Código vermelho

Isabela chegou ao Parque das Palmeiras com dez minutos de antecedência. Sentou-se em um banco próximo ao lago artificial, observando os patos e fingindo naturalidade. Apesar da aparência serena, seu coração batia como um tambor dentro do peito. Cada movimento ao seu redor era analisado com atenção. Ela não era paranoica, mas sabia que estava se envolvendo com alguém perigoso.

Quando Enzo apareceu, vindo do lado oposto do parque, parecia uma pintura viva: elegante, discreto, com as mãos nos bolsos e o olhar preso nela. Ele usava uma camisa azul-marinho dobrada nos braços, sem gravata, e um blazer que lhe dava um ar mais informal — mas ainda assim letal.

— Você veio — ele disse, sentando-se ao lado dela, deixando uma distância respeitável.

— E você está sem segurança. Aparentemente, seguiu as instruções — Isabela respondeu.

Ele assentiu, os olhos presos ao lago.

— Gosto de cumprir promessas.

— Comece cumprindo a de ser honesto. Quem é você, de verdade, Enzo?

Ele respirou fundo. Havia um silêncio ao redor deles, interrompido apenas pelos passos de crianças e o som distante de um vendedor ambulante.

— Sou alguém que carrega mais culpa do que deveria. Alguém que viu de perto o que o poder faz com as pessoas. — Ele virou-se para ela. — Eu nasci dentro da máfia. Não tive escolha. Meu pai foi morto quando eu tinha 12 anos. Minha mãe desapareceu três dias depois. Cresci entre homens que acham que lealdade é mais valiosa que amor.

Isabela ficou em silêncio, absorvendo cada palavra.

— E agora? Você continua dentro disso?

— Estou tentando sair. Mas não é tão simples. Ninguém sai sem deixar rastros de sangue para trás.

Ela ficou calada por alguns segundos, tentando entender o que tudo aquilo significava.

— Por que me contou isso? — sussurrou.

— Porque você é a primeira pessoa que me olha sem medo. E porque, mesmo sabendo que estou quebrado, você ainda está aqui.

Isabela desviou o olhar, encarando a água tranquila do lago. Por dentro, estava longe da tranquilidade. Sentia-se entre dois mundos — um seguro e previsível, o outro perigoso e excitante.

— E se eu disser que estou com medo agora? — ela perguntou.

— Eu te protejo. Mesmo que isso me custe tudo.

Antes que pudesse responder, um tiro ecoou ao longe, fazendo com que as pombas do parque voassem em desespero. Pessoas gritaram. Enzo instintivamente puxou Isabela para o chão, cobrindo-a com o corpo.

— São eles — murmurou, com os olhos atentos ao redor.

— Quem? — ela perguntou, assustada.

— Alguém que quer me ver fora do jogo. E agora, talvez queira você também.

Isabela sentiu o chão tremer sob seu corpo. O mundo que ela conhecia acabara de mudar. E o preço de estar com Enzo poderia ser muito mais alto do que ela imaginava.

— Precisamos sair daqui — disse ele. — Agora.

Ele a puxou pela mão, guiando-a por um dos caminhos laterais do parque. Corriam por entre árvores e trilhas, os passos rápidos ecoando em sincronia com o pânico em seus corações. Atrás deles, vozes distantes e pneus cantando no asfalto.

Chegaram a uma área mais deserta do parque, onde um carro preto os aguardava. Enzo abriu a porta para ela, que hesitou antes de entrar.

— Confia em mim? — ele perguntou.

Ela não respondeu, mas entrou.

Durante o trajeto, o silêncio era pesado. Enzo falava em italiano com alguém no celular, em tom grave. Isabela tentava entender o que acabara de acontecer. A adrenalina ainda corria em suas veias.

— Quem eram aquelas pessoas? — ela perguntou, finalmente.

— Um grupo rival. Estão me caçando há meses. Mas hoje, eles deram um passo além: mexeram com você. — Ele apertou o volante. — Isso não vai ficar assim.

— Você vai atrás deles? —

— Não. Primeiro, vou garantir que você esteja segura. Depois, eles vão pagar.

O carro parou em frente a um prédio discreto. Enzo a guiou até um apartamento elegante e silencioso. Ali dentro, era como outro mundo: móveis de madeira escura, quadros antigos, uma lareira apagada e o perfume dele impregnado no ar.

— Pode ficar aqui até as coisas se acalmarem. — Ele olhou nos olhos dela. — Eu prometo que não vou deixar ninguém te tocar.

Isabela sabia que sua vida nunca mais seria a mesma. Estava mergulhada em um universo que só conhecia por filmes ou reportagens. E, mesmo assim, parte dela — talvez a mais escondida — sentia-se viva como nunca antes.

Então gente oq vcs acham que vai acontecer?eu acho que eu fui rápido demais na história né?se vcs quiserem posso rescrever a história amo vcs leitorinhos(a)

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