Um emprego nada conveniente

Não é um emprego que eu gostaria de ter pra pagar as dívidas, mas é a mais rápida no momento, dou um enorme sorriso pra ele em

agradecimento, e depois me afasto dele, pra quem é de fora, se nos visse pensaria que éramos um casal, confesso que ele ainda mexe comigo.

- Então o que eu devo fazer? Do quê você precisa?

- Tem certeza que você quer fazer isso? - insiste ele.

- Tenho! Não vou voltar atrás da minha decisão.

- Pelo visto não vou fazer você desistir dessa loucura.

- Não. - digo decidida.

- Sabe que não concordo? Mas vou fazer o que está me pedindo, mesmo contra a minha vontade. Você terá que ir na agência ainda hoje, não se preocupe, eu sou o único funcionário lá. Terá que fazer umas

fotos de saída de banho, e depois preencher um formulário com perguntas pessoais.

- Só isso?

- Só ! Depois disso envio os arquivos por fax e as fotos por email, vou enviar de várias meninas, e o seu vai junto com os delas, como disse antes, não sou eu quem escolhe, é o cliente. Quando preencher o formulário não coloque seu número nem endereço, essa parte fica comigo, caso seja escolhida eu entro em contato, é mais seguro não sabendo onde vocês moram, e você leva o contrato para ler e assinar, quando estiver com o cliente entrega a ele para assinar também, cada um fica com um dos contratos.

- Entendi. Então a que horas quer que eu vá fazer as fotos, e preencher o formulário e pegar o contrato?

- Me dê umas horas pra pensar mais um pouco, ainda não estou confortável com essa situação.

- Você falou que vai enviar ainda hoje esses arquivos, então preciso fazer tudo o que precisar para enviar o meu arquivo.

- É eu sei. Tenho até a noite pra fazer isso, me dê umas duas horas para pensar melhor, anote seu número eu vou te ligar e dizer a minha decisão.

- Pronto. Pense com calma, eu vou esperar você ligar.

- Se eu aceitar te ajudar nisso, sabe que a Marta não vai me perdoar.

- Ela vai! Sou eu que estou te persuadindo a fazer isso.

- Então fale isso pra ela, eu tenho ir embora agora, quer uma Carona?

- Não será preciso eu estou de carro.

- Então aguarde minha ligação. - disse me dando um beijo no rosto, e lentamente virou seu rosto em direção ao meu, me olhou nos olhos e desceu seu olhar aos meus lábios, na qual ele tocou com o dedo indicador, e antes de fazer qualquer coisa se afastou e saiu em direção a rua.

Definitivamente ele ainda mexe comigo, fico parada o olhando desaparecer no meio das pessoas, respiro profundamente e volto pra

faculdade pegar o carro. Chego em casa, dou um oi rápido pra Marta e subo as escadas, jogo minhas coisas em cima da cama e desço, a loja está tranquila, durante a tarde toda estava parada, olho pro meu celular

várias vezes na esperança de Paulo me ligar.

Duas horas depois do nosso encontro na rua, o telefone toca, olho na tela e vejo um número que não está na minha agenda, com certeza deve ser ele, Marta me olha com o canto do olho, sei que ela quer perguntar se não vou atender, eu atendo a ligação.

- Alô ! - falo de maneira casual.

-Daiane?

- Sim!

- É o Paulo falando, está podendo falar?

- Oi Paulo, claro, pode falar. - falo de uma maneira que ele possa entender que a Marta está ao meu lado, e ele parece entender na hora.

- Entendi. Você pode vir aqui dentro de uma hora? Eu envio o endereço pra você.

- Claro que sim! Eu só preciso resolver umas coisas por aqui mas já chego por aí.

- Lembra do que precisa pras fotos?

- Sim! Envia o endereço pra mim, chego o mais rápido possível aí.

- Combinado, estou à sua espera.

Desligo meu celular e vejo Marta sentada com as mãos cruzadas sobre o joelho, está me olhando estranha, ou eu acho que sim, porque estou com um enorme peso na consciência.

- Lembra do Paulo Gustavo? - pergunto pra saciar sua curiosidade.

- Aquele rapaz lindo e loiro, que era louco por você mas nunca teve coragem de te pedir em namoro?

- Pelo visto lembra! - digo rindo da sua boa memória.

- Lembro sim, porquê ? - ela me perguntou rindo.

