Entre Girassóis e Segredos (BakuDeku)
Capítulo 5 – Um Nome, Um Pesadelo
O sol da manhã entrava timidamente pelas frestas da janela. O quarto ainda estava calmo, silencioso. Katsuki ainda dormia, deitado de lado, enquanto Izuku, já acordado, observava o teto com os olhos perdidos. Seus dedos brincavam com a manga do moletom que havia ganhado.
Estava quente. Aconchegante. Diferente de tudo que conhecia.
Virou o rosto lentamente, encarando o loiro ao seu lado. O coração bateu forte. Não de medo — mas de algo novo, algo bom.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(sussurrando):
Kacchan...
Katsuki se mexeu, abriu um olho devagar.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
(sonolento):
Hã...? O que você disse?
Izuku se encolheu um pouco, as bochechas levemente coradas.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
É... posso... posso te chamar de Kacchan?
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
(erguendo uma sobrancelha):
Kacchan?
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(baixinho):
Achei fofo... combina com você.
O silêncio se instalou por um segundo.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
(olhando para o lado, resmungando):
Tch... faz o que quiser. Mas só você.
Izuku sorriu. Aquele sorriso pequeno, genuíno — que aquecia o ar à sua volta. Katsuki desviou o olhar, o rosto ardendo um pouco.
A noite chegou com tranquilidade. O jantar foi em silêncio, mas Izuku parecia feliz com o arroz, carne e legumes que Mitsuki preparara. Dormiram cedo. Katsuki no canto da cama, Izuku encolhido do outro lado com o moletom grande demais para seu corpo frágil.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(gritando no sono):
N-não! Por favor! Eu me comportei! Não me leva de novo!
Katsuki acordou sobressaltado e virou-se, vendo Izuku tremendo, coberto de suor frio, os olhos cerrados em terror.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(chorando):
Escuro... tá escuro... dói... pára... não me prende... pára...
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
(segurando os ombros dele):
Ei! Izuku! Acorda! É só um sonho!
O verde se debateu até abrir os olhos, respirando com dificuldade. Estava pálido. Assustado.
Sem pensar, se jogou nos braços de Katsuki, agarrando a camisa dele com força.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(ofegante):
Kacchan... eles tavam me levando de volta... eu ouvi as vozes... ouvi as máquinas...
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
(abraçando firme):
Shhh... você tá seguro. Ninguém vai te levar. Eu prometo, tá ouvindo?
Izuku apenas assentiu, soluçando contra o peito do loiro.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
(baixinho):
Se eles tentarem... eu vou explodir cada maldito laboratório desse país.
E ali, no escuro do quarto, com os fantasmas do passado ainda rondando, Katsuki se tornou o escudo que Izuku nunca teve.
Comments