ACIDENTE

Elisa, estava na casa da sua família, sentada na área de frente para o mar, conversando com a sua irmã, que iria dormir ali junto com o marido.

Elisa os levaria para o aeroporto no dia seguinte, quando voltaria para São Paulo.

_ E o namorado, como estão? Perguntou Helena.

_ Estamos indo! Falou Elisa.

_ E já aconteceu? Perguntou a irmã.

_ Curiosa! Respondeu Elisa.

_ Iiihhhh! A resposta é não. Falou Helena.

_ Eu não consigo me sentir totalmente segura para dar esse passo. Falou Elisa.

_ Não gosta de Júlio? Perguntou Helena.

_ Eu gosto, ele é paciente e gentil. Falou Elisa.

_ Mas, não faz o seu coração tremer! Falou Helena.

_ Mais ou menos isso. Respondeu Elisa.

_ Já pensou em terminar? Perguntou Helena.

_ Não, a companhia dele é agradável. Respondeu Elisa.

_ Não parece ser motivos para manter um namoro, porém, foi sempre muito ajuizada. Comentou Helena.

_ Obrigada pelo conselho, sabe que eu te amo?! Falou Elisa.

_ Eu também te amo. Respondeu Helena.

_ Está ansiosa com a viagem? Perguntou Elisa.

_ Muito, será a primeira vez que sairemos, sem as crianças, o meu coração esta feliz e triste. Disse Helena.

_ Dez dias passam correndo. Respondeu Elisa.

_ Eu sei! Falou Helena.

_ Eu mandei para a sua conta um presentinho. Disse Elisa.

Helena abriu a aplicativo do banco e viu que não era um presentinho, era um presentão.

_ Elisa, é muito, não precisa. Disse Helena.

_ Deixa eu te minar, sempre esteve por mim, eu posso e quero te dar. Se não usar na viagem, guarde. Disse Elisa.

Helena abraçou a irmã. Ficaram um bom tempo conversando.

No dia seguinte, Helena e o marido se despediram dos filhos:

_ Pedro, meu amor! Obedece à vovó, eu vou ligar todos os dias. Você é o mais velho.

_ Clara, o que vale para o Pedro vale para você. Disse o pai.

Elisa, a irmã e o marido, foram para São Paulo, ela esperou o avião da irmã decolar antes de ir para casa.

Ela sempre chegava muito a noite de Santo Sebastian, mas naquele dia chegou mais cedo, e decidiu chamar Júlio para vir na sua casa ou saírem.

_ Oi amor! Eu já cheguei, quer vir aqui em casa?! Perguntou Elisa.

_ Oi, gata! Que bom que chegou bem! Veio cedo! Eu não posso ir. Estou ocupado na casa dos meus pais. Respondeu Júlio.

Elisa, achou ter escutado voz de mulher ao fundo, chamando alguém de querido e larga o telefone.

_ Tudo bem! Eu vou aproveitar para fazer outras coisas. Disse Elisa.

Eles desligaram, e Elisa foi assistir um filme e comer pipoca, coisa que fazia com Janaína.

Sentiu saudades e ligou para a amiga.

_ A sumida apareceu! Disse Janaína.

_ Olha quem fala! Respondeu Elisa.

_ A que devo a sua ligação? Perguntou Janaína.

_ A uma panela de pipoca. Respondeu Elisa.

_ Tá sozinha e carente?! Perguntou Janaína.

_ Exatamente. Precisando da minha best friend. Falou Elisa.

_ Chego em 30 minutos, vou levar o meu amado, e um presente para você. Faça mais pipoca, e pare o filme. Respondeu Janaína.

Ela chegou com uma caixa, e dentro da caixa um pequeno felino, de cor branca e olhos azuis desconfiados.

_ O nome dela é Dolores! Cuida bem dela! Falou Janaína.

_ Meu Deus! Que coisa fofa, e que nome feio. Disse Luiza.

_ Feio, nada. Nome de rainha, e não se engane com esses olhos azuis, ela é uma gata muito aristocrata.

_ Tudo bem?! Ola rainha Dolores. Bem vinda a minha humilde casa. Disse Elisa.

A gata olhou para ela, com certo desdém.

Elisa a colocou no chão, e ela foi inspecionar o local.

Ricardo atrás trazia, cama, caixa de areia, ração, e tudo o mais para a pequena gata.

Dolores andou pelos cômodos e resolveu descansar em sua cama.

Os amigos se acomodaram no grande sofá, e passaram uma noite agradável.

Como combinado, Helena, ligava para as crianças, e também para Elisa, contando tudo o que estava fazendo.

