Capítulo 2.

Hospital de Seattle ala oncológica.

Melissa estava sentada no sofá observando sua mãe dormir enquanto pensava em um jeito de arranjar vinte mil dólares.

— Meg to ferrada.— Melissa disse ainda encarando a mãe dormindo.

— Mel vamos conseguir dar um jeito. — Megan disse apertando a mão da amiga.

Antes que Melissa pudesse perguntar como, o celular vibrou novamente. Dessa vez, um número desconhecido apareceu na tela.

Ela atendeu.

— Senhorita Ashford? — a voz feminina era educada, profissional.

— Aqui é a secretária do senhor Carter Black. Ele gostaria que a senhorita comparecesse à sede da Black’s Corporation amanhã, às nove da manhã.

Melissa franziu o cenho.

— Quem?

— Carter Black.

Ela olhou para Megan, que estava com um olhar curioso.

— E... o que exatamente ele quer comigo?

— O senhor Black prefere explicar pessoalmente.

A ligação caiu. Melissa ainda segurava o celular na mão, como se tentasse entender o que acabara de acontecer.

Megan sorriu abertamente agora.

— Viu? Eu disse que às vezes a vida manda um bilhete premiado.

— Ou uma armadilha. — Melissa suspirou.

Ela não sabia, mas acabara de colocar o primeiro pé dentro de um jogo que Carter Black já estava planejando havia meses.

O Primeiro Encontro

Melissa entrou no saguão da Black’s Corporation com a mesma postura que usava no hospital queixo erguido, passos firmes, e expressão de quem não tinha tempo para perder.

O prédio era imponente, com paredes de vidro que refletiam o céu cinzento de Seattle e um piso de mármore tão polido que parecia espelho. Homens e mulheres em ternos impecáveis cruzavam o hall como peças de um relógio perfeitamente sincronizado.

— Senhorita Ashford? — uma recepcionista de sorriso ensaiado se aproximou.

— Por favor, me acompanhe.

O elevador subiu em silêncio, exceto pelo som mecânico das portas se fechando e o leve zumbido do motor. Melissa não sabia ao certo o que esperar, mas uma coisa era clara, aquele Carter Black não era um homem qualquer.

A porta do elevador se abriu para um andar inteiro dedicado a um único escritório. O ambiente era amplo, minimalista, e dominado por paredes de vidro que revelavam uma vista panorâmica da cidade.

No centro, atrás de uma mesa de madeira escura, estava ele.

Carter Black.

Ele se levantou lentamente quando ela entrou. Alto, muito mais do que ela imaginara , ombros largos, terno preto impecável, gravata ajustada com perfeição. O cabelo escuro estava penteado para trás, e os olhos acinzentados pareciam estudá-la como se pudesse desmontá-la peça por peça.

— Senhorita Ashford. — Sua voz era grave, controlada, sem um traço de calor.

— Sente-se.

Melissa obedeceu, cruzando as pernas e apoiando as mãos no colo.

— Me desculpe, mas... eu ainda não entendi o motivo de estar aqui.

Carter não respondeu de imediato. Em vez disso, abriu uma pasta sobre a mesa, revelando um arquivo com páginas encadernadas.

— Li muito sobre você. Médica brilhante. Especialista em cirurgias de alto risco. Trabalha horas a fio. Vive para salvar vidas.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Isso está no meu currículo público.

— E também sei — ele continuou, como se não tivesse ouvido

— Que sua mãe está doente. Câncer pancreático. Tratamento caro.

O ar pareceu rarear. Melissa manteve a expressão firme, mas por dentro sentiu o estômago se contrair.

— O senhor está me investigando?

Carter encostou-se na cadeira, cruzando os dedos sobre o abdômen.

— Eu não “investigo”. Eu obtenho informações.

Ela manteve o silêncio por alguns segundos, tentando entender aonde ele queria chegar.

— Por que tudo isso?

Ele inclinou-se levemente para a frente.

— Porque eu posso resolver o seu problema. E, em troca, você vai resolver o meu.

Melissa sentiu uma pontada de desconfiança.

— Que problema?

Carter abriu um leve sorriso — não de simpatia, mas de quem segura um trunfo.

— Eu preciso de uma esposa.

O silêncio entre eles foi tão denso que o som distante da chuva contra o vidro pareceu um trovão.

Melissa piscou, certa de que tinha ouvido errado.

— Isso é algum tipo de piada?

— Não. — Ele se levantou, dando a volta na mesa até ficar a poucos passos dela.

— É uma proposta. E, se for inteligente, vai ouvir até o fim.

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gata

gata

Eita ,amo tudo isso

2025-09-12

0

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