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BEATRIZ: eu juro dona Ana, dessa vez a culpa não foi minha, falo tentando convencê-la.

ANA: Beatriz querida, já lhe enviei para seu terceiro emprego, só essa semana.

BEATRIZ: aquele velho babão, me assediou dona ana; por favor.

ANA: ai menina, vamos ver mais uma vez aqui; falo abrindo o computador.

BEATRIZ: espero anciosa, ela encontrar alguma coisa.

ANA: olha só querida, tem um disponível aqui..e é na sua área.

BEATRIZ: juraa? que ótimo.

ANA: vou lhe indicar, mas olha lá em? ver se não vá quebrar nenhum outro vaso na cabeça de ninguém.

BEATRIZ: eu prometo, falo fazendo um gesto.

ANA: pronto, já lhe indiquei, agora é só aguardar.

qualquer coisa te ligo.

BEATRIZ: Obrigada dona Ana.. falo lhe abraçando.

me retiro da agência de empregos, conto meu dinheiro e não tem jeito, terei que voltar caminhando novamente.

me chamo Beatriz, tenho 21 anos, e nasci no Brasil, mas mudei pra Itália com minha mãe ainda criança.

com muito custo consegui me formar em pedagogia, trabalhei em algumas escolas, mas nunca nada fixo.

minha mãe trabalha em uma fábrica, mas o ganho é pouco pra sustentar nós duas e pagar o aluguel..

essa sou eu

depois de andar por quase duas horas, finalmente chego em casa.

oi mãe, chegou mais cedo hoje? falo lhe dando um beijo no rosto.

GISELA: oi querida, então como foi na agência?

BEATRIZ: tô esperando dona Ana me ligar, tem uma vaga na minha área.

GISELA: tomara que dessa vez você dê sorte amor.

BEATRIZ: tomara que sim.

mas porque voltou cedo hoje? se sentiu mal novamente?

GISELA: não querida.

BEATRIZ: não mente pra mim, dona gisela.

GISELA: eu vou pro quarto, tô cansada.

BEATRIZ: precisa se cuidar mamãe, tá trabalhando demais.

GISELA: amanhã irei fazer alguns exames, mas não precisa se preocupar tá?

BEATRIZ: vai descansar, eu faço a janta, não se preocupe.

MANSÃO DO ENRICO

olha só Julia, tô precisando de alguém pra dar aulas particulares ao Henri, e não aceito qualquer pessoa.

O meu filho é tudo que eu tenho de mais precioso na vida.

não quero que ele vá pra uma escola convencional.

me chamo Enrico, tenho 30 anos, e sou o don da maior organização de toda Itália..sou impiedoso com. meus inimigos, muitas pessoas dizem que não tenho coração; casei aos 25 anos com a Yasmin, nosso casamento foi só um acordo entre famílias, dessa união nasceu o Henri, meu filho.

Yasmin foi assassinada em uma emboscada a dois anos atrás..me vinguei de cada um que tirou a vida da mãe do meu filho.

sou frio, calculista, cada passo que dou é meticulosamente calculado, no nosso meio não se permite erros, pois um único erro, pode custar muito caro.

esse sou eu

então, já apareceu alguém qualificado o suficiente pra dar aulas ao Henri?

JÚLIA: hoje mesmo entrarei em contato com a agência.

ENRICO: não quero desculpas, quero resultados.

você sabe que o Henri não fala desde que perdeu a mãe ; o que menos preciso é de alguém desqualificado pra causar mais traumas nele.

JULIA: sim, senhor.

ENRICO: sigo pro meu escritório, vou separar algumas mercadorias..entro em meu escritório e me dirijo pro quarto secreto, só quem sabe desse lugar sou eu e o Lucca. meu amigo e braço direito.

acendo meu charuto, e separo as mercadorias..

enquanto separo tudo, me lembro do meu pai, ele morreu a 10 anos atrás, pela facção rival, nunca perdoei don salvadore, não sossegarei enquanto não ceifar sua vida.

fui obrigado a assumir a máfia com 20 anos, sentindo assim o peso de tudo isso nas costas; a única pessoa que me desperta algo bom, é meu filho...pois até minha mãe, após a morte de meu pai ,fugiu com um dos soldados dele.

meu filho é um garoto lindo, forte e saudável, só não consegue falar, devido o trauma de perder a mãe tão cedo.

(HENRI)

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