Capítulo 2 - Pedro

Finalmente posso alongar as pernas depois dessa longa viagem. Espero conseguir descansar bem quando chegar à casa do meu padrinho. Ele com certeza vai me corrigir, dizendo que agora a casa é minha também. Mas primeiro vou precisar me acostumar para conseguir dizer isso com naturalidade. Hahaha!

Agora... onde será que ele está? Não o vejo em lugar nenhum.

Pego a mala do chão e começo a andar, olhando para os lados. Ando, ando... mas nada. Sem sinal dele. Suspiro, sento em um banco e espero por alguns minutos.

Ah, parece que finalmente é ele! Estou vendo, ele está vindo correndo.

Rebeca se levanta ao vê-lo se aproximar.

— Rebeca, minha querida Rebeca! Me desculpa pelo atraso. Teve um engarrafamento enorme por causa de um pequeno acidente... E agora sinto que vou desmaiar com tanta correria! Então, como você está? Como foi a viagem? É a primeira vez que você sai da sua cidade, né? Deve estar bem nervosa com essa nova etapa da vida — ele fala sorrindo, ainda ofegante.

— Espera, padrinho... Depois eu respondo tudo isso. Mas vamos primeiro para a sua casa, estou muito cansada. E o senhor também precisa respirar e se acalmar, porque parece que o seu dia já começou agitado — responde Rebeca, sorrindo.

— Você que manda. Me dá a mala. — Pedro pega a bagagem dela. — Mas antes de irmos pra casa, vamos parar na lanchonete e tomar um café da manhã. Você deve estar morrendo de fome depois dessa longa viagem.

Ah, e só lembrando: é nossa casa. Sei que vai levar um tempo pra se acostumar, mas a partir de agora, ela é sua também.

— Espero me acostumar rápido — diz Rebeca, sorrindo.

Pedro abre a porta do carro para ela.

— Entre, madame, e seja muito bem-vinda à cidade. Espero que você se saia bem nessa nova fase da sua vida.

— Obrigada, cavalheiro. E muito obrigada pelas palavras de boas-vindas. Acho que essa nova etapa vai ser... inesquecível.

Rebeca entra no carro. Pedro guarda as malas no porta-malas e entra em seguida.

— Essa cidade parece ser calma... — comenta Rebeca, observando pela janela.

— Só parece. Aqui é como qualquer outra cidade: tem confusão e fofoqueiro. Como a cidade não é grande, cuidado pra não virar o centro das atenções — ele sorri. — Isso pode acabar te metendo em fofocas.

Ambos riem.

— Agora fiquei apavorada!

— Relaxa. Eu sei que você vai se comportar. Mas, falando sério, fique atenta. Nem todo mundo tem boas intenções.

O silêncio se instala por alguns instantes, até que Pedro estaciona o carro.

— Bom, chegamos.

— Lanchonete Girassol — Rebeca lê a placa ao descer do carro.

Enquanto tiram os cintos e descem, várias pessoas cumprimentam Pedro.

— Bom dia, Pedro! — dizem, olhando depois para Rebeca com curiosidade.

— Bom dia! — respondem os dois, repetidas vezes.

— Nossa... O senhor me avisa pra não virar o centro das atenções, mas parece que todo mundo aqui já te conhece. E agora estão curiosos pra saber quem é a garota nova ao seu lado!

Pedro ri.

Os dois se sentam em uma mesa.

— Cidade pequena é assim mesmo. Principalmente se você for sociável... todo mundo vai saber seu nome rapidinho.

— Tipo um vereador — diz Rebeca, rindo ao imaginar o padrinho cumprimentando eleitores.

— Isso, como um vereador. Engraçadinha...

Uma garçonete se aproxima com um bloco de pedidos na mão.

— Bom dia, Pedro! Vai querer o de sempre? E a moça, vai querer o quê?

— Bom dia, Lily! Sim, o de sempre. E você, Rebeca?

— O que é que o senhor sempre pede?

— Bolo de chocolate com uma xícara de café.

— Então quero o mesmo, por favor.

— Ok, já volto com os pedidos.

Alguns minutos depois, Lily retorna com os pratos.

— Aqui está. Disse que ia ser rápido! Espero que goste — diz, olhando para Rebeca, depois para Pedro, e piscando discretamente para ele. Rebeca percebe. — Qualquer coisa, é só chamar.

— Obrigada.

— Valeu, Lily.

Lily se afasta. Rebeca encara Pedro.

— O que foi aquilo?

— Aquilo o quê?

— Qual é, padrinho... Eu vi! Ela piscou pra você. Tava flertando!

— Nem percebi. Além disso, mesmo se tivesse notado... não poderia retribuir. Meu coração já tem dona.

Rebeca fica chocada e curiosa.

— Quem é? Eu conheço? O senhor já falou dela? É mais velha? Mais nova? Vocês estão namorando?

— Você não a conhece. E... infelizmente não estamos namorando. E não vou te contar quem é.

— Tudo bem. Sei que logo descubro. A cidade não é grande, e como todo mundo conhece todo mundo... provavelmente vou conhecê-la logo também.

Pedro ri, pois sabe que ela está certa.

— Tá bom, chega. Agora prova esse bolo. Você vai ver como é gostoso.

Rebeca experimenta o bolo, faz uma expressão surpresa.

— Uau... esse bolo é de outro mundo! Amei!

— Tive essa mesma reação quando provei pela primeira vez. Com... Lúcia...

Ele para ao perceber o que acabou de dizer.

— Lúcia? É ela? A dona do seu coração? — Rebeca sorri, levantando uma sobrancelha.

— ...Puxa, olha a hora! Melhor você terminar logo, lembra que estava cansada? Melhor irmos, depois te mostro a cidade com calma. Quer saber? Vamos pedir pra embrulhar e comer o resto em casa. Pedro chama a garçonete. — Lily?

— Mas a gente acabou de chegar... Tá bom. Você deveria dar aula de como fugir de um assunto. Mas pelo menos agora sei o nome da dona do seu coração.

Lily se aproxima.

— Mais alguma coisa?

— Pode embrulhar pra viagem, por favor?

— Já? Vocês mal chegaram!

— Foi o que eu disse! Dei só uma mordida...

— Rebeca acabou de chegar à cidade, vai morar comigo. Teve uma longa viagem, quero que ela descanse antes de eu mostrar a cidade.

— Então por isso nunca te vi por aqui. Seja bem-vinda a Serra Dourada! Que você se divirta muito aqui.

— Obrigada! Só dei uma mordida no bolo e já virou meu favorito, igual o do meu padrinho.

— Que ótimo que gostou! Espero que volte mais vezes. Lily recolhe os pratos e sai.

Alguns minutos depois, ela volta com a sacola e entrega a Pedro.

— Obrigado. Vamos, Rebeca? Tchau, Lily!

— Tchau! Até logo — diz Lily, com um tom sugestivo. Rebeca ri e olha para Pedro, que desvia o olhar.

E assim, eles seguem rumo à casa de Pedro.

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