A princesa está chegando, Alteza — sussurrou Maria para Meredith.
Elena desceu as escadas com o belo vestido verde, e todos os olhares se dirigiram a ela, admirando sua beleza e elegância. O vestido realçava sua figura, e a coroa de pedras verdes brilhava sob a luz, destacando sua presença majestosa.
— Olá, minha querida, você está melhor? — perguntou Catarina, aproximando-se da princesa e pegando-a pelo braço.
— Estou, Majestade — respondeu Elena —, foi apenas uma pequena indisposição, mas já me recuperei.
— Quero que você conheça os filhos do rei — disse Catarina, levando Elena até a mesa onde os irmãos de Oliver estavam sentados —. Esse é Lucas, Mateus, Rafael e William.
Os rapazes se levantaram e se curvaram perante a princesa, que retribuiu com uma delicada reverência. A atmosfera estava cheia de cortesia e formalidade, mas Elena não pôde deixar de notar a curiosidade nos olhos dos irmãos de Oliver. Eles pareciam estar avaliando-a, e ela se perguntou o que estariam pensando.
— Vimos a princesa ontem, de longe, é claro — disse William, aproximando-se e pegando a mão de Elena —, e a achamos linda. Mas agora, de perto, posso notar ainda mais a sua beleza.
William deu um delicado beijo na mão de Elena, enquanto a encarava nos olhos, com um olhar intenso e admirador. Elena sentiu um leve rubor em suas bochechas, mas manteve a compostura, retribuindo o olhar com uma mistura de surpresa e curiosidade. A atmosfera estava carregada de tensão, e Oliver, que estava observando a cena, parecia não estar gostando nada daquilo.
—Não se encante pelo meu irmão, princesa. Ainda nem nos conhecemos, e tenho certeza de que eu despertarei mais o seu interesse do que o príncipe William — disse Lucas, empurrando o irmão e dando um beijo na mão de Elena.
— Você é encantador, príncipe — disse Elena, com um sorriso leve —, agora eu estou em uma séria dúvida sobre qual príncipe eu deveria me casar.
A resposta de Elena foi uma provocação sutil, que fez os príncipes trocarem olhares divertidos e um pouco competitivos. Oliver, por outro lado, parecia cada vez mais descontente com a situação.
— Será que está muito tarde para eu poder entrar na competição para ganhar a mão da princesa? — disse Rafael, com um sorriso charmoso. — Tenho certeza de que não se arrependerá se me escolher no lugar de todos os meus irmãos.
Rafael pegou a mão de Elena e deu um beijo suave e delicado, enquanto a olhava com intensidade. A atmosfera estava cada vez mais tensa, e Oliver parecia estar perdendo a paciência.
Mateus, que estava apenas observando tudo ao redor, percebeu o desconforto nos olhos de Oliver e decidiu então também se aproximar de Elena. Os irmãos de Oliver haviam sido sutis e respeitosos, mas Mateus se aproximou da princesa com uma falta de sutileza que os outros não tiveram.
— Olá, princesa... você está espetacular — disse Mateus, com um sorriso largo e um olhar admirador.
— Obrigada, príncipe — respondeu Elena, tentando manter a compostura diante da abordagem direta de Mateus.
A cena estava se tornando cada vez mais interessante, com os príncipes competindo pela atenção de Elena e Oliver lutando para manter a calma.
— Olhe para mim e olhe para os meus irmãos, princesa — disse Mateus em um leve sussurro, sua voz próxima ao ouvido de Elena —, tenho certeza de que eu seria sua melhor opção.
Elena sentiu um arrepio com a proximidade de Mateus e suas palavras, que pareciam uma promessa sedutora.
— Pensarei com carinho na sua proposta, príncipe — disse Elena, dando um passo para trás e fazendo uma leve reverência.
Mateus se aproximou dela novamente e deu um beijo em cada bochecha de Elena, seu rosto próximo ao dela. O momento parecia íntimo e carregado de tensão, e Oliver, que observava a cena, sentiu um impulso de intervir.
Mateus estava prestes a dar um delicado beijo nos lábios de Elena quando Oliver finalmente interveio.
— Já chega, irmão. Você sabe que aqui eles não têm o costume de se cumprimentar assim — disse Oliver.
— Perdoe-me, princesa. Eu quase sempre me esqueço de que os nossos costumes são diferentes — disse Mateus, fazendo uma reverência diante da princesa como forma de se desculpar.
Mateus se aproximou de Oliver e cochichou em seu ouvido:
— Você deveria cuidar melhor do que é seu. Sabe que posso tirá-la de você na hora em que eu quiser. Notei o hematoma no braço dela, e se caso a machuque de novo, irá se arrepender, irmão. Eu lhe garanto.
— Venha, querida. Vou apresentá-la agora às moças. São muitas, e não espero que decore os nomes delas tão rápido — disse Catarina, sorrindo gentilmente enquanto guiava Elena pelo salão.
Catarina levou Elena até a mesa onde as damas estavam sentadas. Quando a rainha Catarina chegou à mesa, as moças se levantaram e fizeram uma reverência para a princesa Elena, que retribuiu com outra reverência igualmente graciosa.
— Querida, essas são as filhas do rei: Olivia, Valentina, Charlotte, Sofia, Aurora, Diana, Talia e Madaline. São muitos nomes, querida, eu sei, mas com o tempo você se acostuma — disse Catarina.
— A senhora realmente é muito fértil, Majestade — disse Elena, sem perceber a possível ambiguidade de suas palavras.
As princesas e os demais presentes sorriram com a inocência de Elena, e um leve murmúrio de diversão percorreu o salão.
— Eu disse algo errado, Alteza? Me perdoe — disse Elena, prestes a fazer uma reverência, mas a rainha Catarina a deteve.
