capitulo 4

— No outro dia pela manhã, a Thaís se arruma, toma café com seus amados pais, para então começar a luta de todos os dias. Ela trabalha de domingo a domingo e folga uma vez na semana, que é bem aleatório esse dia.

Thaís: Bom dia, mãezinha! Bom dia, paizinho!

Eles: bom dia, filha!

Thaís: hoje vai ser dose forte, haha. Dia de domingo, a lanchonete é cheia e a boate ainda mais!

Solani: fico de coração partido, filha!

Saulo: e eu ainda mais por saber que é por minha causa.

Thaís: não é nada disso, ninguém aqui tem culpa de nada. Eu trabalho porque gosto do que faço e amo vocês. A vida é assim: um segurando a mão do outro. O que eu acho mais ruim só eu da boate, mas eu preciso ganhar um extra. E, durante o dia, não é possível trabalhar, pois, na lanchonete, é o dia inteiro. O único que eu consegui foi para trabalhar como barman nessa boate, que só funciona à noite.  Mas isso vai passar. Quando o papai conseguir se aposentar, eu vou me dedicar apenas ao trabalho na lanchonete.

Solani: você é um anjo, minha filha. Se Deus quiser, seu pai conseguirá a aposentadoria rapidamente para que você fique apenas com o trabalho da lanchonete.

Saulo: "Filha, melhor que você no mundo não existe. Obrigado, filha, por tudo que você faz por mim e pela sua mãe."

Thaís: Eu amo vocês sem limites. Vocês são meu alicerce em tudo, me geraram, me instruíram e me mantiveram. E um bom filho é aquele que auxilia os pais quando eles mais necessitam. E eu amo vocês dois. Faço tudo isso por amor, amor por vocês dois. Bom, agora deixa eu acabar de tomar café, porque preciso começar a trabalhar, certo? kkkkk Mas tudo vai dar certo, será um dia produtivo e o importante é que, no final do mês, a gente recebe nosso dinheiro para comprar o que precisamos e pagar as medicações do papai. E o melhor de Deus ainda está por vir. Eu confio no Deus Altíssimo, todo-poderoso e misericordioso, que nunca dorme. Sei que ele está cuidando de nós e tudo acabará bem.

Solani: amém, minha filha!

Saulo: amém, meu anjo!

— Thais toma café com seus pais enquanto conversam de maneira descontraída. Uma família linda e simples, porém de boa índole, bom caráter e enorme coração. Um amor verdadeiro, em que todos se ajudam mutuamente, uma família com muita fé! Depois de tomar café da manhã, Thais vai até a casa de Deliane, que é bem próxima à sua, e as duas se dirigem ao ponto de ônibus para irem à lanchonete.

Thaís: vamos, minha morena linda?

Deliane: vamos, minha loirinha! Hahaha, hoje é loucura naquela lanchonete!

Thaís: hoje está uma loucura na minha vida, porque se a lanchonete já está um hospício, a boate à noite vai estar ainda pior hahaha. Mas é isso, quem precisa vai à luta e nada nessa vida vem fácil. Vamos rápido, antes que a gente perca o primeiro ônibus. Se chegarmos atrasadas, podemos acabar perdendo o emprego, e aí as coisas vão ficar ainda mais complicadas. Hahaha.

— As duas seguem para o ponto do ônibus.

