capítulo 1
Sol batia forte no campinho da creche . O vento soprava de leve, fazendo a grama balançar como um mar verdinho.
Taduroki observava atentamente um menino jogando Bola sozinho.
O garoto fazia alguns dribles impressionantes, rodando o corpo e batendo na bola com os dois pés, como se estivesse em uma final de campeonato.
Mas, num momento de muita coragem, ele tentou chutar a bola na cesta de basquete.
Luk _🍰
_ BUAAAAAAAAÁAAAAAAAAAAAAAA!
Taduroki correu até ele e se agachou ao lado, olhando curioso . Com a voz infantil e direta, perguntou :
Taduroki - (눈‸눈)
__ você está cholando?
Luk _🍰
_ Não...só tô deitado pra pegar um bronze * voz chorosa*
Taduroki inclina a cabeça.
Taduroki - (눈‸눈)
__ Mas você palece que tá cholando.
Luk _🍰
__ É claro que estou cholando!
*grita, levantando o rosto cheio de lágrimas e um pouco de terra grudada*
Taduroki - (눈‸눈)
_ Então porquê mentiu dizendo que não tava? (•_• )
Luk _🍰
— Porque sou um homem, e homem não chola ! — ele respondeu, sentando-se na grama e limpando o rosto com a manga da blusa.
Taduroki, ainda sério, sentou-se ao lado dele e soltou:
Taduroki - (눈‸눈)
__ Pare de ser maxita .
Luk _🍰
— O que é "maxita"?
* fraze a testa*
Taduroki - (눈‸눈)
__ Não sei... mas já ouvi a minha mãe dizer isso para um homem.
Luk _🍰
__ Atá. _ o encara por alguns segundos, colocando uma mão no queixo, pensativo. __ você não é daqui, é?
Taduroki - (눈‸눈)
— Não… cheguei amanhã, mas já quero ir embora ontem.
Luk _🍰
__ Porque quer ir embora?
Taduroki - (눈‸눈)
__ Não gosto desse lugar.
Luk _🍰
— Eu gosto daqui. A professora me dá biscoito! — Ele enfia a mão no bolso da bermuda e puxa um biscoito meio quebrado e cheio de farelos — Toma! Se você se comportar, ela vai te dar um desses também! 😊
Taduroki pegou o biscoito devagar, franzindo o cenho.
Taduroki - (눈‸눈)
— Isso tá sujo?
Luk _🍰
— Seu nariz que tá sujo 😊.
Taduroki levou a mão ao rosto, apalpando o nariz.
Taduroki - (눈‸눈)
__ Não tem nada aqui!
Luk _🍰
— Tem sim, ó — ajoelhando-se na frente dele e Com toda a naturalidade do mundo, passa o dedo no nariz de Taduroki e mostra a meleca na ponta — Viu? Não sou mentiLoso ( ´◡‿ゝ◡`)
Taduroki - (눈‸눈)
* arregala os olhos* Eco! Vai lavar a mão!
Taduroki - (눈‸눈)
__ Meleca tem bactéria!
Taduroki - (눈‸눈)
__ por que só depois?
Luk _🍰
— Porque eu não alcanço a torneira — responde, dando de ombros.
Taduroki soltou um suspiro bem fundo, se levantou e guardou o biscoito no bolso.
Depois estendeu a mão para o menino:
Taduroki - (눈‸눈)
__ Vem comigo.
Taduroki - (눈‸눈)
__ Pra um lugar.
Taduroki - (눈‸눈)
— Um onde tem água. E sabão.
O menino sorriu e segurou a mão dele.
O banheiro da escolinha ficava no final do corredor, com uma porta azul descascada e o cheiro forte de sabão misturado com papel molhado.
Taduroki entrou primeiro, arrastando o colega ruivinho pela mão. O piso estava meio molhado e fazia pléc-pléc a cada passo que davam com os tênis.
Taduroki - (눈‸눈)
— Ali — aponta para a pia — Lava essa mão nojenta.
O ruivinho olhou para a torneira com os olhos arregalados. Ela parecia estar tão alta quanto o topo de uma árvore.
Luk _🍰
— Eu... não alcanço.
Taduroki - (눈‸눈)
* cruza os braços*
Taduroki - (눈‸눈)
__ Eu já sabia __ olha em volta, procurando uma solução.
Tinha um banco de plástico encostado no canto, mas estava quebrado.
