IV

Já fazia 4 dias, 8 horas e 30 minutos que estava casada, e tudo estava sendo um completo tédio. O senhor arrogante passa o dia no escritório e a gente não troca nem duas palavras, a Olívia, fica o dia todo na empresa e as vezes dorme em um hotel. Então tudo o que me resta é tomar café, almoçar, jantar e ficar o dia inteiro sozinha. Mas para não dizer que passo o dia inteiro na cama, a única coisa que faço é cozinhar, mas até isso já está me deixando entediada também.

Estava na sala de jantar com uma tigela de macarronada esperando que eu a devorasse. Mas invés de está a aproveitando, estava apenas a tocando com o grafo. Olhei ao redor e nada, completa solidão. Quer dizer, mais ou menos, porque eu ainda tinha a Nina — lembra a garota que ficava me vigiando? Pois é, o nome dela é esse —, mas ela só ficava me olhando comer e nem abria a boca para dizer nada que não fosse “quer alguma coisa senhora?”, “posso ajudá-la em algo senhora?”, “precisa que eu faça algo senhora?”.

Mas isso teria que mudar ou iria enlouquecer.

— Nina, pegue um prato e coma aqui comigo.— ela me olhou surpresa.

— Sra. O' Brian, isso não é necessário. O meu dever é ficar apenas ao seu dispor.

— Já que vai fazer o que eu disser, então sente bem aqui.— apontei para a cadeira de frente a minha.— É uma ordem.

Ela suspirou e dando-se por vencida, pegou um prato na cozinha e me acompanhou. Mesmo parecendo um pouco hesitante. Agora sim, estava me sentindo um pouco mais a vontade. Eu acho que devo ter pulado umas 10 regras da cartilha " Como ser uma esposa interesseira e rica mesquinha", bem se isso existe, agora sei porque minha irmã é quem é. Acho que estou naquele estado da vida: Agora tudo faz sentindo!

Nos duas estávamos comendo, mas ainda estava tudo muito silencioso. Desde que cheguei nessa imensa mansão minha cabeça se encheu de perguntas, e quase todas elas só tinha um nome. Jack.

— Nina... Você sabe por que meu marido passa o dia em casa? Ele nunca saiu desde que cheguei.— um sorriso saiu de sua boca. Disse algo engraçado?

— Senhora, desde que vim trabalhar aqui, o senhor nunca colocou os pés para fora dessa casa.— Estava prestando atenção em cada palavra que ela dizia.— Há não ser quando raramente vai para a empresa, e mesmo assim é supre cauteloso. Fiquei sabendo que não tem nada sobre o senhor na internet e nem em sites de fofoca ou notícias. Claro, além de seu nome.

Finalmente uma pessoa que respondeu uma das minhas perguntas. Aprenda Denys!

— E você sabe por quê?.— Nina me olhou desconfiada.— Não se preocupe, vai ficar entre nós.

— Bem, eu não sei com total certeza senhora, mas ouvir dizer que tem haver com uma...— Hesitou por um momento.— uma mulher.

Não vou mentir, meus olhos cause saltaram para fora. Aquele ser teve um romance. Um. Romance. Nunca imaginei que uma mulher fosse capaz de aguentar aquele mal humor, sem pensar em joga-lo de cima de um prédio. Se aqui fosse Paris, minha primeira opção seria a Torre Eiffel. Eu sei que não é um prédio, mas tenho uma ótima imaginação. E por isso posso imaginar a cena perfeitamente.

Eu ia continuar com minha investigação, mas do nada uma outra empregada brotou do chão e me impediu. A coitada da Nina saltou da mesa como se estivesse cometendo um crime.

— Sra. O' Brian tem uma senhorita que diz ser sua amiga, esperando na sala.

De repente a imagem de Lúcia invadiu minha mente. Finalmente! pensei que ela tinha esquecido de mim.

— Claro, pode deixar que estou indo.

Assim que a empregada saiu, corri como uma raio para a sala.

Quando coloquei meus pés na sala, vi minha amiga admirando o lugar, assim como eu tinha feito quando havia chegado. Como era bom ver um rosto conhecido depois de tanto tempo.

