em casa? - ele pergunta tirando o óculos e colocando na gola da camisa.
- E quem é você?
- André Sanchez! Vim em nome do senhor Carlos Maldonado, ela deve já saber quem ele é, posso falar com ela?
- Claro! Por favor não reparem minhas vestes, eu estava dormindo, pensei que fosse minha vizinha por isso não coloquei uma roupa.
- Jamais faria isso, um cavalheiro não deve reparar numa dama, principalmente se ela não está com roupas adequadas. - ele falou como um verdadeiro cavalheiro, uma coisa que não se vê mais hoje em dia.
- Se é assim, por favor entre. - ela fez gesto para que ele subisse na frente, ela não subiria na frente, deixando o cara ficar olhando para sua bunda de fora. - Sente-se vou acordar-la.
Estou tendo uns flash da noite passada com o Paulo, quem diria que ele consegue extrair o desejo sexual de uma mulher com a boca e a língua. Ouço alguém me chamando e sou tirada dos meus devaneios por Marta.
- Daiane? Acorde Daiane. - disse ela puxando o travesseiro do meu rosto.
- O que foi? Que desespero é esse, a casa está pegando fogo? - falo tentando abrir os olhos para enxergá-la.
- Não! Eu acho que é pior do que isso. - ela fala bem séria, agora estou preocupada, começo a me sentar na cama.
- O que foi? - pergunto já assustada.
- Tem um rapaz na sala procurando por você, ele disse que veio a mando do senhor Carlos Maldonado. Pelo amor de Deus, não me diga
que é o empresário do qual você me falou.
- Sim! Mas por quê ele está aqui? O Carlos não me ligou nem falou nada sobre ter sido escolhido. - eu estava surpresa, assustada e
nervosa, não sabia o que fazer. - É melhor vermos o que ele quer.
Saio da cama no mesmo instante, não dou importância para o que estou vestindo, estou preocupada demais para me preocupar com roupa nesse momento. E o encontro sentado no sofá da sala, com as pernascruzadas, todo sorridente como se já nos conhecêssemos.
Ele nos olha fixamente paradas no meio da sala, seu sorriso é enigmático, só depois de alguns segundos eu percebo que seu olhar é
por causa do que estamos vestindo. Ou melhor dizer, do que não estamos vestindo.
- Queria falar comigo? - pergunto um pouco desconfortável.
- Sim, senhorita! Eu sou o André Sanchez, vim a mando do senhor Carlos Maldonado. Será que podemos conversar a sós? - nesse
momento ele fica sério ao falar.
- Se tem haver com a loucura que ela fez, então meu querido você pode falar na minha frente, porque entre nós não há segredos. - disse Marta, o seu tom de voz indica que ela está ficando furiosa.
- Não se preocupe, ela é bem discreta. - falo pra acalmar a situação, já que ninguém podia saber.
- Se é assim. Meu amigo Carlos se interessou bastante pelo seu perfil, e por isso ele a escolheu, veio resolver as coisas com você primeiro, ela só chegará na segunda a noite, o agenciador disse que você desistiu do trabalho, mas preferi vir pessoalmente falar com você.
- O Paulo falou isso pra você? - pergunto indignada com o que ouvi. - Quando foi isso?
- Ontem pela manhã! Ainda estava no aeroporto esperando pra embarcar. - ele me respondeu de um jeito confuso, como se quisesse entender por que eu estava brava.
- Mas que filho da mãe, ele não me falou nada, bem que eu achei ele estranho ontem a noite.
- Você o conhece a muito tempo?
- Somos amigos de infância, não o via há três anos.
- Não importa, ele disse a verdade, ela não vai aceitar o trabalho. - disse Marta decidida.
- Diga o que você quer pra mudar de ideia, tenho certeza que ele dará o que quiser.
- Ela não está à venda cara, ela não vai a lugar nenhum desista.
- Marta já chega! - eu a interrompo. - Me desculpe por isso André, não é verdade eu não desisti, nem tão pouco falei para o Paulo que havia desistido, estou surpresa com o que o Paulo falou, mas com ele eu resolvo mais tarde.
- Então ainda está disposta ao trabalho?
- Não Daiane, você não vai, ficou doida mulher?
- Já falei que vou. Eu mesma quis fazer isso, se ele me escolheu não vou voltar atrás.
- Se você for, eu vou com você e ponto final.
- Marta, você sabe que não pode ir.
- Eu vou, se eu não for você não vai e ponto final, eu não vou deixar você sair daqui, pra ficar duas semanas fora de casa, ainda mais com um estranho, nem sabemos quem é esse velho babão.
- Carlos não é velho, ele tem 36 anos.