- Você não vai acreditar, eu o encontrei por acaso quando estava passando em frente a faculdade.

- Sério? Quando você o encontrou?

- Hoje depois do almoço, conversamos um pouco, ele me ligou pra me convidar pra tomar um milkshake e eu disse sim. Tudo bem pra você se eu for? A loja está parada, e daqui a pouco a gente fecha a loja, você

fecha sem mim?

- Claro que sim! Como você mesma disse, a loja está parada, vou fechar agora mesmo, assim tiro um pouco de tempo pra mim, vai lá

matar a saudade do seu velho amor. - ela estava se divertindo às minhas custas.

- Não demorou, e não vou matar saudades nenhuma, só colocar o papo em dias. - digo fazendo careta pra ela.

- E como ele está? Mudou alguma coisa?

- Tá brincando? Ele mudou fisicamente cem por cento, fiquei babando quando o vi.

- Pelo visto esse encontro vai acabar pegando fogo. - ela disse gargalhando.

- Engraçadinha! Estou subindo pra mim vestir, se quiser podemos pedir uma pizza na volta.

- Ótima ideia, peça antes de voltar, pode ser que chegue assim que você chegar em casa.

- Eu farei, até mais tarde.

Chegando próximo ao endereço que Paulo me passou, ligou avisando que estou chegando, já são cinco da tarde. Ao chegar na agência me deparo com ele à minha espera, e mais uma vez dou uma observada

nele, ele fica muito sexy de calça jeans rasgada no joelho, camiseta branca e uma jaqueta de couro marrom por cima.

Ei coração pode parar por aí mesmo, pode desacelerar você estar muito agitado, golpe baixo, ele tem uma tattoo subindo até o pescoço, eu tenho uma quedinha por homens com tatuagens, na verdade não é uma caída é um tombo mesmo, tô em maus lençóis agora

.Respiro fundo e saio do carro, tento tirar todas as perturbações da cabeça, caminho até ele, me olhar surpreso com o que estou vestindo.

Optei por uma mini-saia preta, uma blusinha curta no formato de V, deixando a barriga descoberta, sapato de salto alto preto agulha fina. Desde que nos mudamos pra São Paulo eu mudei muito meu estilo de roupa, Paulo me olhava de uma maneira tão intensa, chego a pensar que estou pelada, fico um pouco constrangida e tento disfarçar. Ele me

recebe com um beijo rápido no rosto e me conduz para dentro do interior da agência. Era bem bonito o lugar, a sala é bem espaçosa,

uma das paredes é toda preparada com o tema de praia, a areia tem no canto.

- Só está você na agência?

- As garotas só vem aqui quando precisa atualizar as fotos, às vezes vem para um bate papo, mas me assegurei que não viria ninguém, não quero que fique constrangida com outras pessoas aqui.

- Não precisava fazer isso, mas obrigado por pensar em mim. Por onde começamos? - não estava a vontade pro que iria fazer, mas se ia fazer, que fosse logo.

- Trouxe a saída de banho? - afirmo que sim com a cabeça.

Ótimo. Aquela porta é do banheiro, pode se trocar lá, e não se preocupe, aqui não tem câmeras e nunca colocaria no banheiro pra ver as meninas se trocar, não sou esse tipo de homem.

- Isso nem me passou pela cabeça, eu confio em você e por isso estou aqui.

- Só estou advertindo, pra você não ficar preocupada com isso. - disse bem sincero que se preocupava com o que eu poderia pensar a respeito dele, por causa do trabalho de agenciador de mulheres.

Todo mundo veste saída de banho e vai à praia, porque estou tão

constrangida assim? Talvez porque ele esteja mexendo com meus sentimentos adormecidos. Tirei algumas diferentes, uma em pé segurando uma bola enorme e sorrindo, com uma sombrinha pequena e colorida, umas bem divertidas fazendo caretas e a última ele me pede pra pôr a roupa de volta, fico sentada no banco alto, e encaro a câmera com sedução.

Paulo tira uma das fotos e fixa o olhar em mim, me olha de cima abaixo, ele parece está pensando em algo, apertou as têmporas com

força, e depois continua a tirar a última foto. Mim pede pra ir até a mesa dele para preencher o formulário pessoal, enquanto passa as fotos pro computador.

