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Quando nossas bocas se encontraram, foi como se o tempo prendesse a respiração.

O beijo foi urgente. Cru. Como se estivéssemos recuperando algo que nos foi negado por tempo demais.

Minhas mãos a puxaram com força pela cintura, encaixando seu corpo ao meu. Ela gemeu contra minha boca, as mãos cravadas nos meus ombros, como se quisesse se fundir a mim. O vestido leve subiu fácil sob meus dedos, e por baixo dele, só pele. Quente. Macia. Firme.

Clara- Eu te desejei por tanto tempo – ela sussurrou, entre beijos, mordendo meu lábio inferior.

Clara- Você não faz ideia…

Empurrei algumas caixas para o lado, sem me importar com o barulho. A encostei ali, contra a estante fria, contraste com o calor absurdo que subia pelo meu corpo.

Minha boca percorreu seu pescoço, os ombros, descendo pela curva dos seios, enquanto ela entrelaçava os dedos no meu cabelo, puxando com força, pedindo mais, pedindo tudo.

Ela me provocou até o limite — agora eu a tomava como ela queria: sem pedir permissão.

Segurei suas coxas e a ergui com facilidade, pressionando-a contra a parede. Ela se encaixou em mim com um gemido baixo, os olhos fechados, a cabeça caída para trás então me afundei em sua boceta quente ..

Nos movemos com fome. Com necessidade. A cada investida, seus dedos cravavam mais fundo nas minhas costas.

O som abafado da respiração dela, os gemidos contidos, o jeito como dizia meu nome entre os dentes — aquilo me tirava do eixo.

Nada mais importava. Não ali.

Só ela.

Só nós.

Consumindo cada centímetro, cada segundo, como se o mundo fosse acabar logo depois.

O clímax veio como um rompante. Intenso. Irresistível. Nossos corpos tremiam em uníssono, grudados, suados, saciados.

E então… o silêncio.

A respiração ofegante. O cheiro da gente misturado com o perfume dela.

Eu encostei minha testa na dela, ainda segurando sua cintura, e senti uma pontada no peito que não tinha nada a ver com arrependimento.

Era algo mais profundo… Um aviso: isso mudou tudo.

Ainda estávamos colados. Minha respiração encontrava a dela no meio do ar quente e apertado da sala de arquivos. A perna dela ainda envolvia meu quadril, e as mãos, antes firmes, agora repousavam suaves sobre meus ombros, como se tateassem uma nova versão de mim.

O silêncio era quase incômodo. Mas não por constrangimento — e sim pelo peso do que acabamos de fazer.

Afastei o rosto devagar, buscando os olhos dela.

Clara me olhou de volta, sem desviar. Mas seu olhar não era mais provocação.

Era vulnerabilidade.

Clara - Isso… – ela começou, e a voz falhou um pouco.

Clara- Isso não foi só desejo. Você sabe disso, né?

Assenti, engolindo seco.

Dante- Eu sei.

Soltei um suspiro longo, encostando a testa no ombro dela.

Meu coração ainda batia rápido, não só pelo sexo — mas pela avalanche emocional que vinha junto.

Dante- Mas a gente complicou tudo agora, Clara – murmurei. – Lucas…

Ela fechou os olhos por um segundo.

Clara- Eu sei o que Lucas sente. Mas eu também sei o que eu quero. E não é ele. Nunca foi.

As palavras dela entraram como uma lâmina. Clara era direta, sem espaço pra ambiguidade. Ela não jogava — ela decidia.

Mas eu? Eu ainda carregava fantasmas. Isa. Cael. Aquela história toda que me deixou quebrado por dentro.

Será que eu sabia mesmo o que fazer com algo que estava dando certo?

Ela soltou uma risada baixa, sem humor, e passou os dedos pelo cabelo bagunçado.

Clara- Você vai fugir, né?

Dante- Não quero – respondi, sincero. – Mas tenho medo de estragar tudo. Medo de estragar você.

Ela desceu do meu colo, ajeitando o vestido com calma, sem tirar os olhos de mim.

Clara- Já tô estragada há muito tempo, Dante. E talvez você seja a única bagunça que eu queira manter por perto.

Aquela frase ficou presa na minha garganta.

Ela me beijou de leve, como se marcasse o fim de algo… ou o começo.

Clara - Nos vemos amanhã – ela disse, antes de sair.

E eu fiquei ali, entre arquivos, caixas e memórias, sentindo que algo muito maior tinha começado. Algo que não dava mais pra negar.

Mas também não dava pra esquecer o que vinha junto com isso.

O nome dele ainda ecoava dentro de mim: Lucas.

E eu sabia…

mais cedo ou mais tarde, ele ia descobrir.

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Comments

Dulce Gama

Dulce Gama

coitado do Dante sempre tem um concorrente jesus cristinho dos amores ❤️❤️❤️❤️❤️👍👍👍👍👍🌹🌹🌹🌹🌹🎁🎁🎁🎁🎁🌟🌟🌟🌟🌟

2025-04-27

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