CAPÍTULO 4

No dia seguinte Pablo estava de volta à clínica para levar a misteriosa mulher para a sua casa. Ele se deu conta que ela não tinha roupas, afinal ela estava com a roupa do hospital e a que ela usava no dia que sofreu o acidente foi jogada fora. E como ela não lembrava de nada porque a sua memória foi afetada se quer sabia o número da roupa que usava e muito menos o gosto que ela gostava de usar. Então se viu obrigado a chamar sua filha Ana para ajudar a comprar roupas femininas. O médico que lhe deu os números exatos de que roupa ela devia usar entre cores e tamanhos. E os calçados também. Ana estava adorando aquele desafio de poder ajudar seu pai a escolher as roupas para a misteriosa mulher. Eles foram em uma loja elegante, ele pediu para que a sua filha escolhesse as roupas imaginando como seria enquanto ele descrevia o corpo da mulher misteriosa.

— Papai, como ela é?

— Como assim?

— Quero dizer, se ela é magra? — Ele pensou um pouco antes de dar a resposta.

— Eu não sei filha, mas eu acho que ela deve ter um metro e 70, ela é magra, cabelo longo, olhos verdes.

— Então ela é bonita papai?

— Não sei, mas eu acho que é. Minha filha, escolhe a roupa e aproveita e já escolhe algumas para você também.

— Papai, quer comprar para mim?

— Sim, minha filha.

— Para mim não precisa porque eu tenho bastante roupa.

— Você tem certeza que não quer escolher uma roupa para você?

— Não papai. — Ana estava tão animada que deixava Pablo encantado com a iniciativa da filha, ela gostava de fazer isso.

— Não sei porque papai, eu não conheço essa senhora, mas eu já estou gostando dela.

— Pablo ficou confuso ao ouvir sua filha tão empolgada com a misteriosa mulher que ela nem conhecia.

— Não vamos tirar conclusões precipitadas, minha filha.

— Porque o senhor está dizendo isso?

— Porque eu ajudei essa pessoa sem saber quem ela era, não sabemos nada sobre ela. Só vamos saber quando ela recuperar a memória, por enquanto estou ajudando ela recuperar a memória e ela poderá seguir seu caminho.

— O senhor tem certeza do que está dizendo?

— Porque está me perguntando isso?

— Não sei, mas eu acho que o senhor está envolvido demais com essa misteriosa mulher, o senhor mudou muito de uns tempos pra cá!

— Em que sentido eu mudei? — Perguntou Pablo confuso.

— O senhor não vai ficar bravo comigo?

— Não, mas o que você está querendo me dizer?

— Depois que essa mulher apareceu mesmo nessas circunstâncias, o senhor não é mais o mesmo!

— Em que sentido você está se referindo, minha filha?

— Na verdade, o senhor deixou de ser aquela pessoa amarga e rabugenta como era antes!

— Não estou entendendo onde você quer chegar?

— Desde que a mamãe morreu, o senhor se tornou uma pessoa amarga fria que nunca dava um sorriso sempre de cara amarrada. De uns tempos pra cá o senhor voltou a sorrir, se tornando mais atencioso, carinhoso e feliz, alguma coisa aconteceu com o senhor?

— Eu não sei explicar minha filha, só sei que eu precisei fazer o que tinha que ser feito, na hora bateu um desespero. Não sei dizer ao certo, mas tive aquela sensação de que quando eu vi essa pessoa no carro eu lembrei da mãe de vocês, talvez por eu não ter conseguido salvar ela, me senti na obrigação de salvar essa mulher estranha. Para dizer a verdade, eu não sei o que está acontecendo, de uma coisa eu tenho certeza minha filha, me sinto bem assim, esqueço um pouco dos meus problemas do dia a dia, talvez eu precisava sair um pouco da rotina para descobrir o que realmente está acontecendo comigo, na verdade, ainda eu não superei a morte da sua mãe e salvando essa mulher é como se eu estivesse salvando ela, é claro que ninguém vai tirar o lugar da mãe de vocês. Cada caso é um caso, não dá para misturar as coisas. Talvez o fato de eu estar ajudando essa mulher, isso não quer dizer nada.

— Será mesmo papai?

— O que você está insinuando, minha filha?

— Nada papai, só sei que o senhor mudou muito, e para melhor. Eu estou disposta a ajudar essa mulher recuperar a memória, quem sabe vocês dois podem ficar juntos.

— Filha, para de falar bobagem, não fica inventando história que não há nada entre o seu pai e essa mulher. Apenas estou ajudando, e está me fazendo bem. É só isso, assim ocupa minha cabeça.

— Sei papai.

— Por que você não acredita no que seu papai está dizendo filha?

— Acreditar eu acredito, que o senhor está sendo sincero, eu estou dizendo o que eu que estou sentindo, papai.

— Não importa minha filha, o que você está sentindo, apenas acredita no que o seu pai está dizendo. E vamos parar com essa conversa, escolha as roupas e vamos de uma vez na clínica e levar a misteriosa mulher para casa.

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Comments

olivia França

olivia França

concordo com ela, ela é uma menina esperta!

2025-05-12

0

Ivonete Xaves

Ivonete Xaves

começando ler dia 23/04/2025
estou gostando, até esqueci de ver no começo da história,se estava concluída, só espero que a autora atualize os capítulos rápido, pra não perder o foco da história

2025-04-24

1

Dulce Gama

Dulce Gama

tão lindo pai e filha conversando e se entendendo tomara que essa mulher recupere a memória e de um rastro no marido ❤️❤️❤️❤️❤️🌹🌹🌹🌹🌹🎁🎁🎁🎁🎁👍👍👍👍👍

2025-04-01

0

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