Taduroki - (눈‸눈)
__ Sobe nas minhas costas.
Taduroki - (눈‸눈)
— Só pra lavar a mão. Não vai subir pra brincar de cavalinho, não!
O ruivo sorriu largo e se posicionou atrás de Taduroki, subindo com cuidado nas costas dele.
Taduroki - (눈‸눈)
— Consegue? — pergunta, já com os joelhos levemente tremendo.
Luk _🍰
_ — Quase… mais um pouquinho…__
estica o bracinho .
Taduroki - (눈‸눈)
— Rápido! Você tá pesado! Parece que tá carregando uma mochila de pedras!
Luk _🍰
— Pronto! — gira a torneira e coloca a mão embaixo da água.
Lavou direitinho, com sabão e tudo, enquanto cantava baixinho:
Luk _🍰
— 🎶"Meleca foi embora… bactéria não me pega…"🎶
Depois deu um pulo leve e desceu dos ombros de Taduroki, caindo com os dois pés no chão com um tap.
Taduroki - (눈‸눈)
* se endireita, aliviado, e esfrega as costas*
Taduroki - (눈‸눈)
— Ufa… parecia que você tinha comido três tijolos no café da manhã…😥
Luk _🍰
__ Meu avô disse que eu tô na fase de cimento.
Taduroki - (눈‸눈)
— Cimento?
* o encara*
Luk _🍰
— É! A fase que a gente cresce e precisa comer muito. Acho que é isso…
Taduroki - (눈‸눈)
— Você quer dizer “crescimento”.
Eles saíram do banheiro lado a lado, passando pelas janelas onde a luz do sol entrava e formava manchas brilhantes no chão.
Do lado de fora, o ruivinho parou e olhou para Taduroki com um sorriso aberto e esperançoso.
Luk _🍰
— quer ser meu amigo?
Taduroki - (눈‸눈)
— Não. (ب_ب)
Luk fez uma carinha emburrada e cruzou os braços.
Taduroki - (눈‸눈)
— Porque eu não gosto de pessoas.
Luk _🍰
*arregala os olhos, depois aponta para si mesmo* Mas Eu Sou Uma Pessoa!
Taduroki - (눈‸눈)
__ por isso mesmo.
O ruivinho ficou em silêncio, olhando para Taduroki como se tentasse entender aquela resposta esquisita e dura.
Seus olhos brilharam, não de choro, mas de decepção infantil.
Ele suspirou, fazendo bico e abrindo a boca para dizer algo, quando a voz suave — mas firme — da professora interrompeu:
professora
— Taduroki, sua mamãe já chegou! Ela está lá no portão te esperando.
Sem dizer uma palavra, Taduroki virou e saiu correndo pelo corredor da escolinha, com os passinhos apressados batendo no chão de cimento.
professora
— Ei, nada de correr, Taduroki! Você pode se machucar! — o chama, indo atrás com passadas mais largas.
O ruivinho ficou parado no mesmo lugar, com os ombros levemente caídos. Seus olhos seguiram Taduroki com um certo pesar, como se uma pequena esperança tivesse ido embora junto com ele.
Do lado de fora da escolinha, a mãe de Taduroki, Sakaoki, estava parada junto ao portão, segurando a alça da bolsa com uma mão e o celular com a outra.
Ela usava um vestido azul-claro e óculos escuros. Quando viu o filho vindo correndo, sorriu e se abaixou.
Taduroki se jogou nos braços dela, e ela o ergueu no colo com facilidade, plantando um beijo rápido na testa suada dele.
sakaoki
— Que calor! Vamos logo pro carro.
O carro prata estava estacionado do outro lado da rua.
Sakaoki abriu a porta traseira, ajudou Taduroki a entrar e o prendeu direitinho com o cinto de segurança.
Ele balançava as perninhas pequenas, encostando a testa no vidro da janela enquanto a mãe dava tchau para a professora e voltava ao volante.
O carro logo deslizou pelas ruas da cidade, cruzando sombras de árvores e poças d’água deixadas pela mangueira de algum vizinho.
sakaoki
— E aí, filhote gostou da aula hoje ?
Taduroki - (눈‸눈)
Um pouco ..* continua a olhar pela janela, os olhos distraídos*
sakaoki
— Hum… — sorrir . _ E fez muitos amiguinhos?