Ele fica com os olhos fixos na tela do computador, e fica sério parado olhando pra tela, não sei o que está acontecendo ele está muito quieto.

- O que aconteceu com você? Você está bem? - pergunto preocupada.

- Não! - responde sem mim olhar, se levanta da cadeira e vem até a frente da mesa e se senta na ponta dela de frente a mim.

- Qual o problema? - me levanto e fico de frente a ele, tocando seu rosto. - o que foi?

- Desista dessa loucura Daiane. - mim pede pegando minha mão e beijando. - Isso não é o que você quer fazer.

- Não é, mas farei mesmo assim, se esse empresário me escolher eu não voltarei a fazer isso, juro pra você.

- Sabe que não concordo com isso.

- Eu sei! Vai dar tudo certo, acredite em mim. - imploro segurando seu rosto, fazendo olhar pra mim.

- Não suporto a ideia de um homem te tocando, será que você não entende que eu ainda te amo? - ele pergunta com a voz alta.

- Me perdoa, eu me importo com seus sentimentos, mas preciso fazer isso e você melhor do ninguém sabe os motivos, se fosse em outra circunstâncias essas palavras, não sei o que eu faria.

- Mas eu sei o que posso fazer mesmo nessa circunstância.

Suas palavras foram uma advertência firme e decidida, ainda segurando minhas mãos, ele me puxa e eu fico entre suas pernas, solta

minhas mãos e envolve em minha cintura, puxando ainda mais pra perto do seu corpo, nosso rosto fica a alguns centímetros.

Nos encaramos olho no olho, por um momento tudo o que eu via era apenas o velho Paulo. Aquele olhar estava mexendo comigo, não tomo consciência do que estou fazendo, passo os braços em volta do pescoço dele e o beijo.

Temos uma história inacabável e temos que

resolver isso o quanto antes, ele me aperta ainda mais em seus braços, sinto o quanto ele me quer. Seu beijo é suave e apaixonante, suas mãos alcançam minha nuca, sinto seus dedos entre meus cabelos, uma forte corrente elétrica percorre meu corpo. Agora os beijos mudam, ficam mais intensos, sua

respiração está ofegante assim como a minha.

Abaixo meus braços até o peito dele, estou ofegante e cheia de desejo, por mais que eu queira me jogar em cima dele, prefiro acalmar

os ânimos, afasto a cabeça e nosso beijo para. Ficamos com a testa encostada uma na outra com os olhos fechados, ouvindo apenas as nossas respirações por um momento.

- Preciso ir embora. - falou afastando a cabeça.

- Fica só mais um pouco.

- Não posso. Mas se você não tiver nenhum compromisso amanhã a noite, o que acha de sairmos pra beber e dançar?

- Está falando sério? - ele me perguntou todo animado.

- Sim! Podemos fazer muita coisa depois disso. - dou uma dica do que vai acontecer entre nós amanhã.

- Mesmo se tivesse algum compromisso, eu desmarcaria tudo só pra ficar com você. - disse sorrindo pra mim, os pais dele não

economizaram na beleza.

- Então nos vemos amanhã, a Marta vai junto, mas ela fica de boa, te passo o endereço e te espero lá.

- Posso pegar vocês em casa.

- Não será necessário, só combinamos um horário certo pra esperar você e nós entramos juntos. Está ficando tarde, preciso ir.

Me afastei dele, ele sai da mesa e me acompanha até próximo a saída, antes de passar para fora da agência ele me puxa novamente, me deixa de costas pra parede e me beija. Dessa maneira eu vou acabar não me segurando, tento me segurar pra não fazer uma coisa indevida, consigo me libertar e sair sorrindo, antes de chegar no carro ele fala.

- Esqueci de te dizer uma coisa, esse empresário que virá semana que vem, vai pagar oitenta mil para a acompanhante.

- Dá pra resolver todos os problemas de uma pessoa.

- E muito. Não esqueça de contar tudo pra Marta.

- Farei sim. Te vejo amanhã gato.

- Não vejo a hora, vou contar cada minuto.

Abri a porta do carro, e antes de entrar voltei até onde ele estava parado ao lado do no meu carro, o empurrei de costa no carro e o beijei, foi um beijo rápido dessa vez, me afastei e ele ficou me olhando confuso com a minha atitude.

- Adorei a hora que passamos juntos. Em breve repetiremos. - falo e me afasto dele, ele fica parado me olhando e rindo enquanto entro no carro.

