o roubo misterioso

Na manhã seguinte, o caos reinava no prédio da Relux.

Luctux estava furioso, destruindo sua sala inteira após descobrir o roubo.

Berenice entrou calmamente, com uma bandeja nas mãos.

— O senhor está muito alterado... deseja um café? Um chá?

Luctux olhou pra ela com raiva:

— Sabe o que você pode fazer por mim, doce Berenice?

— Diga, chefinho — respondeu ela, com um sorrisinho.

— Some da minha vista, porque se você me provocar, te jogo pela janela! — gritou Luctux, fora de si.

Berenice revirou os olhos:

— Aii, que grosso! Bem feito que te roubaram, idiota. — Disse, saindo debochada.

Luctux, sozinho, murmurou:

— Agora meu pai vai achar que fui eu... tô perdido. Ai, meu Deus, o que eu faço?

Nesse momento, a porta da empresa se abriu.

Elaine, uma moça tímida e desarrumada, entrou. Todos no escritório riram dela.

Ela foi direto até a sala de Luctux, que quase caiu da cadeira ao vê-la.

— Boa noite. Muito prazer. Sou a funcionária que o senhor escolheu — disse Elaine, com simplicidade.

Luctux, surpreso, respondeu:

— Seja bem-vinda. Você vai trabalhar comigo na contabilidade... e em outras coisas. Vou te ensinar tudo. Só não hoje... aconteceu um desastre que me deixou mal.

— Sério? Posso ajudar o senhor com algo? — perguntou ela, preocupada.

— Infelizmente, não. Acho que é o meu fim. Vão fazer picadinho de mim... talvez eu seja demitido hoje — confessou ele, cabisbaixo.

— O caso é sério, então... coitado — murmurou Elaine, com pena.

Corta para a casa de Lorenzo, que entra furioso:

— Onde está o dinheiro da empresa?! Você roubou pra gastar em bar de novo, foi?! Vai pagar caro por isso, filho! Está demitido!

Luctux abaixa a cabeça, triste:

— Tudo bem, pai... eu vou lá arrumar minhas coisas.

Ele ia sair, quando Elaine o impede, ficando entre ele e a porta.

— Não demita ele! Eu sei quem roubou a empresa — disse ela, firme.

Lorenzo, surpreso:

— Quem?

Elaine respirou fundo:

— Fui eu, senhor. Fiz sozinha. Se quiser me prender, não vou fugir.

Lorenzo a olhou por um tempo... e respondeu:

— Não vou te prender, mocinha. Relaxa, não sou tão ruim assim. Mas vou descontar isso do seu salário. Seja bem-vinda. Que bom que tudo foi esclarecido.

E saiu.

Luctux, boquiaberto:

— Por que você me defendeu assim? Mal te conheci...

Elaine sorriu:

— Tive pena do senhor... ia sair sem motivo. Foi injusto.

— Agora você vai pagar por mim. Isso não tá certo. Tô me sentindo mal — disse ele, sem graça.

— Relaxa. Eu não me importo. Só quero que saiba que pode contar comigo — respondeu ela.

Luctux, aliviado:

— Muito obrigado pela ajuda... você foi maravilhosa hoje.

Eles se encararam por alguns segundos... mas não rolou nada. Um momento silencioso e estranho.

De repente, a porta se abriu com tudo.

Berenice entrou:

— Ops... erro de cálculo! — disse, e saiu correndo.

Elaine, curiosa:

— Quem era essa?

Luctux deu uma risadinha:

— A fofoqueira daqui. Tome cuidado, ein... 🤣

— Sou bem reservada. Se depender de mim, ela não descobre nada — respondeu Elaine, firme.

— Agora vá trabalhar. Não estamos aqui pra ficar de papo. Quanto menos trabalho, mais o dinheiro some — disse Luctux, já se recuperando.

— Sim, senhor. Perdão — respondeu Elaine, indo atender os telefones.

O telefone tocou.

Ela atendeu, e uma voz misteriosa do outro lado disse:

— Você não sabe onde está se metendo!

O sinal caiu.

Ela ficou paralisada.

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