༺𓆩۝𓆪༻Ep:𝟎𝟓༺𓆪۝𓆪༻

✧⊰∘☽༓☾∘∙⊱•𝐀 𝐯𝐢𝐮́𝐯𝐚 𝐝𝐞 𝐁𝐥𝐚𝐜𝐤𝐰𝐨𝐨𝐝•⊰∙∘☽༓☾∘⊱✧ 𝑪𝒐𝒏𝒕𝒊𝒏𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒂 𝑵𝒂𝒓𝒓𝒂𝒕𝒊𝒗𝒂『••✎••』
(Enquanto isso na mansão do Thomas Blackwood)
{𝐐𝐮𝐚𝐫𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐡𝐨́𝐬𝐩𝐞𝐝𝐞𝐬}
Catherine abriu os olhos como se emergisse de um túnel estreito: a luz tênue do quarto de hóspedes, o tecido do cobertor sobre as pernas, o pulso ainda incerto. Edith estava ao lado dela, a expressão marcada pelo cansaço e pela preocupação, as mãos ligeiramente trêmulas.
Edith Gismby
Edith Gismby
Senhora Catherine… a senhora está acordando. graças a deus eu estava tão preocupada
A voz de Edith saiu baixa, quase um sussurro fervoroso de alívio.
Catherine tentou sorrir, mas a boca parecia seca, a cabeça pesada. As memórias daquele instante a cama, o sangue, o corpo voltaram de golpe, como uma lâmina fria. Num pulo, levantou-se da cama. O mundo oscilou, e ela corou; o cheiro metálico ainda parecia a presença mais real no ar.
Catherine Ashford Blackwood
Catherine Ashford Blackwood
O banheiro...
murmurou, voz trêmula, e correu pelo quarto quase sem pensar. Edith levantou-se imediatamente, apressada, sem perder um segundo.
{𝐁𝐚𝐧𝐡𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐚𝐫𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐡𝐨́𝐬𝐩𝐞𝐝𝐞𝐬}
NovelToon
Catherine chegou à pia e não conseguiu segurar o que vinha: náusea, vertigem, o vômito que raspou a garganta. Edith, com cuidado, segurou o cabelo da patroa, puxando-o para trás e amparando a cabeça, a mão firme como uma âncora.
Edith Gismby
Edith Gismby
Respire, senhora. Respire devagar. Estou aqui, eu estou aqui.
Dizia Edith, o tom tomado de urgência contida, enxugando com delicadeza o canto da boca de Catherine e oferecendo água numa mão trêmula.
Catherine arquejou, apoiando-se no balcão, os olhos brilhando de lágrimas contidas. Por baixo da confusão e do pânico, havia algo como vigilância: o relógio no corredor, o som abafado de vozes que vinham lá de baixo como se já começasse a montar a cena de volta, peça por peça.
Edith tornou a falar, com a calma forçada que vem de quem precisa acalmar e agir:
Edith Gismby
Edith Gismby
Os senhores estão a caminho, senhora. Chamamos a polícia, os seguranças isolaram a casa. Não se esforce. Vou buscar um pano e chamar o Dr Lewis assim que chegarem.
Catherine assentiu, ofegante, e deixou que Edith a guiasse de volta para a cama, cobrindo-lhe os ombros com o cobertor. Seus dedos tremiam quando tocaram a própria barriga, como se procurassem confirmar uma promessa frágil que ainda existia ali. Edith percebeu o gesto e, sem dizer nada, apertou de leve a mão da patroa em sinal de suporte.
Enquanto Edith saía para cumprir as ordens provavelmente acalmar outros empregados e atender ao que fosse preciso Catherine permaneceu deitada, olhos abertos no teto, tentando juntar pensamentos que insistiam em escapar.
A respiração ainda acelerada, ela permitiu que as lágrimas escorressem sem som.
{𝐍𝐚 𝐂𝐨𝐳𝐢𝐧𝐡𝐚}
NovelToon
Edith empurrou a porta da cozinha com cuidado, os passos ainda firmes apesar da pressa. O calor das bocas que falavam em sussurros contrastava com o frio que vinha do quarto de hóspedes; a cozinha, normalmente organizada e quase silenciosa naquele horário, parecia um formigueiro.
Ao entrar, ela deparou-se com um pequeno agrupamento: duas cozinheiras estavam encostadas no balcão, mãos trêmulas, os rostos pálidos; uma empregada mais jovem segurava um avental na frente do corpo como se fosse um escudo; outra, com os olhos arregalados, falava apressada, espalhando boatos que ganhavam forma conforme saíam.
???
???
Empregada: O que foi, Edith ?
a voz de uma delas soou baixa, mas urgente.
???
???
Empregada: É verdade que o senhor Thomas…e-ele tá morto ?
Edith ergueu as mãos num gesto que pedia silêncio, a expressão dura de quem precisava manter a ordem. Mesmo abalada, ela sabia que a calma era uma linha tênue que precisava segurar.
Edith Gismby
Edith Gismby
Calma, por favor. Primeiro...
ela passou o olhar pelas faces ansiosas
Edith Gismby
Edith Gismby
o que vocês sabem ? Quem começou a contar histórias sobre o que aconteceu ?