_ Amanhã, pegamos o avião de manhã, a tarde estaremos em São Paulo. Disse Helena.

_ Eu vou esperar vocês, e dormir aqui em casa, no dia seguinte vamos para Santo Sebastian. Falou Elisa.

_ Combinado. Até amanhã. Disse Helena.

O resto do dia passou sem ocorrência, Júlio apareceu para justificar o seu sumiço dos últimos dias.

_ Sem problema. Respondeu Elisa.

Ela tentou falar com ele, porém não conseguiu. Ficou chateada, mas agora estava tudo bem.

No dia seguinte, ela recebeu a ligação da irmã, antes do avião decolar. Eram mais ou menos 10h da manhã.

O celular de Elisa tocou, o número era desconhecido, ela ignorou.

O número tentou insistentemente, e por fim ela atendeu.

_ Dona Elisa Junqueira? Eu sou da empresa de aviação internacional Sabino, sinto muito em informar, que o vôo da sua irmã Helena Junqueira Flors e José Flors, sofreu um acidente. É necessário a presença dos pais, no estado de Nova York. Disse a mulher.

_ Como assim, acidente? Perguntou Elisa.

_ Eu sinto muito, não podemos dar maiores informações pelo telefone. O endereço do local será dado via whatsapp.

A moça desligou. Elisa ficou em choque, sua cabeça tonta e seu coração acelerado, ela buscou no Google o vôo onde a sua irmã estava, torcendo para a notícia ser uma brincadeira de mal gosto.

No Google o acidente já estava notificado, muitos dos passageiros haviam morridos, mas não havia nenhuma lista.

As fotos do local eran desesperadoras.

" Meu Deus! Será que a sua irmã estava viva! Será que alguém contaria para os seus pais " Elisa pensou em várias coisas ao mesmo tempo.

E ligou para Janaína.

_ Jana, o avião de Helena caiu. Disse de súbito e chorando.

_ Elisa, o que falou? Perguntou Janaína.

_ Por favor, vem aqui, eu preciso de você! Não sei o que fazer. Disse Elisa e desligou.

Janaina, chegou com Ricardo. Eles tentaram saber mais sobre o acidente, Ricardo tentou saber sobre Helena, mas não conseguiu.

O acidente era recente e as informações não foram liberadas.

_Preciso ir para casa. Disse Elisa.

_ Nós te levamos. Faltou Janaína.

Elisa, pediu para Cássia avisar Júlio que fora para a Santo Sebastian, e que falaria depois melhor com ele.

Cassia, sorriu e falou que informaria com certeza.

Janaina não gostou da euforia escondida da garota, mas guardou a observação para si.

Dona Cida, escutou o carro parar na frente da sua casa, e quando viu Elisa descer, com Janaína e o noivo, sentiu que as notícias não eram boas.

_ Arnaldo! Corre aqui!! Gritou para o marido.

Arnaldo foi rápido ao encontro da esposa, sentindo a aflição em sua voz.

_:Pedro, leva a Clara para brincar na praia. Cuida bem dela. Disse Arnaldo.

Elisa entrou, e abraçou seus pais.

_ Está me assustando, filha! Disse a sua mãe.

_Fala, o que aconteceu com a sua irmã? Falou o seu pai.

Janaina e Ricardo levaram todos para dentro, e foram eles que contaram o que houve.

_ Minha filha! Disse dona Cida. Lágrimas caindo dos seus olhos.

_ Tia Cida! Não sabemos o que houve com a Helena, não podemos perder as esperanças. Falou Janaína.

_ Vamos nos preparar para viajar, mulher. Agora temos que agir. Falou Arnaldo.

_ Eu irei no lugar de vocês! Falou Elisa.

_ Não, eu e o seu pai iremos, desculpa filha, mas eu vou vou ficar aqui, me sentindo uma inútil. Somos aposentados, e podemos ir. Disse dona Cida.

_ Você ficará com os seus sobrinhos! Eles estão de férias na escola. Disse o seu pai.

Elisa, ficou assustada com a responsabilidade, mas compreendeu os sentimentos do seu pai.

_ Está certo, agora vamos ter que falar com Pedro e Clara.

A conversa foi difícil, e as crianças choraram pelos pais.

Depois de se acalmarem, Ricardo ajudou Arnaldo a comprar passagem para os EUA, enquanto as mulheres arrumavam as malas.

_ Mãe, esse é um cartão internacional. Leve, e use. Disse Elisa.

Eles almoçaram rapidamente, num restaurante da cidade, e seguiram viagem.

César viu a família, o amigo Ricardo e Janaína, percebeu que algo não estava certo, e resolveu que iria saber o que houve, ligando para ele depois.

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