Ponto de vista de Maia Sofia
Assim que a porta da sala se fechou atrás de mim, soltei o ar que nem percebi que estava prendendo. Minhas pernas pareciam um pouco bambas, mas eu me obriguei a andar com firmeza até o elevador.
O coração ainda batia forte. Não só por causa da entrevista… mas por causa dele.
"Tobias Lancaster."
O nome ecoava na minha mente como um segredo. Ele era o dono da empresa — isso me pegou completamente desprevenida. E ainda assim, ele não agiu como um executivo distante. O olhar dele… intenso. Aquela calma no tom da voz, como se tudo ao redor estivesse sob controle. Como se ele já soubesse o que eu iria responder antes mesmo de abrir a boca.
E, por algum motivo, me senti… exposta. Como se ele enxergasse além do que eu estava tentando mostrar.
As portas do elevador se abriram e eu caminhei até a recepção. Antes que pudesse sair, alguém esbarrou de leve no meu ombro.
??? – Ai, desculpa! Você tá bem?
Virei para olhar. Era uma mulher da minha idade, talvez um pouco mais nova, com olhos marcantes, cabelos preto-ondulados e uma postura segura demais para ser só mais uma funcionária.
MAIA SOFIA – Tô sim! Desculpa também, eu que devia ter prestado mais atenção.
A garota me analisou com um sorriso curioso, como se tentasse adivinhar quem eu era.
??? – Você é nova aqui?
MAIA SOFIA – Não exatamente. Vim para uma entrevista de emprego.
??? – Ah, entendi. Primeira vez na Lancaster?
MAIA SOFIA – Sim. A empresa é incrível… um pouco intimidadora, pra ser sincera.
Ela riu, como se achasse graça da sinceridade.
??? – Vai se acostumar. Acredite, por trás dessa fachada toda, tem muita gente mais perdida do que parece.
Eu sou Lavínia, aliás.
MAIA SOFIA – Maia Sofia. Prazer.
LAVÍNIA – Boa sorte na vaga, Maia. Quem sabe a gente não se esbarra por aqui de novo.
Ela piscou, misteriosa, e se afastou rumo aos elevadores. Maia a observou por alguns segundos, sem saber que tinha acabado de conhecer Lavínia Lancaster — irmã do homem que agora ocupava seus pensamentos com uma intensidade desconcertante.
Saindo pelas portas da Lancaster, Maia sentiu o vento de Nova York bater no rosto. Ela respirou fundo.
"Será que ele pensou em mim… do mesmo jeito que eu não consigo parar de pensar nele?"
Mal sabia ela: pensou sim. E muito.
PONTO DE VISTA DE TOBIAS – Sozinho na sala
A porta se fechou atrás de Lavínia, e Tobias voltou para sua cadeira lentamente. O nome dela ainda ecoava em sua mente: Maia Sofia. Tinha um gosto exótico nos lábios, como algo que ele ainda não tinha provado… mas sabia que queria devorar por inteiro.
Ele apoiou os cotovelos sobre a mesa, uniu as mãos diante da boca e encarou o vazio com um brilho escuro nos olhos.
TOBIAS (sussurrando) – Ela não tem ideia do que despertou em mim…
Um sorriso torto, quase cruel, se formou em seus lábios.
TOBIAS – Não é sobre romance. Nunca foi. Não quero levá-la pra jantar, não quero segurá-la pela mão na rua. Eu quero aquela boca aberta gemendo o meu nome. Quero ver os olhos dela suplicando por mais enquanto ela se ajoelha, entregue.
Ele se inclinou para trás, o olhar fixo no teto.
TOBIAS – Quero testar cada limite… ver o quão submissa ela pode se tornar com o tempo. Ela tem o tipo de inocência que me dá vontade de corromper. Devagar. Com gosto.
Fechou os olhos e imaginou a cena com uma intensidade quase palpável: ela amarrada, as mãos presas acima da cabeça, os lábios vermelhos entreabertos, os gemidos contidos e o corpo se contorcendo sob seu comando.
TOBIAS – Vou ensiná-la a me obedecer. A confiar. A implorar por prazer só quando eu permitir.
Ele se inclinou de novo sobre a mesa, os olhos agora mais frios — concentrados.
TOBIAS – Mas tem algo nela… algo que me faz querer ir além do corpo. E isso, isso sim, me irrita. Porque quando esse tipo de mulher entra na minha vida… ela não sai do mesmo jeito. Nem eu.
Passou a mão pelo cabelo, inquieto, como se tentasse controlar o próprio impulso.
TOBIAS – Talvez eu devesse deixá-la ir…
(pausa)
Mas já é tarde demais.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 41
Comments