Capítulo 4

Marcelo ficou um bom tempo na sua sala jogado na cadeira, e vendo os pedaços do vaso e da foto, pelo chão. Não entendia, como não percebeu as artimanhas de Luana. E Felipe, seria seu filho legítimo? Sim, isso não importava, pois, o amava incondicionalmente.

Após um bom tempo, resolveu ligar para Laura e marcar para conversarem.

- Bom dia Laura. Podemos conversar?

Laura: Bom dia, seu Marcelo. Pelo visto, Gregório já passou para conversar com o senhor.

Marcelo: Sim, ele esteve aqui. Você pode vir até a empresa para conversarmos?

Laura: Irei sim, só avisar o horário.

Marcelo: Pode ser amanhã a tarde? Hoje, após o almoço, irei com o Felipe até a psicóloga.

Laura: Fico muito contente por sua atitude. O meu menino merece ser feliz.

Marcelo: Obrigada. Então, até amanhã.

Laura: Até amanhã, seu Marcelo.

Depois disso, saiu da sala e foi até a secretária.

- Dona Márcia, estou indo embora e não volto mais hoje. Só me repasse os relatórios no final do dia, por favor.

Márcia: Pode deixar, seu Marcelo.

Marcelo foi em direção a igreja local. Lá, ajoelhou-se e rezou. Pediu perdão pelo que fez ao filho, agradeceu por saber da verdade e libertou o seu coração do luto. Luana não merecia mais nenhum sofrimento dele.

Após sair de lá, foi buscar Felipe na escola e levá-lo para almoçar num restaurante próximo, pois não tinha cabeça para cozinhar.

Durante o almoço, o menino contava as suas aventuras na escola e havia feito um novo amigo, chamado André. Eles chamavam ele de esquisito, e Felipe o defendeu durante o recreio, depois ficaram fazendo lanche juntos.

Marcelo ouvia atentamente o filho e se perguntava como pode deixá-lo sozinho tanto tempo.

Saíram do restaurante e encaminharam-se para a clínica.

Felipe estava muito falante e cumprimentava educadamente as pessoas na sala de espera. Marcelo sorria com a espontaneidade do pequeno.

No horário, Mariana foi até eles chamar o menino para a sua primeira sessão. Apresentou-se ao pai e levou o Felipe para atendê-lo sozinho.

O atendimento, que durou aproximadamente 40 minutos, finalizou, foi agendado novo horário e seguiram para casa. Marcelo havia agendado para ele, com um outro psicólogo da clínica, pois estava precisando também.

Chegando em casa, foram tomar banho para depois preparar o jantar.

Durante o banho...

Felipe: Papai, a tia Mariana é muito legal. Ela brincou comigo, perguntou da escola e do que eu gosto.

Marcelo: E você falou direito com ela?

Felipe: Sim, fiz um desenho e ela disse que estava lindo.

Marcelo: Certo. Nós iremos lá mais vezes.

Felipe: Que legal! Ela parece uma princesa. O papai, podia ser o namorado dela. O pai do meu amigo, namora com a nossa professora.

Marcelo: Não estou pensando em namorada, por enquanto. Agora, vamos lá terminar o jantar.

Eles foram até a cozinha, Marcelo terminou o jantar e ambos jantaram.

Enquanto o pai arrumava a cozinha, Felipe foi assistir desenho na sala.

Com tudo pronto, organizou a mochila para o dia seguinte, conferiu a agenda e foi levar o filho para a cama.

Felipe: Papai, conta uma história?

Marcelo: Pode ser garotão. Escolhe o livro enquanto separo o seu pijama.

Arrumou o filho, colocou-o na cama. Não demorou muito, Felipe dormiu e ele foi para o seu quarto.

No quarto, Marcelo pegou o notebook, organizou os relatórios do dia, mandou uns e-mails e foi até a varanda do quarto tomar um uísque.

Após apenas uma dose, deitou-se e tentou dormir. Ficou pensando em Mariana, nem reparou direito nela, pois estava muito chateado. Rolou um bom tempo na cama, até o cansaço o dominar, mas não sem antes afirmar: "Amanhã será um novo recomeço ".

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