O toque fugaz na manga da blusa de Margaret pareceu romper uma barreira invisível que ambas mantinham com tanto cuidado. Por um instante, o mundo ao redor delas se restringiu àquele pequeno ponto de contato, carregado de uma eletricidade silenciosa. Margaret sentiu um arrepio percorrer seu braço, a suavidade dos dedos de Jenna contrastando com a rigidez que ela tentava manter em sua postura.
Ela desviou os olhos do rosto intenso de Jenna para a mão da aluna, notando a delicadeza dos dedos, a forma como eles pareciam insinuar um toque mais íntimo. Uma onda de calor a invadiu, um rubor sutil tingindo suas bochechas. Era perigoso, terrivelmente perigoso, permitir que essa proximidade continuasse.
Lentamente, Margaret ergueu a mão e cobriu a de Jenna, seus dedos hesitantes sobre os da aluna. O contato, ainda que casto, enviou um choque ainda maior através de seus corpos. A diferença de temperatura entre suas mãos era notável, a de Jenna quente e ansiosa, a sua ligeiramente fria e trêmula.
"Jenna," disse Margaret, sua voz agora um sussurro rouco, quase inaudível na penumbra do teatro. "Você está indo por um caminho... que não podemos trilhar."
Seus olhos encontraram os de Jenna novamente, e Margaret viu ali uma mistura de desafio e vulnerabilidade que a desarmava. A intensidade do olhar da aluna parecia sugar toda a sua força de vontade.
"Por que não podemos?" sussurrou Jenna de volta, sua voz carregada de uma súplica silenciosa. "O que há de tão errado em sentir algo tão forte?"
Margaret apertou levemente a mão de Jenna, um gesto quase imperceptível, mas que transmitia uma luta interna. Ela sabia que deveria se afastar, romper aquele contato, reafirmar os limites que estavam sendo perigosamente ignorados. Mas, naquele momento, presa sob o olhar penetrante de Jenna e a intensidade daquele encontro clandestino, sua resolução vacilava.
"Há tudo de errado, Jenna," respondeu Margaret, a voz agora embargada. "Eu sou sua professora. Você é minha aluna. Existem regras, responsabilidades..."
"Regras são feitas para serem quebradas," interrompeu Jenna suavemente, sua outra mão se elevando para tocar de leve o rosto de Margaret. Seus dedos roçaram a maçã do rosto da professora, a pele macia e quente sob seu toque.
Margaret prendeu a respiração novamente, sentindo um turbilhão de emoções conflitantes. Aquele toque era uma transgressão, uma invasão de seu espaço pessoal, mas também despertava nela uma sensação há muito reprimida, um anseio por intimidade e conexão.
Ela fechou os olhos por um breve instante, lutando contra a onda de desejo que a invadia. A proximidade de Jenna era intoxicante, a ousadia de seus gestos a confundia. Ela sentia-se à beira de um precipício, sabendo que um passo em falso poderia levá-las a um lugar sem volta.
Quando Margaret reabriu os olhos, seus dedos ainda estavam sobre a mão de Jenna. Ela olhou para a aluna, vendo o reflexo de sua própria luta no olhar castanho que a fitava com tanta intensidade.
Lentamente, quase hesitante, Margaret moveu sua mão, não para se afastar, mas para virar a palma e entrelaçar seus dedos nos de Jenna. O contato agora era mais íntimo, uma confissão silenciosa de que a barreira estava começando a ceder.
Um pequeno suspiro escapou dos lábios de Jenna, um misto de triunfo e nervosismo. Ela deu mais um passo à frente, encurtando ainda mais a distância entre seus corpos. Seus quadris quase se roçaram, e Margaret sentiu um tremor percorrer suas pernas.
"Professora..." sussurrou Jenna, sua voz agora carregada de um desejo palpável.
Margaret engoliu em seco, seus olhos fixos nos lábios entreabertos de Jenna. Ela sabia que deveria parar aquilo ali mesmo, antes que fosse tarde demais. Mas, naquele momento, a razão parecia ter se esvaído, substituída por uma curiosidade avassaladora e uma atração inegável.
Inclinando-se ligeiramente, Margaret sussurrou de volta, sua voz quase inaudível: "Não me chame de professora agora, Jenna."
O silêncio que se seguiu foi carregado de uma expectativa palpável. A pouca luz do teatro envolvia as duas em uma bolha de intimidade proibida. A tensão entre elas era quase física, um fio invisível que as mantinha conectadas, à beira de cruzar uma linha perigosa, mas irresistivelmente tentadora.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 23
Comments