Taduroki - (눈‸눈)
— Teve um menino ruivo que pediu pra ser meu amigo...
sakaoki
— Ah, que legal! E o que você disse?
Taduroki - (눈‸눈)
— Que não.
sakaoki arregalou os olhos, surpresa. Tirou os óculos escuros, olhou rápido pelo retrovisor e depois para a estrada de novo.
sakaoki
— Como assim, Taduroki?
Taduroki - (눈‸눈)
— Porque ele era esquisito. Ele gostava de tirar meleca do nariz dos outros!
* cruza os bracinhos e faz uma careta emburrada.
Sakaoki soltou uma risada divertida, cobrindo a boca com uma mão.
sakaoki
— Ai, Taduroki...Às vezes as pessoas têm jeitos diferentes de ser. Talvez esse menino tenha o jeitinho dele… assim como você tem o seu.
Taduroki - (눈‸눈)
— E eu tenho que respeitar ele tirando catarro do meu nariz, mamãe?
Ela deu uma risadinha abafada, tentando manter a seriedade.
sakaoki
— Claro que não, meu bem. Mas se você não gosta desse tipo de brincadeira, pode conversar com ele. Dizer que isso te incomoda.
Taduroki ficou pensativo. Seus olhos se perderam na paisagem do lado de fora, até que de repente se lembrou do biscoito.
Levantou-se um pouco no banco, se inclinando pra frente e enfiando a mão no bolso da bermuda. Puxou o biscoito meio quebrado e com farelos grudados.
sakaoki
* olha pelo retrovisor* O que é isso ai?
Taduroki - (눈‸눈)
— Um biscoito… o menino de cabelo de fogo me deu.
sakaoki
— Que fofo! Então ele te deu um presentinho.
sakaoki
— Talvez a gente possa fazer alguma coisinha pra levar pra ele amanhã .
Taduroki - (눈‸눈)
— Pra quê?
sakaoki
— Ué, pra agradecer. Você não acha que seria legal?
Taduroki ficou em silêncio por alguns segundos, olhando para o biscoito na mão. Então se lembrou do sorriso grande e sincero do menino ruivo… e da forma como ele segurou sua mão, sem medo.
Taduroki - (눈‸눈)
— …Pode ser. * suspira*
A mãe sorriu, animada, e apertou de leve o volante.
sakaoki
— Então depois do jantar a gente vê o que pode fazer, tá bom?
Taduroki - (눈‸눈)
* acena e volta a olhar para a janela*
Na noite anterior, Taduroki ajudou a mãe a preparar os biscoitos. Escolheu o formato de gatinho — o mesmo que ela fazia quando ele estava triste ou bravo sem saber por quê.
Sujou a cara de farinha duas vezes, uma delas quando espirrou bem na tigela. Quebrou um ovo no chão, levou um mini sermão, mas no fim, achou até divertido.
Depois de assarem os biscoitos, a mãe os colocou num saquinho transparente, amarrou com uma fita marrom e desenhou um selo com carinha de gato. Taduroki observou tudo em silêncio, mas por dentro, uma pontinha de ansiedade crescia.
No dia seguinte, ao entrar na sala da escolinha, Taduroki percebeu que a professora organizava a atividade do dia:pintura e desenho com giz de cera. O cheiro doce da sala, misturado com tinta guache seca, enchia o ar.
Ele olhou em volta e logo viu o cabelo de fogo. O ruivinho estava sentando-se no tapetinho colorido, com um bico enorme no rosto. Ao passar por Taduroki, desviou o olhar e caminhou reto, sem dizer nada.
Depois que o sinal tocou, as crianças foram para o recreio. Taduroki o procurou no campo onde ele havia caído no dia anterior tentando jogar bola. Mas estava vazio.
Foi até o mini parquinho.
Ali, o ruivinho balançava sozinho no balanço, chutando o vento com força. O rosto ainda estava emburrado, mas os olhos, distantes.
Taduroki - (눈‸눈)
— Eiiiiii!
Luk _🍰
* se balança mais forte no balanço*
Taduroki - (눈‸눈)
— Ei! Tô falando com você!
Luk _🍰
*pula do balanço no ar e sai andando rápido, de cabeça baixa*
Taduroki - (눈‸눈)
* bufa e corre atrás dele*
Taduroki - (눈‸눈)
— Para aí!
O ruivinho apressou o passo, mas Taduroki alcançou e o segurou pela camisa.
