••─⟡×⟡─▼ Chapter 4 ▼─⟡×⟡─••
Narrador > Anteriormente, em "Azul Pecado"...
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*direciona o olhar para Adrian*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Ele não fez absolutamente nada, e você o arrastou até aqui.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
O que você pretende fazer?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*solta Matteo*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*vai até o mesmo*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*encara Luca*
Matteo tremia. Seus olhos percorriam o ambiente com rapidez, como se buscassem desesperadamente uma rota de fuga que não existia. O chão abaixo dele parecia instável, e os sons ao redor vinham abafados, como se o mundo estivesse longe demais para alcançá-lo.
O toque de Luca, mesmo que breve, havia deixado uma marca invisível. O garoto agora permanecia encolhido, o peito arfando em ritmo desigual, os ombros tensos como cordas prestes a se romper. Havia algo no olhar de Luca firme, frio e decisivo que não prometia segurança. A aproximação dele carregava um peso que Matteo não sabia nomear, mas que instintivamente o fazia recuar.
Adrian permaneceu imóvel, os olhos presos aos de Luca. Nenhuma palavra foi dita, mas o silêncio carregava um aviso claro: qualquer gesto em falso e haveria consequências. O ar parecia eletrificado pela desconfiança.
Matteo não compreendia exatamente o que acontecia, mas seu corpo reagia. Ele sabia que algo estava errado. E, naquele momento, a única coisa que ele queria mais do que entender onde estava ou quem eram aqueles homens era desaparecer.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Você não vai querer me desafiar, não é mesmo?
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*se mantém firme*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*levemente surpreso*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Você não ouviu?
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*hesita em sair*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Uma vez passa, na próxima eu mesmo irei me certificar de te degolar e te dar de comer para esse garoto.
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*se assusta com as palavras do mesmo*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Não... não o machuque.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
É só o que te peço, não o machuque.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*fecha a porta na cara do mesmo*
A porta se fechou com um leve estalo quando Adrian saiu, deixando para trás o silêncio carregado de tensão. Luca permaneceu imóvel por alguns instantes, os olhos fixos no garoto sentado no canto da cama pequeno, encolhido, como se cada centímetro de seu corpo estivesse tentando desaparecer.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Então... Como você se chama?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*pergunta, com a voz baixa, porém firme*
Não era uma gentileza; era uma exigência.
Matteo não respondeu. Seus olhos evitavam o rosto do homem à sua frente, fixando-se em pontos aleatórios do quarto o puxador da cômoda, a costura da colcha, o movimento quase imperceptível das sombras na parede. Seus dedos se contraíam e descruziam com rigidez, seguindo um padrão rítmico que o ajudava a manter algum controle.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*da um passo a frente*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Não vai falar?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*mantém a voz fria, desprovida de paciência*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*vira o rosto*
Matteo não respondeu. Seus olhos estavam arregalados, mas desviavam constantemente o olhar. As mãos tremiam levemente sobre o lençol, e seus lábios se entreabriram... mas nada saiu.
Luca se aproximou, os passos firmes, calculados. Parou diante dele e inclinou-se um pouco, o tom agora mais baixo, mais cortante:
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Eu não tenho tempo para jogos.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Você nos viu. Me viu matar um homem.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Não quero saber o motivo agora, quero saber quem você é.
O silêncio persistiu. Matteo tentou respirar fundo, mas o ar parecia escapar. A mente lutava com o caos de informações, o medo, o excesso de luz, o som da respiração de Luca tão próxima. As palavras simplesmente não vinham.
Foi então que Luca perdeu a paciência. Segurou o garoto pela camisa e o ergueu com brusquidão. Não o machucou gravemente ainda não, mas o impacto da ação foi o suficiente para arrancar um som de dor abafado de Matteo. A escultura que ele havia segurado antes caiu no chão, rolando para debaixo da cama.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*exigi, agora com os olhos faiscando*
Matteo tentou se proteger, cobrindo o rosto com os braços, a respiração descompassada. Murmurou, com esforço, uma única palavra:
Luca o encarou por um momento, surpreso pelo som. Então o largou com um empurrão nada delicado de volta à cama.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Ótimo. Agora temos um nome.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*cruza os braços*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Por que estava naquela viela?