- Não tô nem aí, ainda não deixou de ser um completo estranho. Eu vou com você, nem que tenha que vender o carro depois, mas daqui você só sai comigo. - ela disse decidida e sua palavra é lei.
- Desculpe André, preciso pensar um pouco.
- Preciso fazer uma ligação, vou tentar resolver esse problema da melhor maneira possível. Só um momento, preciso ver o que o Carlos acha disso.
Nós vamos pra cozinha fazer café, fique a vontade. - pego na mão de Marta, sai puxando ela pra cozinha.
- Eu não acredito, que o Paulo não me falou nada. - falo irritada.
- Verdade. Ele teve tempo suficiente para te alertar, ele deve ter seus motivos.
A curiosidade estava me matando, queria ser uma mosca para saber o que ele tanto fala e rir. Minutos depois o vejo fazer uma nova ligação, e em seguida , guarda o aparelho no bolso da frente. Ele se senta novamente e lhe ofereço café, sentamos ao lado dele pra saber o desfecho desse problema "Marta".
- O Carlos não vê problema nenhum, a sua amiga pode vir conosco.
Liguei para o resort para reservar um quarto por conta dele, mas não há nenhum vago, se quiser ligo novamente pra você Marta tirar suas dúvidas, nesse caso só há uma solução, claro se você concordar.
- Qual? - ela pergunta arqueando a sobrancelha em desconfiança.
- Podemos dividir o quarto, você pode ficar hospedada comigo, não precisa pagar nada, não se preocupe que eu não estou oferecendo ajuda em interesse de alguma coisa.
- E o seu quarto vai caber três pessoas lá?
- Três? Como assim?
- Você, sua acompanhante e eu é lógico.
- Eu não tenho acompanhante, só quero aproveitar um pouco a praia e as férias só isso.
- Se é assim, aceito sua ajuda, prometo que você não vai nem perceber que estou lá, e minhas refeições são por minha conta.
Como quiser, mas o Carlos não permitirá que pague alguma coisa. Mais uma coisa, estejam prontas as cinco e ponto, venho pegar vocês, vou alugar um carro bem grande e pego vocês, terão tempo pra arrumar as malas e deixar tudo desligado, verificar se está tudo trancado.
- Por mim está ótimo.
- Espere, mais uma coisa, eu já estava esquecendo. - ele coloca a mão no bolso interno do blazer, tira um envelope grande de lá e me entrega. - Carlos te enviou este envelope, contém uma quantia em dinheiro pra comprar o que precisar para levar. Está em sua moeda.
- Não posso aceitar.
- É seu. Se não aceitar ele vai se sentir ofendido.
- Mesmo assim não posso. O que eu precisar, eu tenho em casa.
- Então faça o que quiser com ele, é seu e eu não posso levar de volta.
- Está bem. Tem razão, vou precisar comprar algumas coisas pra levar, agradeça a ele por mim, diga foi gentil da parte dele.
- Direi. Preciso ir embora agora, o táxi está me esperando lá embaixo, tenham um ótimo domingo.
- Você também. - dissemos igual, a Marta e eu.
Eu o acompanho até a saída no andar debaixo, passo a chave novamente e subo as escadas. Abri o envelope e me deparei com uma quantia de quatro mil, tudo isso pra comprar o necessário pra viagem.
- Meu Deus, é muito dinheiro.
- Vamos gastar tudo na segunda-feira Daiane. Você tem que comprar roupas bem sexy, lingerie e roupa de banho. Protetor solar, chapéu e tudo que precisarmos. Estou nervosa com isso.
- Seria uma sem noção, e sem juízo se não estivesse.
- O Paulo mentiu pra ele, não devia ter feito isso, ele disse que me ajudaria e não estava fazendo isso.
- Entenda o lado dele também, você acha que é fácil pra ele? Ele conhece você a muito tempo, era apaixonado por você, e agora ter que permitir você dormir com outro homem, através dele, não está sendo fácil, entenda isso.
- Estou chateada por que ele não falou nada, entendo que a noite ele não falou pra não estragar nosso momento juntos, mas podia ter me falado mais cedo.
- Por falar nisso, como foi a noite de vocês? - ela pergunta rindo.
- Inexplicável. - digo me deitando no sofá. - Ele sabe como dar prazer a uma mulher, foi virada pelo avesso, melhor nem contar os detalhes.
- Então foi bom.
- Foi maravilhoso. - digo sorrindo.
- E como vai ficar entre vocês, depois que passar essas duas semanas?
- Não faço a menor ideia. - digo colocando a mão na testa.
- Bom, já que estamos de pé literalmente, vamos começar a organizar as malas, vamos fazer uma lista com tudo que vamos levar, assim não vamos esquecer de nada.
