[Narração Inicial – O Último Rastro de Borracha]
A noite estava quente, e a cidade brilhava com o reflexo dos letreiros de neon sobre o asfalto úmido. O ronco do motor de uma Lamborghini Huracán ecoava pelas ruas desertas, um rugido metálico que rasgava o silêncio da madrugada.
Kaizen Gearlock, ex-piloto de corrida, segurava firme o volante, os olhos fixos na estrada à sua frente. O velocímetro passava dos 320 km/h, mas para ele, aquilo não era velocidade suficiente. Ele queria mais. Sempre quis mais.
Os pistões batiam com fúria, o motor gritava como uma fera indomável. Cada curva era tomada com precisão cirúrgica, cada reta era um convite para desafiar os limites. Para Kaizen, velocidade não era apenas um número—era uma filosofia, um vício, um estilo de vida.
Mas, como todo piloto sabe, até o melhor dos motores tem seu limite.
Um estalo.
Depois, outro.
O ronco do motor mudou. Um som metálico distorcido, seguido por um alerta no painel. O motor estava se fundindo.
Kaizen teve apenas um segundo para reagir antes que a Lamborghini perdesse o controle. O mundo virou de cabeça para baixo quando o carro capotou em alta velocidade, girando no ar como um brinquedo quebrado. O vidro estilhaçou. O aço dobrou. O impacto foi brutal.
E então, silêncio.
O cheiro de borracha queimada e gasolina tomou conta do ar. Kaizen, ainda preso ao banco, soltou uma risada fraca, o gosto de ferro na boca.
"Heh… pelo menos foi rápido."
Seus olhos começaram a se fechar.
A última coisa que viu foi o céu da cidade, brilhando com luzes artificiais—e então, tudo escureceu.
Mas essa não era o fim.
Era apenas o começo de uma nova corrida.
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