Ele fez exatamente a expressão da imagem que você está vendo: testa franzida, veia saltada, olhos cerrados e bochechas coradas de irritação.
O ruivo afastou a mão dele com um tapa e cruzou os braços, virando de lado.
Taduroki - (눈‸눈)
— Por que você tá me ignorando?
Luk _🍰
— Porque você não quis ser meu amigo!
Taduroki - (눈‸눈)
* o encara, ainda ofegante pela corrida* Só poliço?!
Luk _🍰
— É alto! — respondeu o ruivo, com os olhos brilhando de mágoa.
Ele virou o rosto.
— Agora me deixa em paz.
Taduroki ficou parado, sem saber o que dizer. Mas uma ideia veio à cabeça.
Taduroki - (눈‸눈)
— Ah é? Então não vou te mostrar o que eu trouxe
Luk _🍰
Levanta a cabeça rápido, curioso* o quê? O que você trouxe?
Taduroki - (눈‸눈)
* Dá de ombros, fingindo indiferença* Ia dar, mas não vou mais.
Luk _🍰
* bufa e chuta uma pedrinha no chão* Mostra logo, vai...
Luk _🍰
Mostraaaaaaaaaa! * grita e começa a chorar*
Taduroki - (눈‸눈)
* tampa os ouvidos* PARA COM ISSO!
Luk _🍰
vai me mostrar? (◔‿◔)
Luk _🍰
BUAAAAAAAAÁAAA
.·´¯`(>▂<)´¯`·.
Taduroki - (눈‸눈)
TÁ BOM, TÁ BOM!
Taduroki gritou desesperado.
Ele tirou do bolso o saquinho de biscoitos, com o lacinho amarrado e o selo do gatinho desenhado. Estendeu-o com relutância.
O ruivinho parou de chorar na hora. Os olhos brilharam.
Luk _🍰
— Uau… você que fez isso?
Taduroki - (눈‸눈)
— Minha mãe ajudou...
Luk _🍰
*agarra o saquinho como se fosse um tesouro e da um pulo para abraçar Taduroki com força *
Taduroki ficou paralisado. As bochechas ficaram vermelhas. Ele piscou algumas vezes, sem saber o que fazer, até que...
Taduroki - (눈‸눈)
(////)
Taduroki - (눈‸눈)
— Ei, solta! — empurrou o ruivo, que rir.
os dois se sentam na grama
Luk _🍰
* abre o saquinho, maravilhado* Quer um?
Taduroki - (눈‸눈)
* pega*
Enquanto mastigava o biscoito com o formato de gatinho, taduroki olhou para o ruivo e perguntou:
Taduroki - (눈‸눈)
Você ainda quer ser o meu amigo?
Luk _🍰
* assente, com as bochechas cheias de biscoito* E você vai querer ser o meu?
Taduroki - (눈‸눈)
* acena, mastigando devagar*
O ruivinho sorriu largo, engoliu os biscoitos e, sem pensar muito, cuspiu na própria mão e estendeu para Taduroki.
Luk _🍰
— Agora sela o nosso celo da amizade!
Taduroki - (눈‸눈)
— Pra quê isso? (⊙_⊙)!
Luk _🍰
— É o que meu avô faz com os amigos dele! Se você apertar, a amizade vira eterna!
Taduroki - (눈‸눈)
— Isso é nojento!
Luk _🍰
* faz carinha de choro*
Luk _🍰
— Se você não apertar, não vai dar certo…
Taduroki suspirou. Levantou a mão com nojo e tocou a mão cuspida do outro, com dois dedos apenas.
Luk _🍰
* aperta de volta, com entusiasmo*
Luk _🍰
— Pronto! Agora somos amigos e vamos dividir tudo!
Taduroki olhou pra ele, com a testa franzida de novo, e pensou em silêncio:
> “Onde foi que eu me meti…”
Mas, no fundo, uma parte dele — bem pequenininha — já gostava da bagunça que o cabeça de fogo causava no coração dele.
Comments
...?!
já se olhou no espelho?, n sério msm já se olhou?, fiquei triste pelo ruivinho, ele só queria um amigo, fiquei triste agr
2025-07-30
1
...?!
eu quando ganho comida, ou quando me oferecem, ou quando eu n preciso pagar nada kakakak amo
2025-07-30
1
meg revoltada 🤌😍
é a fase de passar cimento no tijolo e comer como se fosse pão 😋🍞
2025-07-27
2