— Não, não é nada disso, querida. Eu apenas não havia explicado claramente as coisas. Veja, aquelas mulheres ali são concubinas do rei. Não são esposas, mas têm um papel importante no palácio.
— Concubinas? — repetiu Elena, confusa. — Eu não sei o que é. Me perdoe.
Catarina sorriu tristemente.
— A rainha Meredith não lhe informou sobre nossos costumes? Em nosso reino, é comum que o rei tenha várias esposas e concubinas. Oliver, como futuro rei, também terá essa liberdade.
Elena sentiu um choque. Não havia imaginado que seu futuro marido teria outras mulheres em sua vida.
— Eu não serei a única? — perguntou Elena, sentindo um peso no coração.
— Querida... — começou a dizer Catarina, mas foi interrompida por Elena.
— Então quer dizer que, além de eu me casar com alguém que eu detesto, e não sinto nada além de desprezo... eu ainda terei que dividi-lo com outras mulheres? — A voz de Elena tremia de indignação.
— Bom, por mim tudo bem — continuou Elena, com um tom de sarcasmo. — Contanto que ele fique apenas com elas e não comigo, eu não vejo problema nenhum nisso.
A expressão de Catarina mudou para uma mistura de surpresa e compaixão, enquanto as outras damas presentes trocavam olhares desconfortáveis.
— Com licença a todos, e tenham uma ótima refeição — disse Elena, fazendo uma reverência rápida antes de se retirar, deixando os convidados em um silêncio desconfortável.
— Sente-se à mesa, Elena, ou então... — começou a dizer o rei Arthur, mas Elena o interrompeu.
— Ou então o quê, Majestade? — perguntou Elena, com um tom desafiador. — Irá me castigar, irá me mandar embora do meu próprio castelo? Irá me prender? Ah, não, espera um pouco... irá me matar?
O rei Arthur suspirou e tentou manter a calma.
— Chega, Elena. Sente-se à mesa e vamos fazer a refeição — disse ele, tentando controlar a situação.
— Muito obrigada, mas eu não quero, a não ser que tenha algo mais para me dizer que ainda não tenham dito — respondeu Elena, com um olhar penetrante.
Todos ficaram em completo silêncio, enquanto olhavam para a princesa com uma mistura de admiração e desconforto. Alguns pareciam impressionados com sua coragem, enquanto outros mostravam sinais de preocupação.
— Foi o que eu imaginei — disse Elena, com um sorriso leve. — Com licença.
Com essas palavras, Elena se retirou, deixando todos pensativos e impressionados com suas palavras. A cena terminou com um clima tenso e reflexivo.
— Me perdoem pela minha filha. Nossas... culturas são diferentes, e nós devíamos ter alertado ela. Sentimos muito por isso — disse Meredith, fazendo um pequeno gesto com a cabeça para os convidados, em uma tentativa de apaziguar a tensão no ambiente.
— Não há necessidade de se preocupar, Alteza — disse Eduardo, com um tom suave, mas com um olhar penetrante enquanto encarava Catarina. — Minha rainha é que deveria ter ficado de boca fechada e não ter falado demais.
— Cuidado com as suas palavras, rei — disse Catarina, com um tom firme e uma expressão séria. — Não sou uma de suas concubinas para que você fale com tamanha falta de respeito para comigo.
— Abaixe o seu tom para falar comigo — disse Eduardo, com uma voz autoritária. — Você é minha rainha, mas posso muito bem tirar esse título de você.
Catarina sorriu levemente, mas com um brilho de desafio nos olhos.
— Seria mesmo capaz? De tirar de mim um título que é meu por direito? — perguntou ela, com um tom de dúvida. — Você sabe que aquele reino é meu, e eu te escolhi entre milhares de pretendentes. Então, você é que deveria abaixar o tom para falar comigo.
— Está me dizendo que me tornei rei graças a você? — perguntou Eduardo, com um tom de incredulidade e irritação. — Não seja tola, me tornei rei porque esse era o meu destino. Esse título é seu por direito, não posso negar, mas eu, como o seu rei, não permitirei que me trate assim.
— Com licença a todos, irei me retirar, a fome passou... — disse Catarina, enquanto se afastava da mesa.
— Onde pensa que vai? — perguntou Eduardo, com uma voz autoritária.
Catarina se virou para ele, com um sorriso irônico nos lábios.
— Espero que você não esteja esperando um pedido de desculpas vindo de mim — disse ela. — Sabe que isso não acontecerá. Sabe que eu não sou suas concubinas, que fazem de tudo para conseguir um pouco que seja da sua atenção, e do seu respeito...
Com essas palavras, Catarina se retirou da presença de todos, deixando Eduardo e os outros convidados em um silêncio desconfortável. A cena termina com uma sensação de tensão e desafio no ar.
— Peço desculpas a todos. Sirvam o banquete, por favor — disse Eduardo, enquanto se sentava novamente à mesa, tentando retomar a normalidade do jantar após a saída de Catarina.
Os convidados pareciam aliviados com a tentativa de Eduardo de aliviar a tensão, e os servos começaram a servir o banquete, enquanto o silêncio desconfortável ainda pairava no ar.
— O rei deseja companhia? — perguntou a princesa Beatrice, concubina do rei, com um sorriso sedutor.
— Agora não, Beatrice — respondeu Eduardo, com um tom distraído. — Deixe-me pensar um pouco.
A princesa Beatrice pareceu um pouco desapontada, mas se afastou discretamente, deixando Eduardo sozinho com seus pensamentos. O silêncio no salão foi quebrado apenas pelo som dos talheres nos pratos e pelo murmúrio dos convidados.
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Atualizado até capítulo 44
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