Começamos a nossa lista, à noite esvaziamos a geladeira, deixamos tudo limpo e guardado. Estou tão ansiosa que não consigo dormir, como ele será? Será que vou conseguir dormir com esse homem? Se eu não for pra cama com ele, não serei paga.
Que droga, são tantas preocupações que a cabeça chega a doer. A segunda-feira chegou muito rápido, e eu estou com olheiras da noite mal dormida, nada que um pouco de gelo e uma boa maquiagem não resolva o problema.
Só guardei o básico, as roupas e outras coisas vou comprar agora de manhã, não vou só a uma praia, vou pro resort, o que é muito mais chique, então não vou levar meus trapos velhos, pelo menos esse dinheiro vai servir pra isso.
Almoçamos no shopping mesmo, em seguida voltamos pra casa, precisava colocar tudo na mala o mais rápido possível. Claro que vou levando algumas roupas minhas, não importa ao estou indo, eu ainda sou eu, e isso é uma coisa que ninguém vai mudar em mim.
Fiquei muito furiosa com o Paulo, liguei pra tirar satisfação com ele, eu não podia deixar essa história pra lá. Depois desliguei na cara dele, ele ligou várias vezes sem parar, mas não o atendi, e como era previsto, ele apareceu em nosso apartamento.
Explicou seus motivos de proteção ao meu respeito, eu entendo que tudo o que ele fez foi por que se preocupava comigo, e só por isso o perdoei, e é claro que também por que havia uma forte ligação entre nós, do contrário a noite não teria ido além de alguns beijos, foi a primeira vez que nos beijamos e fomos pra cama.
Hoje não abrimos a loja pela manhã, precisávamos de tempo para terminar de nos organizar e fazer compras. As três e meia da tarde já estava pronta, optei por uma calça jeans azul claro, bem justa da cintura até a panturrilha, uma blusinha branca de mangas, um pouco abaixo dos seios, em um enorme decote V, deixando a barriga de fora, e no umbigo um piercing brilhante.
Já a Marta estava vestida em um vestido floral, super longo com uma abertura na lateral, um clássico vestido romântico, com um cinto na cintura na mesma estampa. Os lindos cabelos loiros amarrados no topo
da cabeça, enquanto os meus estavam soltos com alguns cachos.
No fim da tarde André aparece pra nos buscar, ele liga o GPS e pega o caminho mais curto, como diz o velho ditado, tudo que é bom, dura pouco, ou o caminho mais curto pode se tornar o mais longo. Não é que
é verdade; tivemos um problema com o pneu do carro na metade do caminho, por sorte estávamos em lugar com habitantes próximos a estrada.
Como o André não fala tão claro nosso português, a Marta e eu pedimos ajuda a um morador local, ele foi muito gentil em ir buscar ajuda pra nós. O reboque apareceu e fomos rebocado até a oficina, já passava das
sete e vinte, assim que ficou pronto retornamos a estrada, Marta já estava impaciente, nós estávamos com calor, suados e com fome.
Ainda tínhamos uma hora de viagem até chegar ao nosso destino final. Mais uns vinte minutos estaremos no resort, durante esses minutos, André recebeu quatro ligações do Carlos, sempre perguntando por que a demora, na primeira ligação queria saber por que não havíamos chegado, a previsão era que nós chegaria antes dele, André lhe explica o ocorrido com o carro, ele pergunta se estamos bem, André diz que sim e depois desliga.
Finalmente chegamos no resort, pegamos as malas e nos dirigimos a recepção do hotel, deixamos as malas no chão e André toca o sino em cima da mesa. Na sala grande da recepção tem um hóspede sentado no sofá, dou uma boa olhada nele, santo Deus, que homem lindo é esse, nossa que sexy, ele veste uma calça social azul marinho, camisa
branca e por cima um blazer azul marinho, barba rala e com um sorriso enigmático.
Por algum motivo acho que estou babando de tanto olhar, nossos olhos se encontram, sinto uma forte corrente elétrica percorrer meu sangue, um calafrio surge no estômago, por algum motivo me sinto desconfortável, fico feliz em vê que não sou a única a estar babando.
Santo Deus. Que homem é esse? Será que ele veio desacompanhado? - pergunta se Marta. - Ah se eu pego ele, me acabo.
- Acho que você acaba é com ele. - digo e nós duas começamos a rir, de fato ele era muito bonito, um porte de um empresário bem sucedido, e estava com uma cara de safado irredutível.
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Atualizado até capítulo 28
Comments
Isabel Barbedo
Nossa! Precisa melhorar esse português.
Muitos erros,daqui a pouco não vai dar pra entender nada .
2022-09-20
2
Andreia Oliver
concertesa deve ser ele
2022-06-17
0