As respostas vieram atropeladas: boatos sobre supostos gritos, alguém que teria visto sangue pelo corredor, suposições sobre ladrões. Palavras que, na ausência de confirmação, cresciam como chamas ao vento.
???
???
Empregada: Nós escutamos o grito, Edith. Depois… depois os seguranças estavam correndo gritando ordens para isolarem toda a mansão.
Murmurou uma das cozinheiras, a voz vacilando.
Edith fechou os olhos por um instante, respirou fundo e retomou o controle com a firmeza que a função exigia:
Edith Gismby
Edith Gismby
Não espalhem. Não inventem. A polícia está a caminho e os senhores que precisam falar já estão falando. Tudo que não for informação oficial só atrapalha.
Houve um murmúrio de conformidade, mas os olhares ainda traíam o nervosismo. Edith caminhou até a pia e começou, com movimentos automáticos, a encher um jarro de água, gesto prático para acalmar os ânimos.
Edith Gismby
Edith Gismby
Quem ficou com medo, vai para o quarto de empregados. Quem precisar falar, espera ali.
Ordenou, apontando para a pequena sala de descanso.
Edith Gismby
Edith Gismby
Ninguém sai da propriedade. Entendido?
As mulheres assentiram, algumas limpando as mãos nos aventais de forma nervosa. Uma delas, mais velha, aproximou-se e baixou a voz:
???
???
Empregada: A senhora Catherine… ela está bem?
A pergunta fez o rosto de Edith tremer por um segundo. Ela conteve uma resposta emocional e falou a verdade da forma mais contida que pôde:
Edith Gismby
Edith Gismby
Ela está sendo cuidada. Fiquem calmas e sigam as ordens. Agora, por favor, guardem silêncio e voltem ao trabalho até que a polícia diga o contrário.
Enquanto as empregadas se dispersavam, ainda cochichando em pequenos grupos, Edith ficou um momento imóvel, a água no jarro refletindo a luz da cozinha. Por trás da postura firme, a preocupação pela patroa e pelo que viria a seguir pesava. Mas a rotina pedia ação, não pânico e ela procurou agir como quem segura a casa inteira pelo cordão de uma única mão.
{𝐍𝐨 𝐩𝐚́𝐭𝐢𝐨 𝐝𝐚 𝐦𝐚𝐧𝐬𝐚̃𝐨}
NovelToon
As luzes azuis e vermelhas das viaturas pontuaram o pátio da mansão enquanto os carros freavam e os motores cessavam. Portas bateram em sequência e passos apressados cortaram o silêncio noturno.
Um policial alto, de expressão metida e fala pronta, foi o primeiro a sair da viatura o tipo que estimava já ter a verdade pronta antes mesmo de ver a cena.
Grigori, o chefe de segurança, avançou com passos firmes assim que reconheceu a unidade. O rosto dele estava contraído por uma tensão contida; sua postura, impecável.
Grigori Vasiliev Petrov
Grigori Vasiliev Petrov
Boa noite. Sou Grigori, chefe de segurança da residência. O corpo do senhor Thomas está no segundo andar.
O policial arqueou uma sobrancelha, estudando-o com um sorriso que não alcançava os olhos. Deu um aceno brusco com a mão. Dois colegas seus avançaram, empurrando a porta e subindo as escadas como se fossem donos do lugar para verificar a informação.
Grigori Vasiliev Petrov
Grigori Vasiliev Petrov
Já isolamos a mansão. Ninguém entrou ou saiu desde que o alarme foi acionado. Temos as coordenações dos pontos e o registro das rondas.
O policial revirou os olhos, comedendo o desdém em cada sílaba.
???
???
Policial: Claro que alguém entrou. Do contrário, o proprietário não estaria morto.
A sentença saiu como se fosse óbvia demais para discutir.
Por dentro, Grigori sentiu o sangue esquentar e uma vontade grosseira de responder com força de dar um soco naquela superioridade mal colocada. Mas manteve a máscara profissional: um leve aperto na mandíbula, um controle medido da respiração. Ele sabia que qualquer confronto físico significaria perder toda autoridade ali e só complicaria o trabalho.
Grigori Vasiliev Petrov
Grigori Vasiliev Petrov
Vamos deixar a investigação seguir seu curso.
respondeu, com a voz baixa e firme, escolhendo as palavras como quem posiciona peças em uma mesa
Grigori Vasiliev Petrov
Grigori Vasiliev Petrov
Quando precisarem de acesso a registros da casa ou das rondas, me chamem. Vou cooperar integralmente.
O policial deu um último olhar avaliador, meteu as mãos nos bolsos e acenou secamente.
???
???
Policial: Muito bem. Vamos ao trabalho.
Enquanto os agentes subiam para realizar a verificação inicial, Grigori permaneceu por um instante observando-os. O calor da raiva ainda vibrava sob a superfície, mas foi rapidamente substituído por foco: coordenar a equipe, certificar-se de que nada fosse comprometido, recolher qualquer informação que os investigadores pedissem. Ele cuidaria da calma externa e guardaria a ira para quando pudesse transformá-la em ação útil e precisa.
.
.
.
NovelToon

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!