O Sabor da Manhã

O clima era preguiçoso e aconchegante, como todo pós-lua de mel deveria ser. A brisa suave entrava pela janela aberta, misturando o cheiro do café fresco com a lembrança da noite passada.

Jimin passou a língua lentamente pelo lábio inferior, limpando uma gota do café que escapou da xícara. Jungkook, de pernas cruzadas na cadeira da frente, observava cada movimento como se fosse hipnotizado.

— Isso foi de propósito, né? — murmurou o maknae, colocando a caneca de lado.

— Hm? — Jimin fingiu inocência, inclinando-se levemente para frente. — Do que está falando, amor?

Jungkook não respondeu. Apenas deslizou a cadeira para o lado, aproximando-se do marido até suas coxas encostarem. Com um dedo, ergueu o queixo de Jimin e murmurou com voz rouca:

— Fica me provocando assim e vai acabar tomando outra coisa além de café...

Jimin riu, mas o olhar entregava que ele estava esperando exatamente por isso.

— É mesmo? Então vem me mostrar... Jeon.

Sem mais palavras, Jungkook o pegou no colo e o levou para o sofá da suíte. Os beijos vieram urgentes, molhados, entre risos abafados e mãos apressadas. Jungkook explorava cada pedaço de pele como se fosse a primeira vez — e Jimin deixava, entre gemidos baixos e olhos fechados.

— Você ainda tem gosto de ontem... — Jungkook sussurrou contra o pescoço dele.

— E você ainda tem pegada de marido ciumento — Jimin brincou, arqueando as costas ao sentir os lábios em sua barriga.

— Não é ciúmes… é exclusividade. — respondeu firme.

O sofá rangia baixo, cúmplice silencioso daquele reencontro matinal.

E quando tudo terminou, envoltos em lençóis bagunçados e suspiros sincronizados, Jimin disse, com a voz rouca:

— Melhor café da manhã da minha vida.

Jungkook sorriu, beijando-lhe a testa.

— E ainda nem chegou a sobremesa.

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Mais ao sul da vila, em uma suíte com janelas amplas e vista para o mar, Hoseok acordava devagar, os dedos brincando com os fios desgrenhados de Yoongi, que ainda dormia, sereno como um gato na janela de casa.

— Tá me olhando faz tempo ou vai dizer que acordou agora? — murmurou Yoongi, sem abrir os olhos.

— Acordei faz pouco. Só tava… admirando meu presente de casamento — Hoseok sorriu.

— Metade meu, metade seu, lembra? —

— E não é isso que os casados fazem? Compartilham tudo?

Yoongi abriu os olhos lentamente.

— Então divide esse beijo.

Ele puxou Hoseok pela nuca e o beijou com uma lentidão perigosa, daquelas que reacendem incêndios. Hoseok gemeu baixinho, colando os corpos, sentindo a pele quente e familiar sob seus dedos.

— A gente devia tomar café… — sussurrou entre beijos.

— A gente devia repetir o que fez ontem.

— Você quer quebrar a cama?

— Não. Quero que a cama saiba que agora ela é testemunha oficial do nosso casamento.

E ela foi. Várias vezes. Em vários ângulos.

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Do lado oposto do jardim, Jin estava sentado na varanda, com um robe de seda leve demais pra ser considerado “casual”, bebendo chá calmamente. O sol tocava sua pele como reverência. Namjoon surgiu por trás, com o cabelo bagunçado e uma marca de mordida no ombro.

— Esse chá tem sorte… tá sendo beijado por você antes de mim.

Jin virou o rosto, sorriso lento.

— Ciúmes de uma xícara, Joon?

— Ciúmes da manhã que começou sem mim — respondeu, se curvando pra beijar a clavícula dele.

— Eu te deixei dormir… depois de ontem.

— Devia ter me acordado com sua voz de “bom dia, meu amor”.

— Cuidado… eu posso fazer mais que falar bom dia.

Namjoon se sentou no colo de Jin, as pernas cruzadas ao redor da cintura dele, beijando-o com gosto. Jin deixou a xícara de lado e retribuiu como quem se esquece do tempo.

— Sabe o que é mais bom gosto do que esse chá? — Namjoon murmurou.

— O quê?

— Você. Em tudo.

Ali no jardim florido, em meio ao canto dos pássaros e à brisa leve, eles se entregaram de novo — não com pressa, mas com aquela intensidade de quem sabe que o amor deles não precisa se provar. Ele só precisa acontecer.

E entre suspiros abafados e toques íntimos, Jin disse baixinho:

— Agora sim... bom dia, meu amor.

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Quando as horas passaram e os corpos finalmente pediram descanso, os três casais estavam em paz — cada um em sua suíte, cada um com sua verdade, sua história e sua forma única de amar.

Mas o sabor da manhã?

Esse era o mesmo para todos.

Doce, quente, e viciante.

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