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*ainda tremendo, gagueja*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
A... atalho. Ô... ônibus... estava... atrasado.
Luca franziu o cenho. A explicação parecia estúpida mas genuína.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Um azarado, então...
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*murmura para si mesmo*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Ou um mentiroso com uma boa atuação.
Ele se virou e caminhou em direção à porta, sem dizer mais nada. Mas havia um pensamento martelando em sua mente: ou aquele garoto era o civil mais azarado da cidade... ou alguém com muito a esconder.
Luca lançou um último olhar por sobre o ombro antes de fechar a porta com um estalo firme. O som reverberou no quarto como um veredito. Lá fora, o corredor mergulhou novamente no silêncio. Lá dentro, o ar parecia pesar o dobro.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*fecha a porta com certa força*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*se assusta, ainda tremendo, logo se encolhendo na cama*
Matteo permaneceu imóvel por longos segundos. O corpo encolhido sobre si mesmo, os braços apertando os joelhos contra o peito como uma tentativa instintiva de proteção. Seus olhos estavam arregalados, e os ombros tremiam com espasmos curtos, involuntários. Tentava respirar, mas cada inspiração parecia presa na garganta.
Eram exatamente 11h47 da manhã. O sol atravessava a cortina clara com uma delicadeza que contrastava cruelmente com o que acabara de acontecer. A luz desenhava padrões suaves no chão de madeira polida padrões que Matteo forçou os olhos a seguir, como um ponto de fuga para a mente em colapso.
A mesma frase martelava em sua mente, incessante, como um mantra desalinhado: Eu não devia estar aqui. Eu não devia estar aqui.
Cada repetição surgia com o peso de um batimento irregular, uma tentativa desesperada de impor alguma ordem ao caos que o cercava.
O cheiro do quarto — lavanda misturada com madeira encerada era estranho, novo, invasivo. Outro gatilho. Matteo pressionou as palmas das mãos contra os ouvidos, abafando o mundo, tentando encontrar alguma âncora. Mas tudo parecia fugir ao controle.
Ele só queria estar a caminho do trabalho. Acordara como sempre, às 6h42, tomara o mesmo café simples, separado em três partes — três colheres niveladas de pó, 400ml de água mineral, sete minutos no coador de pano — e saíra pontualmente às 7h28. Era arquivista em um escritório de advocacia no centro de Nápoles, um emprego que lhe dava previsibilidade, silêncio, ordem. O mundo lá fora podia ser caótico, mas dentro daquele prédio, ele conhecia cada gaveta, cada código, cada procedimento.
Era seguro.
E agora... agora estava trancado em um quarto desconhecido, numa casa que cheirava a perigo, sem saber se voltaria a ter sua rotina novamente.
Do lado de fora da porta, passos podiam ser ouvidos se afastando. Uma porta mais distante se abriu e se fechou talvez Luca voltando para o andar inferior.
Matteo recuou até o canto do quarto, arrastando-se pelo carpete grosso, e ali se encolheu, com os olhos fixos na maçaneta. Qualquer som, qualquer movimento, poderia fazer tudo recomeçar.
Mas por ora, havia apenas o silêncio e o medo que preenchia cada centímetro do espaço ao seu redor.
No andar de baixo, Adrian cruzava o corredor silencioso quando ouviu a voz grave que o fez parar.
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*encostado à ombreira da porta do escritório*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*se vira, firme*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Sim, senhor?
Dante o analisou por um segundo, olhos sombrios como vidro fumê.
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Quem... quem é aquele garoto?
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
E o que meu irmão quer com ele?
Comments
Vic divo💋
TÁ INCRÍVEL!! A SUA ESCRITA É INCRÍVEL
2025-05-09
3
Vic divo💋
AAAAAAAAAAAAA
2025-05-09
1
💕Obcecada por yaoi💕
CONTINUAAAAAA
2025-05-08
2