Aurora…
Sou Aurora Tremblay, acabei de completar 18 anos e atualmente resido em Toronto. Morávamos em Vancouver, mas fomos obrigados a nos mudar.
Tenho 1, 70 de altura, cabelos longos e lisos, na cor castanho-claro com mechas mais douradas, olhos castanhos, pele clara e corpo magro com curvas marcantes.
Sou o tipo de garota que gosta de usar roupas discretas, que escondam o meu corpo, são tantos traumas que assim é melhor.
Sou bem eclética quanto a músicas, mas as instrumentais são as minhas preferidas, adoro ouvir orquestras tocando, apesar de nunca ter assistido a uma pessoalmente. Também prefiro filmes de época, são os mais lindos e românticos.
Sou alérgica a frutos-do-mar.
Sou uma pessoa doce, apesar das dificuldades que enfrento no dia a dia. As palavras que melhor me descrevem é que sou enigmática e solitária, sem amigas íntimas, sempre encontrando conforto na solidão do meu quarto, totalmente focada em meus estudos e ansiosa para me formar e deixar a casa do meu pai.
Vou contar um pouco da minha história a vocês.
Nasci de um amor proibido, fruto de um adultério que nunca deveria ter acontecido. Meu pai me ama, mas a sombra da traição sempre sobressai sobre mim, embora ele fosse sempre atencioso e carinhoso, nunca teve coragem de enfrentar a realidade. Ele é casado com uma mulher que me despreza, Yvone. Quando ele não está por perto, sempre me faz sentir como uma intrusa em sua casa, a sombra de um erro.
Desde pequena, Yvone me tratava como uma empregada, usando a desculpa de que estava me ensinando a ser uma boa esposa. Sempre fiz todas as tarefas da casa, lavar, passar, limpar e cozinhar… enquanto minha irmã mais velha se divertia e era mimada.
As memórias das agressões verbais são como facadas em meu coração. A mulher e sua filha me chamam de “filha do erro” ou “aborto ambulante”. O pior é que meu pai nunca acreditou em mim quando contava sobre as coisas que aconteciam. Várias vezes me castigou severamente devido às mentiras plantadas pela mulher e sua filha. As cicatrizes físicas são menos visíveis do que as emocionais, mas ainda assim estão lá, marcas deixadas por tapas e empurrões quando Yvone estava furiosa ou quando Fabiana, minha meia irmã, decidia se juntar à diversão às minhas custas.
Às vezes me pergunto: se algum dia poderei escapar desse pesadelo. Meu sonho é me libertar dessa vida sufocante e encontrar meu próprio caminho, longe das mentiras e do desprezo. Tenho fé que um dia serei livre para viver minha vida como eu quiser.
Sempre me destaquei na escola, não apenas por minha inteligência, mas também por minha dedicação. No entanto, essa dedicação não era apenas para os estudos, mas também era obrigada a pagar a mensalidade com serviços que me deixavam exausta. Mesmo no colégio, minha vida não era fácil, minhas colegas viviam em um mundo de privilégios e despreocupações. Usavam roupas novas e brilhantes, enquanto eu vestia peças que muitas vezes eram remendadas e desgastadas. Os professores percebiam meu esforço, mas não sabiam da realidade cruel que eu enfrentava fora da escola. Eu sonhava em ter um dia normal, onde pudesse me sentar à mesa do refeitório sem medo de ser ridicularizada. O desejo de ter amigos e ser aceita tornava-se cada vez mais distante. Fabiana fazia questão de fazer da minha vida um inferno no colégio, juntamente com suas amigas.
Eu não tinha tempo para brincar ou ter amigas.
Quando chegava em casa, começava o trabalho, me ajoelhava no chão frio dos banheiros, esfregando os azulejos limpando sujeira, muitas vezes meus joelhos sangravam de tanto atrito. Havia dias em que eu mal conseguia me levantar após passar horas assim, mas eu sabia que precisava fazer isso para continuar estudando.
Meu pai sempre viajou muito, quase nunca estava presente e conforme eu ia crescendo se afastava mais.
Por trás do sorriso forçado que usava diariamente, havia um ser humano, tentando encontrar forças nas pequenas vitórias diárias do dia-a-dia, como nas notas altas que tirava nas provas ou nos momentos raros em que algum professor ou até mesmo meu pai me elogiava pelo meu esforço. Fabiana era péssima aluna e isso também a deixava com mais ódio de mim.
O único amigo que tive no colégio foi Flávio, ele entrou para o colégio há dois anos e ingressamos num namoro. Namoramos por um ano, eu confiava nele, o mesmo sabia de tudo o que eu passava e sempre prometeu que, quando completasse os dezoito anos, ele me tiraria daquela casa. Mesmo confiando cegamente nele, não quis entregar o bem mais precioso que ainda tinha, a minha virgindade, até porque não arriscaria engravidar e dar tal desgosto ao meu pai.
Só não contava que, mesmo enfrentando tantas dificuldades e me esforçando para ter uma vida melhor e finalmente sendo feliz com alguém ao meu lado, passaria por uma decepção ao me deparar com algo tão traiçoeiro e decepcionante. Pois é, encontrei a minha irmã transando com meu namorado no banheiro do colégio, isso foi um golpe devastador.
A confiança se quebrou naquele momento, senti uma mistura de raiva, tristeza e confusão. A dor da traição, especialmente vinda da pessoa que eu amava e confiava, deixou um vazio imenso em meu coração.
Aquela foi a primeira vez que tive uma reação agressiva, bati na minha irmã e meu pai ficou contra mim, me deixando trancada em meu quarto e apoiou a relação deles, mesmo sabendo que isso me machucaria.
Senti-me traída e desamparada, lutando para entender o que fazer dali em diante e mais uma vez estava sozinha.
Flávio tentou por vezes falar comigo, mas me neguei. Toda vez que ele estava em casa, elas me tratavam bem e isso me dava muito ódio. Não entendo como uma pessoa pode sofrer tanto na vida.
Para o meu conforto, Flávio e Fabiana saíram para viajar e assim não olho para a cara daqueles dois traidores.
Estou me dedicando aos estudos, ganhei uma bolsa de cem porcento e cursarei administração. Estou muito feliz e orgulhosa de mim mesmo.
E quando penso que a vida não pode piorar, ela vem e te dá mais uma pancada.
A empresa do meu pai está endividada e ele simplesmente me deu como moeda de troca.
Terei que me casar com alguém que não conheço, para pagar suas dívidas.
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Atualizado até capítulo 122
Comments
Martinha
O que impede o seu pai de ser um pai de verdade... Fraqueza, medo, culpa de amar sua mãe e não conseguir sair desse casamento nojento com a tal de Yvone .
O que aconteceu com a tua mãe?
2025-02-24
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Vilma Alice
É menina ,às vezes o que nos aparece como ruim é na verdade a nossa salvação para um futuro promissor.Veja por um outro lado:você se livrará dos seus algozes e desse pai que a decepcionou a vida inteira.Case-se e viva a sua vida independente de qualquer dificuldade,já que você sempre teve uma vida complicada e difícil.
2025-04-14
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Graça Barbosa
infelizmente você sofreu muito com essas cobras peçonhentas mas não se faça de vítima levantar essa autoestima por que você vai dar a volta por cima você vai casar será amada e terá uma família maravilhosa e essas cobras miseráveis vão se lascar e morrer de inveja 😡😡😡
2025-04-21
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