O mundo fazia sons estranhos naquela manhã. Sons que Steve nunca ouvira antes. Não era o mugido das vacas ou o tilintar dos minérios caindo no inventário. Era algo mais profundo — como o ruído de um sistema gigante se desfazendo bloco por bloco.
Steve desceu a montanha com pressa. Se o bug estivesse se espalhando por todo o jogo, precisava verificar os biomas mais distantes. Montou em seu cavalo Pixel e cavalgou até a floresta escura. No caminho, tudo parecia... errado.
— Não... não pode ser — murmurou ao ver a floresta flutuando, com as árvores em ângulos impossíveis e folhas que tremeluziam como hologramas falhos.
Ao atravessar a floresta, chegou à aldeia de blocos de pedra que havia ajudado a construir com Alex tempos atrás. Mas onde antes havia vida e risos pixelados dos aldeões, agora só havia silêncio.
Aldeões estavam congelados em posições sem sentido, alguns flutuando no ar, outros presos dentro das paredes. Steve tentou interagir com um deles.
— Olá? Está tudo bem?
O aldeão virou o rosto devagar, os olhos escuros brilhando por um segundo. Em vez do tradicional "Hmmm", ele soltou um ruído digital distorcido, como se tentasse gritar, mas o código não deixasse.
ZHZHZHKHKHTT... A-A-AJUDA...
Steve recuou, com o coração acelerado.
Ele não sabia, mas naquele exato momento, no mundo real, fóruns estavam em colapso. Hashtags como #SaveMinecraft, #ServerCollapse e #MundoQuadradoEmPerigo dominavam a internet. Sites de notícias estampavam:
> "Jogadores relatam falhas severas em Minecraft. Especialistas apontam colapso iminente nos servidores ativos."
> "Teoria aponta que abandono em massa estaria 'matando' o mundo virtual de dentro para fora."
Enquanto isso, no interior do código do jogo, uma sombra observava. Uma entidade esquecida. Um resto de linhas e raiva. Null. Ele se alimentava de tudo isso: da frustração dos jogadores, do abandono, do ódio. E agora estava acordando.
De volta ao mundo, Steve abriu novamente o mapa mágico. A integridade do código agora estava em 29%.
Uma nova mensagem apareceu:
"ATENÇÃO: Mundo em instabilidade crítica. Recrutamento de usuários ativos necessário para estabilização. Em caso de inatividade global, o sistema será encerrado."
O fim estava mais perto do que Steve imaginava.
Sem tempo a perder, decidiu buscar Alex, a única jogadora com quem ainda conseguia contato. Juntos, talvez pudessem achar uma resposta.
Mas enquanto corria para o velho templo no deserto, onde ela vivia, uma figura alta apareceu no horizonte. Negra como o abismo, com olhos roxos cintilantes. Um Enderman.
Steve parou.
— Você...
O Enderman não se moveu. Não atacou. Apenas o observava. E por um instante… Steve sentiu como se estivesse sendo lido por dentro.
Foi só por um segundo, mas algo naquela criatura era diferente dos outros. Era... consciente.
O Enderman virou-se devagar e caminhou em direção à floresta de blocos corrompidos, deixando para trás um eco no ar, como uma vibração invisível, carregada de significado.
Steve ficou parado, confuso, mas curioso.
— Quem é você?
O que Steve não sabia era que aquele não era um Enderman comum. Era Elyd, o elo perdido entre os mundos, e talvez... a única chave capaz de reverter a extinção do Minecraft.
Momento autora e o ???
A mesma noite. A AUTORA e ??? caminham até a cozinha ainda sorrindo. A euforia do lançamento do primeiro capítulo continua no ar. A ideia é comemorar com um jantar simples... mas o caos está prestes a começar.
AUTORA: (abrindo a geladeira e franzindo a testa)
Hmmm… a gente tem ovos, um queijo meio suspeito, pão amanhecido e… um cogumelo que parece de The Nether.
??? (olhando o cogumelo com desconfiança)
Isso não é um Nether Wart, né? Porque se for, melhor deixar quieto.
AUTORA:
Olha, se Steve sobrevive com carne podre e maçã dourada, a gente consegue fazer algo com isso aqui.
??? (abrindo o armário)
Aqui tem... farinha! E... ah. Um pote vazio de Nutella. Mas dá pra improvisar. Já escrevemos um Enderman romântico, o que é um jantar falhado?
AUTORA: (rindo enquanto acende o fogão)
A diferença é que o Elyd não ia incendiar a casa tentando fritar um ovo.
??? (pegando a frigideira toda empolgado)
Confia! Eu vi um vídeo. Era tipo… três passos fáceis. Ou cinco. Talvez oito. Enfim, bora!
(Minutos depois)
O cheiro de queijo queimado começa a tomar conta do ambiente. A AUTORA vira o pão com uma espátula torta enquanto ??? tenta salvar um ovo que estourou e grudou na frigideira como obsidiana no chão de lava.
AUTORA: (entre risadas)
Você tá fritando ou invocando um Wither?
??? (com a frigideira na mão como uma espada)
É estratégia de guerra! O ovo se rebelou, estou lidando com uma revolta culinária!
AUTORA:
Deixa que eu cuido. Vai buscar o pão. Acho que não dá pra errar pão.
??? (abrindo o saco de pão e derrubando metade no chão)
Droga! Tá tudo no modo criativo, voando longe!
(Depois de mais tropeços, risadas e um leve alarme de fumaça desligado a tempo, eles finalmente se sentam na mesa com dois pratos improvisados: sanduíches tortos, omelete despedaçado e uma salada de última hora.)
AUTORA: (erguendo a taça de suco com teatralidade)
Ao primeiro capítulo, ao Enderman… e à nossa quase cozinha em chamas.
??? (tocando a taça na dela)
E à autora que escreve mundos incríveis, mas não sabe ligar o exaustor.
AUTORA: (fingindo indignação)
Ei! Se fosse uma fornalha do Minecraft, eu mandava bem.
???
Talvez… desde que não envolvesse cogumelos do Nether.
(Ambos caem na gargalhada, enquanto lá fora, uma estrela cadente risca o céu. No universo de Minecraft, Elyd talvez tenha sentido algo parecido… um calor leve e um riso distante.)
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Atualizado até capítulo 25
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