^^^❤️🔥Maylla ❤️🔥^^^
Eu já vi de tudo na vida.
Já tentei vender cosméticos de porta em porta, já me ofereceram vaga em call center que mal pagava a passagem de ônibus, já passei pela humilhação de entregar currículo em loja de shopping e a gerente me olhar de cima a baixo como se eu fosse invisível. Em quase todos esses trabalhos, eu mesma desisti antes da entrevista.
Mas esse dia foi diferente.
Esse foi o primeiro em que eu sentei diante de alguém poderoso de verdade. E não de qualquer um, mas de Gabriel Mellius.
Antes da entrevista, eu havia pesquisado sobre ele na internet. E não faltavam informações. Descobri que, além de ser dono da Mellius Enterprise, ele acumulava uma fortuna que parecia de outro mundo. Matérias mostravam fotos de suas mansões espalhadas pelo país, uma cobertura luxuosa em São Paulo e até uma casa de veraneio em Miami.
Sem falar nos carros importados que colecionava. Ferrari, Lamborghini, Rolls-Royce, e todos exibidos como se fossem simples brinquedos. Também vi reportagens sobre o iate gigantesco atracado em Angra dos Reis e o jato particular que usava para reuniões internacionais.
Gabriel Mellius não era apenas um homem rico. Ele era o retrato do que significava ter tudo.
Mas para mim, a primeira impressão que tive dele? Um maluco. Sim, maluco. Só assim para justificar o que aconteceu.
Eu estava ali, com meu currículo fraquinho, tentando mostrar que merecia uma oportunidade, e ele simplesmente me disse que eu não tinha o perfil para ser assistente. Que, pelo meu jeito estabanado e despreparado, eu levaria a empresa dele à falência em menos de dois dias.
As palavras dele doeram, claro. Mas eu já estava tão calejada de rejeições que respirei fundo e pensei: “Tá bom, mais um que me subestima. Paciência.”
Só que ele não parou por aí.
Enquanto eu me levantava já pronta para ir embora, ele puxou um tablet de última geração, daqueles enormes, colocou diante de mim e deslizou a tela.
— Não para você ser minha assistente. Mas eu tenho outro trabalho para você. — A voz dele soou firme, como se fosse a coisa mais normal do mundo. — Leia.
Olhei para a tela e comecei a ler.
Cada linha que meus olhos percorriam, mais eu sentia meu coração acelerar.
No início pensei que fosse uma espécie de piada. Ou um teste psicológico maluco, daqueles que os chefes inventam só para ver como a gente reage. Mas não era.
Era um contrato. Sim, um contrato.
E, entre várias cláusulas, uma frase saltou como se estivesse piscando em neon diante de mim:
“O período mínimo de um ano em união formal, com a obrigação de gerar um herdeiro masculino.”
Quase engasguei com a própria saliva.
Eu? Gerar um herdeiro? Para ele?
Meus olhos arregalaram tanto que, se tivessem câmera escondida, dariam um close e colocariam em câmera lenta para todos rirem depois.
Continuei lendo, mesmo sem acreditar. O contrato falava sobre uma união de fachada, sobre aparências públicas, sobre manter a imagem dele limpa diante da mídia. No papel, eu seria a esposa perfeita. Na vida real, eu seria apenas alguém cumprindo um acordo.
— Isso é uma piada, né? — soltei, com a voz embargada entre riso nervoso e desespero.
Gabriel apenas me encarou. Sem sorrir, sem levantar uma sobrancelha. Olhos fixos, duros, frios.
— Não é. — disse. — É a minha proposta.
Meu queixo quase caiu no chão.
— Você… quer que eu seja sua noiva?
— Por um ano. — Ele corrigiu, com a mesma calma de quem fala sobre o tempo lá fora. — Apenas o suficiente para calar a mídia.
— E me engravidar?! — minha voz saiu mais alta do que deveria, ecoando na sala enorme.
Ele cruzou os braços, como se eu fosse uma criança fazendo escândalo.
— Preciso de um herdeiro. Isso está no contrato.
Levei a mão à boca. Estava entre rir da cara dele ou sair correndo e nunca mais olhar para trás. Mas minhas pernas estavam presas ao chão.