Deliane narrando: Oi, meninas, eu sou a Deliane, mas muitos me chamam de Ane. Tenho 25 anos e sou a melhor amiga da Thaís, ou melhor, até agora a única KKK. Adoro minha boneca loira. Ela é extremamente dedicada e lutadora, carregando uma enorme quantidade de responsabilidades. Admiro muito minha amiga. Sou solteira e, ocasionalmente, dou umas escapadas e vou para a boate onde Thaís trabalha, pego os gatinhos e só! Hahaha, a Thaisinha nunca se envolveu com homem nenhum. Fico insistindo para ela sair com algum gatinho, mas ela é muito focada nas suas responsabilidades e acaba esquecendo de viver a vida pessoal. Porém, respeito a atitude e a decisão da minha boneca.  Thaisinha é uma autora excepcional, escrevendo livros de romance belíssimos. Ela possui um dom especial, algo divino; não é qualquer pessoa que é capaz de criar e expressar em palavras o que sente. Não sou muito ligada nem entendo bem essas coisas da internet, mas acredito que ela encontrará uma forma de ganhar dinheiro com suas histórias. Por enquanto, não sabemos como ou a quem recorrer, pois os editores são muito caros e nem eu nem ela temos condições financeiras para isso. Moro sozinha, meus pais faleceram em um acidente. Thaisinha tem muita fé e, quem sabe, um dia Deus olhará para ela e o sonho que ela guarda dentro de si se tornará realidade. Deus nunca colocaria um dom na vida de alguém nem um sonho em seu coração sem que essa pessoa pudesse um dia realizá-lo, cumprir seu propósito e viver o dom que lhe foi concedido. Se Deus a fez nascer com essa inteligência e habilidade, é por algum motivo, e eu tenho certeza de que minha amiga um dia vai brilhar, pois ela já tem a estrela. Então, meninas, essa sou eu, e agora vamos ao trabalho, porque hoje é dia da lanchonete pega-fogo kkkkk.

— O dia chega ao fim. Foi agitado, com muitos clientes, diversos atendimentos, estresse e correria. Enfim, uma rotina cansativa. Por volta das 17 horas, é quando elas deixam a lanchonete. Deliane pega o ônibus e retorna para casa, enquanto Thaís se dirige ao banheiro da lanchonete, troca de roupa, veste o uniforme de barman, aplica rapidamente o perfume, faz uma maquiagem leve apenas para disfarçar o cansaço e pega um ônibus que a deixa perto da boate. Para iniciar suas tarefas, ela precisa chegar lá, no mais tardar, às 18h30. Márcio encontra-se em casa no momento, acompanhado de sua irmã e de seu amigo, que é o peguete de Adriana.

Jaime: Então vai rolar boate hoje? Vamos para aquela lá do centro, a gente nunca foi, é mais simples, mas deve ter bastante atrativo.

Adriana: a quais tipos de atrativos você se refere, seu Jaime?

Jaime: kkkk, relaxa, minha princesa. Não estou me referindo a atrativos de mulher, bom, não para mim, mas pode ser que tenha muitas meninas lá para o seu irmão kkkk, que é doido por mulher. Eu sou doido por você. —Dá um selinho nela.

Márcio: kkkk não sei por qual motivo vocês não dizem que estão namorando, porque vivem nessa fidelidade, nesse compromisso. Isso é o quê, se não for namoro?

Jaime: deixe nós dois do jeito que está o título do nosso envolvimento, nós dois é que criamos. Né, gata?

Adriana: com certeza não importa o título. O que importa é o sentimento, a cumplicidade, o envolvimento e o gostar de estar perto. E você, irmão, devia arrumar um sossega-leão, né? Vive aí passando de cama em cama, pulando igual macaco de galho em galho, eu, hein? Imagina se você fizesse um filho por aí?

Márcio: "Deus me livre, guarde, vira essa boca para lá!" Eu sou precavido, jamais vou transar com a mulher sem camisinha, nem doido eu faço isso.

Adriana: ainda continua com a mesma loucura de dizer que não beija as mulheres na boca?

Márcio: não é loucura, é uma opção minha e, sim, eu não beijo nenhuma mulher na boca, é só sexo e ponto final. Agora chega dessa conversa, porque a minha vida particular íntima só diz respeito a mim, né, irmãzinha? Bom, iremos, sim, nessa boate que o Jaime está dizendo; preciso conhecer novas garotas. Um peixinho novo na rede aqui do Dr. Será sempre muito bem-vinda.

Jaime: Um dia eu ainda irei ver esse cara babando por uma mulher, sendo fiel até à sombra.

Adriana: eu digo o mesmo e ele disse que, no dia em que disser que ama uma mulher, ele veste uma roupa de bailarina. Já mandei até ele providenciar a fantasia, porque eu tenho certeza de que esse dia vai chegar.

Jaime: e eu vou morrer de rir com a cena.

Márcio: podem rir, esse dia não vai chegar; não existe mulher capaz de conquistar o coração de Márcio Marinho.

Autora: esse Márcio vai engolir cada palavra, kkkkkkk ansiosas para ver?

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