- Por quê não fez isso antes, teríamos desenrolado a nossa história mais rápido. - ele coloca as mãos nos bolsos da calça, eu apenas aceno com a mão e vou embora.

A pior parte agora é falar pra Marta, ela vai mim matar, mas nada pode fazer, sou maior de idade e ela não é minha mãe, então nada poderá fazer. A noite foi um pesadelo, não consegui dormir, levanto, faço o café e espero ela vim tomar o café, e ninguém me conhece melhor do ela, sempre sabe quando tem alguma coisa errada.

- O que aconteceu, por quê está com essa cara de quem comeu e não gostou?

- Precisamos conversar com Marta. O assunto é sério.

- Pela a sua cara, realmente é sério, pode falar.

- Marta, o empréstimo foi negado outra vez.

- É sério? E agora o que vamos fazer?

- Aconteça o que acontecer, me deixe falar tudo o que tenho que falar.

- Não estou gostando nada disso.

- E nem vai mesmo. - respiro fundo pra tomar coragem, e despacho tudo. - O dinheiro não está sendo suficiente. Estou com várias mensalidades atrasadas, se até o mês que vem não pagar, não poderei mais frequentar a faculdade. Eu não posso fazer isso, estou terminando os estudos, e não posso abrir mão disso.

- Por que não falou sobre isso antes? Podíamos tirar dinheiro do caixa.

- Não seria o suficiente, só me deixa terminar de falar. Estamos cheias de dívidas, o dinheiro do caixa é só pra emergência, e não é suficiente também, entenda que estamos com a corda no pescoço.

- Vamos vender nosso carro.

- E teremos ainda mais problemas em dobro pra resolver, o carro é essencial para muitas coisas. Reencontrar o Paulo, não foi o acaso, foi o destino. Ele trabalha numa agência que contrata acompanhante para os milionários que vêm ao país.

- Nem termine de dizer o que iria falar.

- Vou terminar de falar sim. Tem um empresário vindo semana que vem, ele vai pagar a acompanhante oitenta mil, pra ser a sua acompanhante por duas semanas.

- Nem pensar, você não vai a lugar nenhum, no primeiro aperto você já fica louca, aperto todo mundo passa, vamos dar um jeito.

- É? Você não percebeu que já tentamos dar esse jeito,e só estamos indo cada vez mais para o buraco? Antes que nós cheguemos até o fundo, eu vou fazer alguma coisa sim.

- Não acredito que o Paulo fez isso.

- Ele não fez. Insisti bastante e ele não concordou, foi difícil convencer ele me deixa fazer isso.

- Você não fez isso.

- Já fiz. Também há possibilidade de não dar certo, é enviado arquivo de outras meninas, o cliente que escolhe.

- E se você for escolhida?

- Eu irei. Esse cliente vem pro resort, assinamos um contrato de confidencialidade entre nós, tudo muito discreto, ninguém precisa saber.

Rapidamente explico tudo pra ela, e garanto que será só uma vez, pelo menos só pagar as mensalidades, falo o que será pago a acompanhante que ele escolhe e ela arregala os olhos de incrédula.

- Você não vai sem mim.

- Ficou doida mulher? Não tenho como levar você, e deve ser caro uma diária no resort, imagine duas semanas?

- Daiane você não sai sem mim, nem que eu tenha que vender o carro e nossas bikes, mas não vou deixar você sozinha com um desconhecido.

- Resolvemos isso depois. Hoje a noite vamos pra boate, marquei com Paulo, temos uma pendência para resolvermos à noite.

- Vocês? - a pergunta pairava no ar, sorri pra ela, afirmo que sim com a cabeça, e ela sorri e bate palmas.

A noite foi sem dúvida maravilhosa, saia fogo entre Paulo e eu, era uma conexão de corpos, Marta foi pra casa mais cedo e Paulo ficou de me levar pra casa. Depois que ela foi embora ele me levou pra casa dele, e durante o resto da noite ele me reviro pelo avesso, nunca imaginei que ele fosse tão bom de cama, depois de um merecido descanso adormeci, e só voltei pra casa por volta das seis da manhã no domingo.

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Comments

Ana Ramos

Ana Ramos

como uma pessoa em sã consciência vai se prostituir tendo uma pessoa oferecendo o mundo.,.poupe me

2022-05-30

3

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