Logo que Lúcia se deu conta da minha presença pulou em cima de mim, me dando um abraço tão forte que quase não conseguir respirar.

— Finalmente lembrou que eu existo.— choraminguei.

— Eu nunca te esqueci. Só que estava cheia de trabalho no hospital.— Me olhou com aqueles olhos verdes de "por favor me perdoe".

Lúcia trabalhava o dia inteiro em um hospital da cidade, ela era uma das melhores médicas daquele lugar e era óbvio que não poderia ficar o dia todo ouvindo minhas queixas e me ajudando com o meu tédio.

— Tudo bem, o problema é que estou me sentindo muito sozinha nesse lugar.— disse me jogando no sofá e logo ela sentou do meu lado.

— Você está morando em uma mansão e está rica, deveria ter muita coisa para fazer.

— O que exatamente? Vivo no meio do nada, com várias empregadas e sem qualquer lugar para sair.— resmunguei.

A morena suspirou.

— Eu sei deve está sendo difícil, mas logo isso vai acabar.— disse tentando me consolar.

— Eu estou tentando, mas tá sendo um inferno. E tudo culpa daquele homem.

Lúcia fechou a cara.

— Em falar nisso, ele foi no hospital hoje e me entregou isso.— ela tirou uma carta de sua bolsa e me entregou.

Era uma carta marrom, nada de diferente. Olhei para Lúcia com um pouco de medo e a abrir. Meu coração acelera tão rápido que quase passo mal com o que vejo. Meio hesitante tirei uma mecha de cabelo preto, semelhante ao meu de dentro da carta junto com um bilhete. Ao ver o que havia dentro, Lúcia leva a mão a boca.

— É o cabelo da minha mãe.— disse tremendo.

— Calma Sabrina, respira.— tento ouvir a voz de minha amiga, só que meu coração continua acelerado.— Ler o que está escrito no bilhete.

" Não se preocupe, sua mãe está muito bem, pelo menos ainda. Isso é só para te lembrar em que situação você está e para não esquecer que com uma simples ligação sua mãe morre.

Então faça tudo direito e seja uma boa esposa.

Com amor seu pai."

— Com amor o diabo, isso sim!.— Me levantei e gritei de ódio.— aquele ser desprezível!!

— Quem disse que pode trazer pessoas aqui?!.— Jack apareceu de repente, descendo as escadas.

Ele tinha escolhido um péssimo momento para aparecer, principalmente com aquele jeito arrogante. Eu estava pronta para matar qualquer um que aparecesse na minha frente e ele parecia uma opção perfeita, estava mais que merecendo.

— Eu disse! Eu também moro aqui e posso receber quem eu quiser.— Subir as escadas até onde ele estava, com ódio nos olhos e com Lúcia bem atrás de mim.

— Só que essa casa é minha, ela me pertence!.— ele rebateu ficando irritado.

— Ela nos pertence! Esqueceu que sou sua esposa?

— Você está achando com minha paciência.

— Maravilha, a minha acabou faz tempo!.— o enfrentei, olhando em seus olhos.

— Nossa, nunca tinha visto o ar tão quente nessa casa.— o moreno surgiu de repente atrás de Jack, quebrando o clima de assassinato.

Eu não sabia que Thomas estava aqui, ninguém me avisou. Bem, pelo menos dessa vez não me fez o acompanhar até o escritório do Jack.

— Você nem imagina o quanto pode piorar, vem Lúcia, vamos para o meu quatro.— tentei levar a garota, mas de repente ela virou uma estátua e não queria se mover.— Lúcia?

— Melissa... você não deveria me apresentar primeiro?.— ela me cutuca.

Seguir o olhar da minha amiga até o moreno, que também não parava de a olhar, com aqueles olhos negros.

Claro! Um homem bonito e elegante a vista, e nem apresentei a minha amiga, que tipo de pessoa eu sou? Desculpe Lúcia, vou resolver esse problema agora mesmo.

— Lúcia, esse é Thomas Collen, o colega e amigo do Jack, que como você sabe é o meu querido marido.— dei um olhar feroz para o loiro.— E bem, essa é minha melhor amiga Lúcia Davis, ela é médica e uma das melhores.

