Alex Yukio não liderava pela força bruta.
Ele não precisava levantar a voz. Não precisava mostrar dentes, nem poderes. Bastava um olhar — e a sala silenciava.
Diferente da sede da Yukio Corporation, o centro de operações da máfia Yukio era um bunker subterrâneo, escondido sob uma empresa de exportação. Lá, os corredores eram escuros, revestidos por concreto reforçado e câmeras sem pontos cegos. Não havia luxo — apenas precisão.
Ele chegava sempre entre 3h e 4h da manhã, quando ninguém esperava. Nunca no mesmo dia da semana. Os guardas não sabiam quando ele viria, contudo era melhor estarem impecáveis caso isso acontecesse.
No núcleo, três andares abaixo da entrada, era onde ficavam:
• A sala de inteligência — onde Alex analisava os relatórios de movimentações de rivais, escutas, rastreios e execuções autorizadas.
• A câmara de julgamento — uma sala escura, com uma única cadeira no centro. Era ali que traidores, ladrões ou espiões apareciam... uma única vez.
• O arquivo negro — um servidor independente onde segredos de políticos, empresários e outros chefes de máfia estavam guardados. Chantagem era uma arma tão letal quanto uma bala.
A sua rotina era quase militar.
• Checava os relatórios da noite anterior.
• Conversava diretamente com informantes infiltrados, sempre em salas sem microfones.
• Autorizava ou negava ações — desaparecimentos, ajustes, punições.
• Verificava as alianças territoriais e os fluxos de dinheiro que não passavam por bancos.
E acima de tudo, ele investigava.
Alex desconfiava de todos. Até dos próprios aliados.
Porque alguém que ocupa o trono… sempre tem um alvo nas costas.
Na máfia, ele não era Alex, o CEO.
Era Kuro-ōji — o Príncipe Negro.
Nome que nasceu quando ele, aos 18 anos, fez seu primeiro acerto: mandou silenciar um traidor que era como um tio para ele. Sem hesitar. Sem piscar.
Frase comum entre os seus homens:
"Se ele te chamou na madrugada... já era tarde demais para fugir."
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