°•Leiloado Para Um Mafioso•°
°•03 - É Melhor Você Me Obedecer, Ômega•°
Os dias na mansão Seo passaram lentamente, mas ao mesmo tempo pareciam Seong como areia fina.
Desde que foi comprado, o Ômega vivia sob vigilância constante. Tinha liberdade para andar dentro da mansão, mas os olhos sempre estavam sobre ele.
Especialmente os de Min-gi.
O Alfa observava. Sempre observava.
Nunca dizia muito, mas Seong sentia o peso daquele olhar como se fosse uma corrente invisível presa ao seu tornozelo.
Min-gi estava sempre lá, nos corredores, à mesa de jantar, à distância no jardim.
Silencioso, imóvel, com os olhos escuros fixos nele.
Havia algo naquele olhar que incomodava profundamente Seong... não era apenas frieza.
Era como se o mafioso estivesse tentando decifrá-lo. Como se algo em Seong mexesse com algo que Min-gi preferia manter enterrado.
Ele percebia quando o cheiro do Alfa se intensificava levemente ao se aproximar demais.
Quando o tom de voz dele se tornava mais grave, mesmo que sutilmente. Como agora.
Seong estava no jardim da mansão, sentado à sombra de uma árvore, lendo um livro que encontrou na biblioteca privada.
O vento leve bagunçava seus cabelos e o sol pintava sua pele pálida com tons dourados.
Por um breve momento... ele sentiu uma falsa liberdade. Mas ela se desfez quando ouviu a voz familiar, fria e firme.
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
Quem mandou sair da sala?
Seong ergueu os olhos. Min-gi estava parado perto da porta de vidro, os olhos fixos nele.
O terno preto ajustado ao corpo forte, a postura dominante e a expressão neutra. Mas o tom de voz não deixava espaço para dívidas: ele estava irritado.
𝑯𝒂𝒏𝒈 𝑺𝒆𝒐𝒏𝒈
Eu achei que poderia vir ao jardim. Não estou tentando fugir, se é isso que pensa.
A voz de Seong saiu com firmeza, tentando parecer calmo, mas o seu coração estava acelerado.
Min-gi caminhou até ele em passos lentos e controlados, como um predador que se aproxima da presa. Parou bem diante do Ômega, o olhando de cima.
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
Eu não dei permissão.
𝑯𝒂𝒏𝒈 𝑺𝒆𝒐𝒏𝒈
E eu não sou um cachorro que precisa de coleira pra respirar.
*Se levanta*
Min-gi segurou o pulso esquerdo de Seong com força.
O aperto não era agressivo ao ponto de machucar, mas firme o bastante para fazê-lo entender quem tinha o controle.
O calor da mão do Alfa invadiu a pele do Ômega, o cheiro forte do feromônio do Alfa o atingiu em cheio. Um arrepio involuntário percorreu a espinha de Seong, mas ele não abaixou o olhar.
𝑯𝒂𝒏𝒈 𝑺𝒆𝒐𝒏𝒈
*Tenta se soltar*
Me solta.
Min-gi não soltou. Ao contrário, apertou um pouco mais...
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
É melhor me obedecer, Ômega.
Por um segundo, o silêncio se instalou entre os dois.
O peito de Seong subia e descia rapidamente. O rosto levemente corado, não sabia se era por raiva ou pela presença sufocante do Alfa.
Os olhos castanhos encaravam os de Min-gi com uma mistura de desafio e medo. Mas não de submissão.
𝑯𝒂𝒏𝒈 𝑺𝒆𝒐𝒏𝒈
Se eu for obedecer tudo que o senhor disser, então sou o quê? seu brinquedo? seu animal de estimação?
Min-gi estreitou os olhos.
O rosto dele estava a centímetros do de Seong. E, por um instante, ele ficou em silêncio.
Aquilo o irritava, o jeito como aquele garoto ainda se mantinha firme, mesmo sendo tão pequeno perto dele.
Mesmo sendo um Ômega, mesmo tendo sido vendido. Ele deveria estar de cabeça baixa. Ele deveria chorar, implorar, tremer. Mas Seong não era desse tipo.
Havia algo nele que Min-gi não conseguia quebrar. Algo que o fazia sentir... vivo.
Min-gi soltou o pulso do garoto de repente.
Seong deu um passo para trás, massageando o local, mas sem desviar o olhar.
Ainda assim, o cheiro de tensão pairava no ar. O corpo dele reagia involuntariamente à presença dominante do Alfa, era da natureza, e isso o deixava ainda mais irritado consigo mesmo.
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
Da próxima vez que desobedecer, eu não serei tão gentil.
*Voltando para a mansão, como se nada tivesse acontecido*
Seong permaneceu parado, sentindo o sangue pulsar no pulso onde foi segurado.
E embora a raiva queimasse dentro de si, havia também outra coisa... algo mais perigoso ainda.
Ele sentia seu corpo tremer não apenas de medo, mas também de confusão. Porque no meio de tudo aquilo, de toda ameaça e controle, algo dentro dele havia reagido aquele toque. Algo profundos, estranho... e proibido.
E enquanto o sol se punha atrás das colinas, ambos sabiam que algo estava começando a se transformar entre eles.
Algo sombrio, quente e incontrolável.
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