Capítulo 2/ Entre Lágrimas e Promessas

Aurora, vendo a situação de Luna, não aguentou e foi para o quarto dos filho. As duas estavam sofrendo, mas Aurora não podia fazer mais nada.

Luna, ainda sentada à mesa e chorando, se levantou e pegou sua mochila. Precisava trabalhar, mesmo com a mente a mil. Ela abriu a porta e deu de cara com as meninas. Nesse momento, desabou ainda mais.

— A Aurora pediu divórcio — disse, enquanto as lágrimas rolavam.

Lisa, Annie e Alice olharam para ela e a abraçaram. As três também não contiveram o choro.

— Vai ficar tudo bem, okay? — falou Lisa, chorando.

— Nós vamos estar aqui com você, sempre,Luna — disse Annie, também emocionada.

— Ela também está sofrendo, Luna… e nós também — completou Alice, com a voz embargada.

Luna saiu do abraço das amigas, enxugando as lágrimas.

— Eu… eu preciso trabalhar — disse, a voz embargada, mesmo com a cabeça a mil e o vício ainda a atormentando.

Ela pegou a mochila e respirou fundo, tentando se recompor.

— Não posso me perder agora… mesmo que tudo esteja desmoronando — murmurou para si mesma, enquanto saía do apartamento, tentando manter a postura, mas sentindo cada pedaço de seu mundo se despedaçar.

Luna chegou ao hospital com o coração pesado e o corpo cansado, resultado da noite de plantão anterior e das lágrimas derramadas mais cedo. Cada passo pelo corredor parecia pesar toneladas.

— Luna! — chamou um colega de trabalho, mas ela apenas assentiu com a cabeça, sem forças para sorrir.

Enquanto atendia os pacientes, sua mente não parava de girar. Aurora… o pedido de divórcio… Hellena e Lorenzo dormindo sozinha enquanto elas brigavam… e seu próprio vício, que a fazia sentir-se cada vez mais impotente.

Ela tentou se concentrar nos exames, nas medicações, nas emergências, mas tudo parecia borrado. Cada sirene, cada choro de criança, cada alerta no monitor lembrava-lhe de que sua vida pessoal estava desmoronando.

Durante uma pausa rápida, Luna sentou-se no corredor, respirando fundo. Sua mão tremeu ao alcançar a garrafa de água, tentando se controlar. Mas a vontade de beber, de escapar de tudo, era quase insuportável.

— Eu não posso falhar… — murmurou para si mesma, as lágrimas misturando-se à exaustão. — Não agora… não com a Hellena e Lorenzo … não com Aurora… eu preciso ser forte.—

Ela respirou fundo novamente, enxugando o rosto, tentando afastar os pensamentos sombrios. Sabia que cada hora naquele plantão era uma batalha contra o próprio vício, contra a culpa e contra a possibilidade de perder tudo que amava.

E, mesmo com tudo isso, Luna se levantou, pronta para continuar. Porque a vida de seus filho e a chance de reconquistar Aurora dependiam dela enfrentar, finalmente, seus próprios demônios.

Por fim, o dia já havia amanhecido. Luna estava no terraço, com pensamentos a mil, quando ouviu a porta se abrir. Virou-se e viu Aurora. Seus olhos denunciavam que ela também havia chorado a noite inteira.

— Eu deixei a Hellena na creche com o Lorenzo, Luna… depois a mamãe vai levá-lo pra casa dela — disse Aurora, sem olhar nos olhos dela.

— Você vai dobrar hoje? — perguntou Luna.

— Não! Eu vou dormir hoje na mamãe — respondeu Aurora, firme, mas com a voz embargada.

— Então eu vou ver Eles depois, na creche — disse Luna, os olhos marejados.

— Tá bom, então — falou Aurora, virando-se, enquanto lágrimas caiam de ambas.

Antes que Aurora saísse do terraço, Luna a abraçou por trás.

— Não me deixe, Aurora, por favor! — soluçava Luna, como uma criança.

— Luna… não faça isso ser mais difícil ainda — disse Aurora, da mesma forma, chorando.

