Capítulo 1

MATTEO

Acordo bem tarde. Ontem fiquei até mais tarde na sede. Ultimamente essa é a minha rotina: trabalhar, trabalhar até descobrir quem matou meu pai. Ainda é difícil andar pela nossa casa e não ver ele reclamando ou gritando comigo, como sempre.

Me levanto, faço minha higiene, me visto e vou direto para o quarto da minha mãe. Entro lá e ela estava dormindo. Eu a acordei, ajudei-a a tomar banho e ouvi ela chorar, chamando meu pai. Quebrou meu coração; eu sei o quanto eles se amavam.

O que me dá mais ódio é que os filhos dela sabem da situação e não ofereceram nenhuma ajuda. Sou eu quem me viro com a minha mãe. O máximo de preocupação que tiveram foi saber se ela tinha melhorado após sair do hospital, porque nem vieram vê-la. E agora, mesmo que não venham, se eles não se importam, eu muito menos com eles.

Após o banho, ajudei-a a se vestir e fomos tomar café da manhã. Ela comeu pouca coisa, assim fica até difícil para eu ir trabalhar, mas eu preciso. Minha prima Lua vai ficar com a minha mãe. Como ela mora na Itália, tudo facilita, mas não irei deixar ela cuidando sempre da minha mãe, é só até eu achar alguém de confiança para isso.

Lua - Oi, primo! Oi, tia!

Evie - Oi.

Matteo - Oi, Luana. Olha, eu preciso dar uma saída, mas por favor, qualquer coisa me liga.

Lua - Vai em paz, Matteo. Eu vou cuidar bem da tia. Sei que não está sendo um momento fácil para vocês, acredite, para mim e para os meus pais também não. Inclusive para minha mãe.

[Para quem não leu os livros anteriores: Lorenzo tem uma irmã caçula, a Lívia, mãe da Lua.]

Matteo - Imagino.

Saí de casa e peguei meu carro. Logo fui para a sede. Quando cheguei lá, cumprimentei todos e fui para minha sala. Já faz um mês que estou revendo o vídeo do assassinato do meu pai. Tenho certeza de que deixei alguma coisa passar, tenho certeza. Começo a analisar novamente, detalhe por detalhe. Agora que estou de cabeça fria, vai ser mais fácil identificar algo.

Matteo - Mas que porra... Estou deixando alguma coisa passar! — disse, batendo na mesa.

Continuei analisando o vídeo. Eram horas e horas de tortura, e reviver isso estava me matando, mas é necessário. Após 2h30 de vídeo, vi um dos homens que estava torturando meu pai e notei que a tatuagem dele apareceu. Fiquei olhando, nunca tinha visto aquela tatuagem antes. Rapidamente tirei uma foto da tatuagem, que estava bem nítida, e fui para a sala do sistema, onde meu hacker estava.

Jorge - Bom dia, Dom.

Matteo - Bom dia, Jorge. Preciso que você descubra onde essa tatuagem foi feita e quem é o indivíduo que a tem. Quero isso pra ontem.

Jorge - Pode deixar, Dom. Agora mesmo começarei as buscas.

Saí da sala do sistema. Hoje ainda tenho uma reunião com os sócios e membros da máfia, mas antes fui para minha sala, onde logo o Victor entrou.

Esse safado é o único que tem a liberdade de entrar na minha sala. Ele é meu melhor amigo desde a infância; passamos muitas coisas no acampamento e, pior, ele é filho do dono do acampamento dos pequenos mafiosos.

Victor - O que você quer, hein, Matteo?

Matteo - Quero que você bloqueie a entrada da Emma e do Lucca nesse país. Já que eles não se importam nem um pouco em ajudar com a nossa mãe, não quero que eles entrem no meu território.

Victor. - Mais alguma coisa, chefe? — disse, debochando.

Matteo - Hoje vamos para balada.

Victor. - Tá achando que é assim, irmão?

Matteo - Esqueci que você agora é um cachorro de coleira.

Victor - Vou ver com a Pietra, até mais tarde te falo.

Matteo - Tá bom, vamos para a reunião.

Victor trabalha comigo desde antes de eu virar líder. Nossa amizade é coisa de louco; esse cara morreria por mim, e eu também morreria por ele. Fomos para a sala de reuniões e já estavam todos lá, só faltávamos eu e Victor.

Matteo - Bom dia.

Todos - Bom dia.

Lionel - Os assuntos que vamos pautar hoje são: a questão do prostíbulo, que está dando muito problema com o gerente, as meninas e os clientes; também sobre o seu casamento, que ainda não foi resolvido; e a investigação sobre seu pai.

Matteo - O que está acontecendo lá no prostíbulo?

Lionel - Alguns clientes nossos...

Matteo - Clientes meus? — lembrou.

Lionel - Isso, alguns dos seus clientes estão comendo as prostitutas e não estão pagando. E quando elas vão reclamar com o Raul, ele bate nelas. Isso já vem acontecendo há um tempo, mas ontem foi a gota d’água: ele tentou estuprar e matar a Violet quando ela disse que faria queixa para o senhor Dom.

Matteo - Onde está esse filho da puta?

Lionel - Já está no galpão, já demos uma boa coça nele.

Matteo - E os clientes que não pagaram?

Lionel - Ainda não foram identificados.

Matteo - Então trate de identificá-los. Quero isso pra ontem, e quero a família de cada um que me deve morto, sem poupar ninguém. — disse, frio.

Lionel - Sim, senhor.

Matteo - Quanto ao casamento, não haverá casamento nenhum. Meu pai acabou de morrer brutalmente assassinado, não estou com cabeça para isso.

Rubens - Senhor, isso provocará guerras contra o senhor. Nem todos os membros e sócios concordam.

James - E já tem uma escolhida: a filha do Nikolai.

Matteo - Eu não vou me casar.

Rubens - Você não tem escolha.

Matteo - QUE SE FODA, EU MANDO NESSA PORRA! Vocês têm certeza que vão querer me desafiar?

Rubens - Não, Dom, só estava avisando o que poderia acontecer.

Matteo - E sobre a investigação do meu pai, toda ajuda é bem-vinda, mas tudo que eu descobrir não vou dividir com vocês. Não confio em ninguém nessa porra.

Reunião encerrada.

Saí do meu escritório. Já passava das 11h da manhã e eu não tinha mais nada para fazer. Então, fui para casa. Assim que cheguei, Lua foi embora e eu fiquei com a minha mãe. Ela estava chorando muito. Dei um calmante para ela, que logo dormiu. Peguei minha mãe no colo e a levei para o quarto dela. Dei um beijo na testa dela e desci para a cozinha, onde encontrei Sara, minha funcionária de anos. Ela é uma mulher de 45 anos, muito amorosa.

Sara - Olá, chefe.

Matteo - Oi, Sarinha. Quanto você quer para me ajudar a cuidar da minha mãe?

Sara - Não quero nada, chefe. Cuido da senhora Evie até de graça.

Matteo - Sei que você mora sozinha, então gostaria de te convidar para morar aqui na mansão conosco, assim você me ajuda com ela.

Sara - Pode ser, chefe, mas o senhor vai ter que contratar mais funcionárias.

Matteo - Vou mandar meu advogado resolver isso para mim. Agora, vá até o Ribeiro e avise que eu mandei te levar para casa para pegar suas coisas.

Sara - Tá bom, chefe. Com licença.

Fui para a sala, me sentei e fiquei pensando na vida. No momento, a única coisa que eu quero é dançar, beber e comer mulher. Preciso me desestressar.

...Victor Martini, 26 anos....

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