— Você… não pode estar falando sério. — sussurrei.
Ele inclinou o corpo para frente, apoiando os cotovelos na mesa.
— Estou. — respondeu firme. — E você vai pensar nisso com calma antes de me dar uma resposta.
Me recostei na cadeira, tentando processar. Era tanta loucura que eu não sabia por onde começar.
Primeiro: eu, Maylla Sullivan, sem nenhuma experiência na vida, estava diante de um dos homens mais ricos do país, ouvindo ele me oferecer um contrato de casamento.
Segundo: não era um casamento qualquer. Ele queria um filho. Um herdeiro homem, como se eu fosse uma máquina programada para gerar especificamente o sexo que ele desejava.
Terceiro: eu não fazia ideia de por que ele tinha me escolhido. Eu, de todos os currículos daquela pilha.
Aí me veio a paranoia. Será que eu parecia tão desesperada assim? Será que minha cara de “preciso de emprego urgente” gritou para ele que eu era a pessoa perfeita para um plano tão maluco?
Meu estômago embrulhou.
— Você está louco. — murmurei, ainda olhando para o tablet.
— Sou prático. — Ele rebateu sem hesitar. — E sei reconhecer uma oportunidade quando vejo uma.
Bufei.
— Isso não é uma oportunidade. É… sei lá, tráfico de esposas! Você não é normal
Por um segundo, achei que ele fosse se irritar com minha ousadia. Mas não. Ele simplesmente me encarou, imóvel, como se já estivesse acostumado a lidar com reações assim.
— Você precisa de dinheiro. — disse em tom baixo, quase como se fosse um diagnóstico médico. — E eu preciso de alguém que aceite esse acordo. É simples.
Minha respiração falhou. Ele tinha razão, de certo modo. Eu precisava. Minhas contas estavam atrasadas, minha irmã tinha ido embora, minha vida estava um caos. Mas isso… isso era demais.
Tentei pensar em qualquer coisa para sair dali. Queria inventar uma desculpa, dizer que tinha que ir, fingir que tinha compromisso. Mas a verdade é que fiquei paralisada.
Parte de mim queria levantar e gritar “nunca mais fale comigo”.
Outra parte… ficou curiosa.
“E se eu aceitasse? E se isso mudasse minha vida de verdade?”
Afastei a ideia imediatamente. Eu não era louca.
— Olha… — minha voz saiu trêmula. — Eu não sei que tipo de mulher você acha que eu sou, mas isso aqui não faz o menor sentido.
— Faz. — ele insistiu. — Você só ainda não percebeu.
Me levantei da cadeira num ímpeto, empurrando o tablet de volta para ele.
— Eu não vou assinar nada disso. — declarei, com o coração batendo forte. — Isso é doentio.
Ele não respondeu. Apenas fechou o tablet, guardou na gaveta e se recostou de novo, cruzando as mãos sobre a mesa.
— Vai pensar. — falou, com aquela calma que me irritava. — Vai sair daqui, vai refletir, e quando perceber que é a única chance que tem, vai voltar. Vai ser divertido. Afinal, estarei lhe fazendo um favor. Quem não queria estar comigo? Quem não queria carregar um filho meu? Um herdeiro Multimilionário?
Olhei para o copo de água sobre a mesa, peguei e joguei na cara dele.
— Maluco!
Soltei o copo vazio sobre a mesa e saí da sala como se estivesse fugindo de uma prisão. Meu salto fazia barulho alto contra o piso de mármore. Quando cheguei no corredor de novo, as outras candidatas ainda estavam ali, esperando. Olharam para mim curiosas, talvez tentando adivinhar como tinha sido minha entrevista.
Se eu contasse, ninguém acreditaria.
Segurei a bolsa contra o corpo, respirei fundo e fui embora.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Maria Das Neves
gostei dela jogou um copo de água na cara dele 😂😂😂😂
2025-10-18
3
Adriana Martins da Silva
típico de novela mexicana 😅😅😅
2025-10-19
1
j. alves
🤭🤣🤣🤣 água na cara 🤣🤣🤣 essa foi boa 🤭
2025-10-18
1