— Eu vou mudar, Aurora, eu prometo! Eu não quero te perder, eu não quero que você me deixe… por favor! — implorou Luna, abraçando-a com força.

Aurora se soltou lentamente do abraço de Luna e seguiu para seu consultório. Assim que fechou a porta, desabou, deixando que as lágrimas finalmente rolassem livremente.

Lisa e Alice, que passavam pelo corredor, ouviram o choro e correram para consolá-la.

— Aurora… calma, amiga… estamos aqui — disse Lisa, segurando-a pelos ombros.

— Eu sei… eu sei — respondeu Aurora, a voz embargada, enquanto se apoiava nas amigas.

Enquanto isso, Luna permanecia no terraço, imóvel, com os pensamentos a mil, os olhos marejados e o coração apertado.

Alguns minutos depois, Annie subiu até o consultório e encontrou as amigas chorando, tentando se confortar mutuamente.

— O que aconteceu? — perguntou Annie, a voz trêmula, aproximando-se.

— É a Aurora… ela está sofrendo — disse Alice, ainda tentando enxugar as próprias lágrimas.

— Nós precisamos estar aqui para ela, agora mais do que nunca — completou Lisa, abraçando a amiga novamente.

No terraço, Luna continuava sozinha, sentindo o peso de cada erro e cada decisão, sem saber se conseguiria consertar tudo a tempo.

Alguns minutos depois, Annie subiu silenciosa pelo terraço, encontrando Luna ainda sentada, olhando para o horizonte com os olhos marejados.

— Luna… — chamou Annie suavemente, aproximando-se com cuidado.

Luna virou o rosto, tentando segurar as lágrimas, mas não conseguiu.

— Eu… eu não sei mais o que fazer, Annie… — sussurrou, a voz embargada.

Annie se sentou ao lado dela, envolvendo-a em um abraço caloroso.

— Eu sei, amiga… eu sei que está difícil. Mas você não está sozinha, tá? Eu estou aqui com você.—

Luna apoiou a cabeça no ombro de Annie, soluçando baixinho.

— Eu só quero consertar tudo… mas parece que tudo que eu faço só piora as coisas — disse, sentindo o peso do vício, das brigas e do divórcio prestes a acontecer.

— Eu sei, Luna… mas respira fundo. Um passo de cada vez. Você ainda tem tempo para lutar por vocês, pela Hellena e o Lorenzo até pelo amor da Aurora — disse Annie, acariciando suas costas, tentando transmitir força e esperança.

No terraço, a manhã clara ainda brilhava ao redor, mas para Luna parecia que o mundo inteiro estava em silêncio, refletindo seu caos interior.

