Capítulo 1 – A Porta que Se Abre

🌧️ (A Porta que Se Abre)
Chuva caía fina naquela manhã de segunda-feira. Gael apertou a alça da bolsa contra o ombro e respirou fundo diante do portão imponente da casa 107, no bairro nobre da cidade. Seu reflexo no vidro do interfone mostrava olheiras e uma expressão cansado, mas também a esperança de quem não podia errar. Ele tocou o botão com dedos trêmulos.
Estevão
Estevão
— Alô? — a voz masculina soou firme no interfone.
Gael
Gael
— Bom dia, senhor Estevão. Sou Gael… o nova babá.
Houve uma pausa. Um clique metálico. E o portão se abriu. --- A casa era silenciosa, espaçosa, quase fria. Não pelas cores ou móveis, mas pela ausência de vida. Gael percebeu isso logo ao pisar no tapete da entrada. Não havia brinquedos espalhados, nem risos vindos dos quartos. Só o tic-tac distante de um relógio caro. Estevão surgiu no alto da escada, vestindo uma camisa branca impecável e um olhar calculado.
Estevão
Estevão
— Seja bem-vindo. Romeu está no quarto. A babá anterior saiu há dois dias. — Ele falou sem sorrir.
Gael assentiu, tentando esconder o nervosismo.
Gael
Gael
— Obrigado. Prometo que vou cuidar bem dele.
Estevão
Estevão
— Espero que sim. Ele… tem dificuldade com mudanças.
--- Romeu estava encolhido num cantinho do quarto azul bebê, abraçando um coelhinho de pelúcia de orelhas gastas. Tinha grandes olhos castanhos e um olhar desconfiado. Gael se agachou devagar, à distância.
Gael
Gael
— Oi, Romeu. Eu sou a gael. Gosto de chá de mentirinha e histórias de dragões bobos. E você?
Silêncio. O menino apenas o observava.
Gael
Gael
— Tudo bem — gael sorriu, doce. — A gente pode começar sem pressa.
Ele sentou no chão, tirou da bolsa um livrinho ilustrado e começou a ler em voz alta. Sem pedir, sem forçar. Página após página. E quando virou para ver Romeu, o menino já havia se aproximado um pouco mais.
--- 🖋️ Diário de gael – 3 de maio > "A casa é linda, mas parece vazia por dentro. O Sr. Estevão é educado, mas frio — como se tudo nele estivesse congelado desde algum momento do passado. Romeu… é um botão de flor fechado. Não sei quanto tempo vou ficar, mas quero deixar algo de bom aqui, nem que seja um sorriso."
--- Naquela noite, Estevão o observou de longe pela porta entreaberta da sala de brinquedos. Romeu ria. Ria mesmo. Gael fazia vozes engraçadas, usando um polvo de pelúcia como chapéu. Ele não via o filho sorrir daquele jeito há muito tempo. E, por um instante, algo dentro dele também se moveu. Como uma rachadura no gelo. ---

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!