Capítulo 4

Obrigado Paloma pela entrevista! Te desejo um caminho abençoado e espero te vê brilhar no mundo da moda. Posso tirar uma foto?

Sim, eu que agradeço, espero que tenha me saído bem!

Foi muito bom. Quero tirar uma boa nota.

Então boa sorte na sua apresentação. Tenho muito ainda para entregar.

Fica por aqui todo os dias?

As vezes sim, no sinal é bem melhor, entrego mais rápido. O problema é só o sol quando está muito quente.

Imagino! Tem dias que o sol está para cada um.

Verdade! Tchau! Foi um prazer.

Gustavo sai e foi ao encontro do amigo. Passou a gravação para ele e a foto também. Depois apagou tudo. Sabe o quanto a sua noiva é ciumenta.

Cara eu te devo essa, obrigado!

Cuidado no que vai fazer, essa moça parece ser muito legal. Pela conversa dela já sofreu muito.

Não se preocupe, nada para prejudicar ela.

Matheus voltou para o escritório e foi direto para a sala do seu patrão. Bateu na porta e entrou.

Senhor! Tenho algo para lhe mostrar, tem um tempo?

Sim, Matheus! Entre, sente-se.

Aquela moça que me pediu para localizar ela.

Conseguiu achar ela?

Sim! E conseguiu até foto dela.

Nossa! Que maravilha, o que mais descobriu sobre ela?

Vou passar para o seu celular, aí o senhor escuta.

Tá bom! Obrigado.

Pronto passei! Vou está lá embaixo, se precisar de algo, só ligar!

José Carlos, esqueceu de tudo em volta e foi escutar o áudio.

Ficou penalizado com a história dela. Mas, por um lado o seu convite para Paloma pode dar certo. Com esse pensamento, ele desce e vai até o seu motorista e pede para levar ele até a moça.

Chegam no local e lá estava ela, entregando o seu material.

Olá moça! Tudo bem.

O senhor! O que quer?

Desculpa chegar dessa maneira, só quero conversar com você. Esse não é um lugar adequado para falar de negócio. Tenho uma proposta de emprego para você.

Emprego para mim. Olha! Não sei quem é o senhor, mas se for o que estou pensando, pode tirar o seu cavalo de chuva. Não faço programa.

Me desculpa! Não pensei nisso, por favor. Podemos ir até a cafeteria do outro lado. Tomamos um café e conversamos.

Hum! Tudo bem, já terminei aqui.

Foram até a cafeteria. Pediram alguns petiscos enquanto conversaram.

Deixa eu me apresentar para você. Meu nome é José Carlos Nascimento, sou proprietário da empresa Auto Car. Vi outro dia no sinal, chamou-me atenção, a sua delicadeza na abordagem para entregar o seu panfleto.

Quer me contratar para entregar-lhe também?

Isso não! Seria outro trabalho com uma remuneração muito boa.

Não sei, quando a esmola é grande o santo desconfia.

Sou Paloma, trabalho com dignidade e levo muito a sério o meu trabalho. Não desmerecendo o seu, estou muito bem com o que faço. Se me dê licença.

Por favor! Espere, coma alguma coisa e vamos conversar melhor.

Olha Sr. José Carlos não estou gostando nenhum pouco disso.

Paloma irei contar-te sobre o emprego. Peço que me escute sem julgamentos

Tudo bem! Começou a comer enquanto ouvia toda a conversa. Bebeu o suco de um gole só, quando escutou a palavra barriga Solidária!

O senhor pensa que sou o quê?

Não me julgue pelo amor de Deus. Creio que não tenha filhos. Porque só quem é pai sabe o sofrimento de um filho!

Pois, fique o senhor sabendo que os meus pais colocaram-me para fora de casa, sem pena e dó.

Sinto muito por você, análise com carinho a minha proposta, esse é o meu cartão. Pense um pouco, aceito qualquer proposta sua!

A minha resposta é não! Desculpe-me se eu apresentei alguma forma de pensar sobre mim.

Obrigado por me ouvir!

Paloma sai da cafeteria abalada com aquela proposta.

Vai a passar na rua e dá de cara com o seu pai.

Filha, como está você? Então continua a trabalhar nas ruas?

Não lhe devo satisfação da minha vida, por respeito a minha origem, sim, continuo a trabalhar para o meu sustento, coisa que o senhor negou-me!

Paloma, volte para casa!

Casa! Qual, aquela que fazem questão de não me querer por lá, eu não existo para vocês!

Não diga isso filha!

Pai, o senhor não fez nada, quando a minha mãe e irmã estavam-me humilhando. Disse que não ia entrar nessa briga. Ficou do lado delas.

Desculpe-me! Eu não agi correto. Eu amo filha, perdoe-me!

Não! Para mim vocês não existem mais. Fui acolhida por estranhos porque até a minha avó disse que não podia fazer nada. Tem certeza que sou filha de vocês mesmo?

Paloma, claro que é meu sangue, vi você nascer, acompanhei tudo junto a sua mãe.

Não entendo porque mudaram tanto comigo. Paula nasceu e eu morri para vocês. Sinto muito, mas tenho que ir. Não me procure mais!

Filha, volte! Perdão!

Paloma chega em casa e vai direto para o quarto. Chorou por tudo, sem entender o aconteceu com ela, a falta de amor dos pais. Tirou o cartão do bolso e ficou a olhar.

Onde já se viu, alugar a minha barriga para carregar um filho de outra pessoa. Isso aqui nem é legalizado.

Tomou um banho e desceu, hoje ela não iria trabalhar na lanchonete, estava fechada para dedetização.

Encontrou Nazaré no quarto aos pronto de choro.

Tia o que houve, está a sentir algo?

Oi meu amor! Venha cá, dê-me um abraço.

Meu Deus! Tia, o que a senhora tem? Pode falar-me.

O Osvaldo deixou-me, pediu a separação e levou tudo dele.

Como assim tia, foi embora?

Há dias venho a perceber umas coisas esquisita em relação a ele. Não tínhamos mais uma convivência como marido e mulher, ele não me procurava mais. Daí comecei a suspeitar que ele estivesse outra. Hoje depois que saíram o chamei para conversar e ele confessou tudo.

Oh! Tia não fica assim. Se ele foi embora, quem não merece a senhora é ele. Sabe que perdeu uma grande mulher.

Obrigada o meu amor, é como filha para mim. Agora temos um problema enorme.

O que mais ele lhe fez?

Essa casa não é nossa, é alugada. Ele deixou atrasar 3 meses de aluguel e com certeza a imobiliária já deve está vindo para nos tirar daqui.

Ah! Filho da mãe, fez tudo de caso pensado, porque já ia chegar o dia de pagar o aluguel.

Isso minha filha. Tudo programado. Agora não sei como Melissa vai receber essa notícia.

Tia vamos conseguir pagar o aluguel aos poucos, no próximo mês já vai sobrar o dinheiro da faculdade. Quanto é o valor do aluguel?

Nem sei, era ele que pagava. Mas na última vez que constatei o recibo, estava em 1.500 reais.

Tudo isso tia. Então será mais de 4.500 para pagar!

Acredito que sim.

Vamos pensar tia. Deus vai nos mostrar um caminho.

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