Thomas desceu um degrau para poder ficar de frente para Lúcia e se curvou depositando um beijo em sua mão que tinha acabado de pegar — ele não tinha feito isso comigo.

— O prazer é todo meu senhorita Davis.

Virar cupido parece uma carreira muito promissora. Quando surgir uma oportunidade de emprego, com certeza vou colocar isso no meu currículo.

— Agora precisamos ir, até logo Thomas.— Me despedir dele, tentando tirar Lúcia do seu estado de choque.

— Espero te ver logo Sr. Collen.— ela disse retomando a consciência.

— Quanto mais cedo melhor.

Antes de perder aqueles dois de vista, olhei diretamente nos olhos de Jack e conseguir perceber o quanto estava irritado. Pensando bem ele sempre estava assim. Então dei de ombros e seguir meu caminho para o quatro.

A Lúcia passou mais ou menos a tarde inteira comigo e depois foi embora de táxi. Eu nem imaginava que um táxi se atrevia a vim até aqui.

Depois de ter recebido aquela carta, minha cabeça não parava de pensar na minha mãe e meu coração de se preocupar. Eu nem tive vontade cozinhar ou comer alguma coisa. Apenas tomei um banho para acalmar os meus nervos, mas não funcionou.

Fui até o lugar onde tinha guardado a carta e a paguei de novo, tirando a mecha de cabelo da minha mãe de dentro. Eu tinha me segurando desde que a Lúcia esteve aqui para não chorar, mas ali sozinha, sem ninguém que pudesse ver minha fraqueza. Desmoronei. Parecia que estava me livrando um pouco de todo o preso e tristeza que tinha guardado desde que aquele homem havia voltado para minha vida.

Se eu perdesse minha mãe, meu mundo iria se partir em um milhão de pedacinhos e eu definitivamente ficaria sozinha e desamparada, não podia deixar que ninguém fizesse nada contra ela.

— O que você está fazendo!?

Nem precisei me virar para saber quem era, então guardei a carta na minha roupa e tentei enxugar as lágrimas.

— Não é nada.— disse seca.

Fui até o espelho do quatro tentando me recompor. Enquanto ele se sentou na poltrona com uma expressão de desdém, nem estava ligando para o meu estado.

— Se você tá chorando por ter rasgado algum vestido ou perdido alguma pulseira, você pode comprar outra amanhã.— Suspirou fundo.— Dinheiro é o que não falta.

O que ele estava dizendo?!

Ele não podia ser tão arrogante a esse pronto. Ele realmente não era humano. Se ele queria falar essa droga, preferia que ficasse me achando mesquinha calado.

Estava tão furiosa e com o sangue a mil, que peguei um vaso sobre a cômoda atrás de mim e arremessei na parede, a poucos centímetros da sua cabeça, mesmo que tivesse sentindo vontade de quebrar a cabeça dele. Não estava para brincadeiras hoje, muito menos para ficar ouvindo essas besteiras que sai da boca desse ser.

— Olha aqui! Vai por inferno!.— ele arregalou os olhos.— Se você não sabe o que acontece, fica de boca calada!

Bati o pé no chão e sair do quatro parecendo um vulcão a ponto de explodir, ao mesmo tempo que uma tempestade em lágrimas.

Quando cheguei na sala algumas empregadas tinham acordado pelo barulho, inclusive Nina. Ela tentou me acompanha mais levantei a mão em negativa e ela se retirou. Pelo menos Olívia tinha ido resolver um problema na empresa e iria dormir em um hotel, então não voltaria hoje, não queria preocupa-la.

Me deitei no sofá, apertando meu peito. Estava sentindo tanta dor que queria morrer. Ao poucos minhas lágrimas retornaram e acabei dormindo ali mesmo.

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Comments

Regiane Felipe Borges

Regiane Felipe Borges

🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🤩🤩🤩🤩🤩🤩🤩

2025-01-31

0

Michelly De Jesus

Michelly De Jesus

meu Deus que dor no peito né como vc vai conseguir tira a sua mãe das mãos do traste desse homem porque não pode ser chamado de pai e sim um motros

2024-01-02

2

Princesa Barbie

Princesa Barbie

Logo tudo isso irá se resolver e vcs poderam ser felizes

2023-11-25

2

Ver todos

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