Sala do Chefe Stefan

capítulo 3 prate 2 sala do Chefe Stefan

sala da entrevista

"Por que você quer trabalhar nessa empresa? Com o que você trará para essa empresa? Quais são os seus planos para o futuro dentro dessa empresa?"

Todas as perguntas deixaram Ju confuso, mas ele não teve medo. Lembrou que chegou até ali e não iria desistir. Concentrou-se, lembrou tudo que ele tinha estudado a madrugada inteira sobre o perfil da empresa e respondeu com calma. Terminou sua prova, agradeceu e saiu da sala.

Foi em direção à recepção e perguntou se poderia falar com o diretor da empresa, o Stefan Viana.

Atendente: "Meu jovem, você conhece ele? Com aquele olhar... Ele está sentindo o quê? Quem ele pensa que é para falar com o diretor? Já tenho cinco anos trabalhando aqui e nunca falei com ele?

Ju: "Minha querida, se você não puder me ajudar, eu vou ter que ligar para ele, porque ele falou que assim que eu terminasse a entrevista, era para eu ir até a sala dele. Ou você me ajuda, ou eu vou ter que ligar para ele e falar que você não quis me atender, que teve um mal-atendimento. Eu acho que você não vai gostar disso. Eu percebi seus olhares preconceituosos comigo? Porque eu sou LGBT? Isso é, sou uma bicha preta que não corresponde com o perfil da empresa, é isso que você quer me dizer?"

Atendente: (fica surpresa pela resposta, fica com medo de ser acusada de racismo e simplesmente fala um pouco nervosa) "Não foi isso que você entendeu... Eu tenho amigos negros, e o meu ex-namorado também é... Vou ligar agora para ele?"

Ju: "Não precisa perder seu tempo, querida. Já sei onde é a sala."

Atendente: "Vou pedir que a segurança te acompanhe?"

Ju: "Muito obrigado pelo seu cuidado e atenção, mas eu vim aqui para fazer uma entrevista, não para furtar nada. Não é que você me entenda? Tenho minhas próprias pernas. E agora, aonde fica a sala dele? À Deus!"

Encaminhado para a sala do diretor de segurança, Ju caminha três passos atrás do segurança que o acompanha. Eles param na frente da porta e o segurança mostra apenas o nome do diretor. Lá está um segurança na porta com a cara fechada. Então, Ju para na frente dele e fala:

Ju: "Boa tarde. Eu quero falar com o diretor."

segurança Jeremias

Segurança: "Ele não está, e mesmo que ele estivesse, não teria nada para falar com uma pessoa como você. Afinal, você está fazendo aqui?"

Ju: "Você está mentindo. Acabei de falar com ele pelo telefone. E se eu fosse você, eu refletiria sobre minhas palavras. Não é todo dia que eu tenho paciência para lidar com capachos de patrão. Você não cansa de ser um cachorrinho, não sabe que seu lugar é na casinha de cachorro? Ah, me desculpe, eu esqueci seu osso." (e ri da cara do segurança)

Stefan escuta a conversa dos dois, abre a porta e pede para Ju entrar em sua sala.

Stefan: "Desculpa o jeito do meu funcionário. Eles são assim mesmo, bem deselegantes com pessoas da comunidade."

Ju: "E você pensa como eles?"

Stefan: "Claro que não. Se eu pensasse como eles, você não estaria aqui. Eu o deixaria na estrada, caído e machucado, e não daria essa oportunidade que muitos matariam para estar no seu lugar, nesse exato momento."

sala de Stefan

Ju: "Nossa, salvou milhões de almas! Mas com essa caridade que você me fez... Mas vamos direto ao ponto, não tenho muito tempo. Eu passei na entrevista?"

Stefan: "Eu estou surpreso. Você me surpreendeu mesmo. Você tem potencial. Você respondeu a todas as perguntas com as melhores respostas. Deus, de 0 a 10, nesses filhinhos de papai... Por isso, você vai trabalhar para mim. Você vai ser meu estagiário."

Ju: "Obrigado pela sua notícia. Eu me esforcei muito. O que eu vou fazer nesse estágio?"

Stefan: "Você vai trazer café, água, vai me servir, arrumar papel, imprimir algumas coisas, entregar algumas papeladas em alguns setores da empresa e outras atividades extras para o seu currículo."

Ju: "Você quer que eu seja uma espécie de assistente pessoal para você?

Stefan: "Digamos que sim, é claro que você vai ter seus benefícios. Você vai trabalhar das 10 horas da manhã até às 17 horas da tarde. O meu segurança, Jeremias, vai te levar em casa e trazer todos os dias. Sim, você vai ter um motorista, vai ter um cartão, seu salário vai ser de R$ 1.500, vai ter direito a tirar férias quando quiser e vai me acompanhar em algumas reuniões. Porém, você não pode falar que trabalha nessa empresa ou comigo, porque a minha empresa dá suporte à segurança da elite e principais autoridades. Todos os meus funcionários não podem falar que trabalham aqui, porque eu tenho muitos inimigos. Eu tenho certeza de que você não vai querer colocar sua vida em risco, nem a da sua família. Então, por hoje é só. Passe na recepção, pegue a sua farda, faça seu crachá. Jeremias irá te levar até em casa. Até amanhã."

Ju: "Pode deixar, senhor. Obrigado pela oportunidade. Você não vai se arrepender. Estou indo, até amanhã de manhã."

Stefan: "Ju, único 'senhor' aqui está no céu. Jeremias, vem até aqui!"

Aqui está a correção:

Jeremias: "Sim, senhor. Está precisando de alguma coisa?"

Stefan: "Sim. A partir de hoje, você vai levar e buscar Ju na sua residência e vai tratá-lo com educação e respeito. Você me entendeu? Até mais, leve-o até a sua casa."

Ju: "Vamos, segurança." (com ar de deboche)

Assim que Jeremias fecha a porta, Ju se vira para ele e fala:

"Eu falei para você refletir sobre suas palavras, meu segurança. Agora vamos assim: você vai andar cinco palmos atrás de mim."

Jeremias: (resmunga e obedece) "Ninguém merece..." (baixo)

Ju: "Você falou alguma coisa? Quem fuzila o rabo espicha, viu, Jeremias?"

Jeremias: "Não falei nada, não, senhor. Podemos seguir?"

Ju: "Sim, podemos seguir. Sim, senhor... não, senhorita." (com ironia)

Os dois seguem em direção à recepção, pegam a roupa dele e fazem o crachá dele. Em seguida, vão para a garagem, onde o carro está à frente do prédio. Ju faz Jeremias sair do carro e abrir a porta para entrar. Os dois seguem para a casa de Ju.

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