Destino de Sangue (Primeira História)
A Presa e o Lobo
Vlad Drácula Tepes
Você vem comigo
A voz dele cortou o ar como aço recém-forjado
O olhar verde dela se cravou no dele com uma firmeza que contrastava com a situação em que se encontrava
Ainda ajoelhada, suja, e evidentemente vulnerável, ela não recuava
Os soldados recuados observavam a cena, confusos, mas em silêncio
Drácula caminhou em sua direção
Seu passo era firme, seus olhos estreitados pela desconfiança
Ele era feito de pedra,um homem que, mesmo em carne e osso, parecia talhado em granito
Mas o que o incomodava... era aquela mulher
Vlad Drácula Tepes
Eu não repito ordens
Ela cruzou os braços sob os seios volumosos que se erguiam visivelmente pelo decote do vestido rasgado
Lílian
Porque eu não sigo ordens de brutamontes mal-encarados
Os homens ao redor seguraram a respiração
Drácula permaneceu em silêncio por um instante
Ninguém... jamais lhe falava assim
Seus olhos se estreitaram
Vlad Drácula Tepes
Então...
Ele murmurou, num tom grave
Vlad Drácula Tepes
Você quer fazer isso do jeito difícil
Num movimento súbito, ele avançou
Lílian tentou se esquivar, mas ele era rápido demais, forte demais
O mundo girou quando ela sentiu o braço dele ao redor da sua cintura
Um segundo depois, estava sobre o ombro dele, como um saco de mantimentos ou uma prisioneira
Ela gritou, esmurrando as costas dele
Lílian
Cavalo dos infernos!
Vlad Drácula Tepes
Que vocabulário encantador
Ele murmurou com sarcasmo, caminhando como se ela não fosse nada além de um incômodo pendurado em seu corpo de guerreiro
Ela se debatia, chutava, ameaçava, praguejava,mas tudo em vão
As paredes de pedra escura e o aroma de velas antigas e sangue velho preencheram o ambiente quando Lílian foi colocada no chão com pouca delicadeza
Ela cambaleou, mas não caiu
Seus cabelos dourados caíram sobre os ombros, o vestido colado à pele suada e ainda mais sujo após o caminho até o castelo
O quarto era espaçoso, frio, medieval
Cortinas vermelhas como o vinho mais escuro, tapeçarias com símbolos de guerra e brasões desconhecidos
Havia uma lareira acesa e a sensação de prisão pairava no ar
A madeira rugiu como se gritasse por liberdade
Vlad Drácula Tepes
Quem é você?
Lílian virou o rosto, cruzando os braços novamente
Lílian
Não falo com estranhos
Ele caminhou em direção a ela
Vlad Drácula Tepes
Essa sua teimosia pode custar caro
Os olhos brilhando como os de uma fera faminta
Ela o olhou de cima a baixo
Lílian
Você precisa se olhar no espelho antes de tentar intimidar alguém, sabia?
Drácula a empurrou contra a parede com força, prendendo-a com uma das mãos pelos pulsos acima da cabeça
Ela tentou reagir, se contorcendo, mas ele a imobilizava com o corpo
Seus cabelos roçaram o rosto dela, o hálito quente contra sua pele
Vlad Drácula Tepes
Você está testando minha paciência,mulher
Lílian
Espero que sua paciência fracote morra logo
Ele a fitou com intensidade
Não havia medo nos olhos dela
Isso o desconcertou mais do que qualquer confronto no campo de batalha
A respiração de Drácula tornou-se mais pesada
Ele era um guerreiro acostumado a ver homens implorando por misericórdia, inimigos quebrados aos seus pés
Mas essa mulher... essa mulher o enfrentava como se ele não fosse ninguém
Linda de um jeito selvagem
Os olhos esmeraldinos brilhavam como se não fossem humanos, e os lábios corados se contraíam com escárnio mesmo diante do perigo
E aquele corpo... tão tentador quanto irritante
Vlad Drácula Tepes
Qual é o seu nome?
Lílian
E você, qual é o seu?
Lílian
Ou prefere que eu continue te chamando de "cavalo dos infernos"?
Lentamente, ele se afastou, libertando os pulsos dela e se erguendo
O fogo da lareira crepitou, iluminando sua silhueta imensa
Vlad Drácula Tepes
Se pensa que pode me enfrentar... vai aprender o contrário
Lílian
Ou talvez você aprenda algo, pela primeira vez
Ela sussurrou, se sentando e massageando os pulsos
Ele a observou por um longo momento
Algo naquela mulher... atiçava algo que ele pensava estar morto
Respeito? Curiosidade? Raiva? Desejo?
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