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Comments

Maria

Maria

Autora oq levou este descontrole da Luna ela era a mais centrada das 4

2025-09-27

1

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Capítulos
1 Capítulo 1/ O Divórcio
2 Capítulo 2/ Entre Lágrimas e Promessas
3 Notícias: Vício da Luna
4 Capítulo 3/ Culpa em Copos Vazios
5 Capítulo 4/ Uma Semana Pro Adeus
6 Capítulo 5/ Fragramento de Uma Família
7 Capítulo 6/ Quando o Ciúmes Fala Mais Alto
8 Capítulo 7/ Sombras do Passado
9 Capítulo 8/ Entre o Véu e a Verdade
10 Capítulo 9/ O Que Resta de Nós
11 Capítulo 10/ O Chamado da Senhora Eun-Ja
12 Capítulo 11/ Entre Raiva e Desejo
13 Capítulo 12/ Entre Ressaca e Recaída
14 Capítulo 13/ O Bonde da Loucura e da Benzedeira
15 Capítulo 14/ O Ritual de Sobrevivemos
16 Capítulo 15/ A Veia Desperta: Entre Rituais e Risadas
17 Capítulo 16/ Entre Rituais e Corridas Desesperadas
18 Capítulo 17/ Pânico na Pousada
19 Capítulo 18/ Fuga do Quarto 13
20 Capítulo 19/ O Matagal Assombrado
21 Capítulo 20/ Sobreviventes do Mato: Entre Palhaços e Donas Eun-Ja
22 Capítulo 21/ Plantão do Caos: As Médicas do Avesso
23 Capítulo 22/ Ringue do Plantão
24 Capítulo 23/ O Dia em que o Hospital Virou Octógono
25 Capítulo 24/ Verçosas em Fúria
26 Capítulo 25/ Desejo Interrompido
27 Capítulo 26/ Caos, Desejo e Pipoca
28 Capítulo 27/ O Dia que em o Juízo Fugiu da Casa
29 Capítulo 28/ Três Casais e um Surto Coletivo
30 Capítulo 29/ Segredos no Corredor: Quando Adão e Eva Chegaram à Creche.
31 Capítulo 30/ " Igual Adão e a Eva"
32 Capítulo 31/ O Retorno do Éden
33 Capítulo 32/ Gemidos no Corredor: A Noite das Pestes e do Prazer.
34 Capítulo 33/ Café, Caos e Dona Bebê
35 Capítulo 34/ O Silêncio Depois do Caos
36 Capítulo 35/ Cinco Corações, uma Vida
37 Capítulo 36/ Depois da Tempestade
38 Capítulo 37/ Plantão, Risadas e Confusões
39 Capítulo 38/ Ala Proibida: Quartel-General das Sobreviventes
40 Capítulo 39/ Trinta Dias de Caos e Sol
Capítulos

Atualizado até capítulo 40

1
Capítulo 1/ O Divórcio
2
Capítulo 2/ Entre Lágrimas e Promessas
3
Notícias: Vício da Luna
4
Capítulo 3/ Culpa em Copos Vazios
5
Capítulo 4/ Uma Semana Pro Adeus
6
Capítulo 5/ Fragramento de Uma Família
7
Capítulo 6/ Quando o Ciúmes Fala Mais Alto
8
Capítulo 7/ Sombras do Passado
9
Capítulo 8/ Entre o Véu e a Verdade
10
Capítulo 9/ O Que Resta de Nós
11
Capítulo 10/ O Chamado da Senhora Eun-Ja
12
Capítulo 11/ Entre Raiva e Desejo
13
Capítulo 12/ Entre Ressaca e Recaída
14
Capítulo 13/ O Bonde da Loucura e da Benzedeira
15
Capítulo 14/ O Ritual de Sobrevivemos
16
Capítulo 15/ A Veia Desperta: Entre Rituais e Risadas
17
Capítulo 16/ Entre Rituais e Corridas Desesperadas
18
Capítulo 17/ Pânico na Pousada
19
Capítulo 18/ Fuga do Quarto 13
20
Capítulo 19/ O Matagal Assombrado
21
Capítulo 20/ Sobreviventes do Mato: Entre Palhaços e Donas Eun-Ja
22
Capítulo 21/ Plantão do Caos: As Médicas do Avesso
23
Capítulo 22/ Ringue do Plantão
24
Capítulo 23/ O Dia em que o Hospital Virou Octógono
25
Capítulo 24/ Verçosas em Fúria
26
Capítulo 25/ Desejo Interrompido
27
Capítulo 26/ Caos, Desejo e Pipoca
28
Capítulo 27/ O Dia que em o Juízo Fugiu da Casa
29
Capítulo 28/ Três Casais e um Surto Coletivo
30
Capítulo 29/ Segredos no Corredor: Quando Adão e Eva Chegaram à Creche.
31
Capítulo 30/ " Igual Adão e a Eva"
32
Capítulo 31/ O Retorno do Éden
33
Capítulo 32/ Gemidos no Corredor: A Noite das Pestes e do Prazer.
34
Capítulo 33/ Café, Caos e Dona Bebê
35
Capítulo 34/ O Silêncio Depois do Caos
36
Capítulo 35/ Cinco Corações, uma Vida
37
Capítulo 36/ Depois da Tempestade
38
Capítulo 37/ Plantão, Risadas e Confusões
39
Capítulo 38/ Ala Proibida: Quartel-General das Sobreviventes
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