Capítulo 4

Scott chegou à mesa das duas raparigas, olhando com total raiva para Roxane, ela levantou a vista, mas não mostrou expressão alguma.

— Olha, é melhor ires embora.— pede Zarina.

— Não te metas, sabias dela e não me disseste nada.— reclama.

— Porque é que ela deveria dar-te informações sobre mim?— pergunta tranquilamente.

— Porque o mínimo que podias fazer era dar-me uma explicação, metes-te com outros, mas comigo sempre te fizeste de pura.— reclama.

— Então é isso.— sorri ladina.— Só demonstra uma coisa, que como homem, não provocas nenhum desejo em mim.

A voz de Roxane era firme, não havia hesitações e o sorriso malicioso que se tinha formado nos seus lábios dizia tudo, era uma total zombaria ao homem que tinha diante dela. Zarina estava realmente surpreendida pela forma tão fria e firme com que Roxane falou.

Scott, sentia o seu orgulho de homem ferido, então segura Roxane pelo braço para a fazer levantar-se.

— Vou-te ensinar a classe de homem que sou, e não te preocupes, pagarei pelos teus serviços.— falou com ira.

Roxane segura o pulso de Scott e aperta-o com força para que o solte, Scott não esperava sentir tanta força por parte de Roxane e viu-se obrigado a soltá-la.

— Quem te deu permissão para me tocar?—

Roxane virou com força o braço de Scott e fez com que ficasse de costas para ela para depois empurrá-lo, causando que caia contra a mesa que estava ao seu lado. A queda chamou a atenção dos presentes, surpreendidos de ver uma mulher delgada e pequena, a derrubar um homem muito mais alto que ela, o qual acabou inconsciente no chão. Inclusive Zarina estava surpreendida por como estavam a resultar as coisas.

— Scott! — Leysa chegou em seu auxílio e surpreendeu-se ao ver Roxane diante dela.— Que se passa contigo?, sei que estás chateada porque ele me escolheu a mim, mas não era motivo para o magoar.— expressou com lágrimas nos olhos, para se fazer de vítima perante todos.

Os presentes logo associaram tudo a uma briga amorosa, mas, os murmúrios não se fizeram esperar porque alguns reconheceram Scott e Leysa. Também reconheceram Roxane, então tudo era uma briga de irmãs por um homem.

— Porque estaria chateada?, esse homem é pouca coisa para uma imperatriz como eu.—

Todos ouviam atentos a disputa. Zarina não compreendia porque a sua amiga se referia a si mesma como imperatriz, ainda que não fosse a primeira vez que ouvia esse termo para se referir a si mesma.

— Que dizes?, imperatriz?, ficaste louca?, devias rever a cabeça.— zomba Leysa.

— Acho que quem precisa dessa revisão és tu, dizendo coisas absurdas.— zomba Roxane.

— Só digo a verdade. Deixa de insistir com o meu noivo, ele já fez a sua escolha e além disso.— toca na barriga.— já temos a caminho o fruto do nosso amor.

— Sinto pena dessa criatura, não só possui genes débeis, os seus pais, são insignificantes.—

— Cala-te, estás com ciúmes porque sou a única que dará filhos a Scott, tu já não poderás ser a mãe dos seus filhos por seres uma rapariga má.— grita chateada.

— Não preciso de um filho desse homem, ele é fraco, se quisesse um filho escolheria um homem digno de plantar a sua semente em mim.— responde com toda a sinceridade.

Leysa aperta as mãos com raiva, não importando o que dissesse, Roxane não parecia quebrar-se e só dava respostas menosprezando Scott e ela.

— D-dizes isso por magoada... nenhum homem casará contigo porque és uma rapariga má que se dr*ga e se vende a homens.— assegura-se de gritá-lo.

— Dizes puras estupideces.— responde mantendo a sua expressão séria.

— Só digo a verdade, olha para ti, aqui à procura de um novo amante.— zomba.

Scott que tinha acordado ouviu aquelas palavras de Leysa, pelo que não pôde evitar sentir-se chateado e traído novamente, acreditando nas palavras de Leysa, afinal, Roxane não ia a esses lugares ou pelo menos era o que sabia, mas ao que parece, a sua ex-noiva tinha-lhe escondido muitas coisas. Scott levanta-se.

— Não posso acreditar que me tenha apaixonado por uma falsa como tu...— pega Leysa pela mão.— felizmente abri os olhos.

Scott puxa o braço de Leysa pedindo que se vão desse lugar, não pensa ficar nem mais um minuto perto da mulher que o traiu.

— Pensei que não se iriam nunca.— segura Roxane pelo ombro.— Estás bem?, deve ter sido difícil ouvir que a tua irmã está grávida do teu ex... a este ponto, talvez até já se entendiam desde antes.

Zarina estava chateada, esse par de desgraçados só era uma pedra no caminho, era como se não tivessem vida própria e só procurassem arruinar a noite.

— Não é importante, como disse, um filho desse homem não teria o suficiente para herdar o meu legado.— responde para depois dar um gole à sua taça.

— Já conhecerás um melhor homem, casarás, terás filhos e eu serei a sua tia favorita.— ri.

— Casar?, não é necessário casar para ter um herdeiro, só devo encontrar um homem com bons genes.— observa por todo o lugar.

Sem dúvida havia homens atraentes nesse lugar, mas nenhum chamava a sua atenção.

— Planeias ser uma mãe solteira?, não acho que isso seja o melhor, tu mereces conhecer um homem que te ame e formar uma família.— responde Zarina.

— O amor torna-te fraco e eu não sou fraca, se quero um filho, tê-lo-ei com um bom doador.— Roxane detém a sua vista em direção a uma varanda vip.

— Sim, bom, melhor pensares melhor, além disso não há pressa para isso.— ri.

— Sou jovem, é o momento adequado, o meu corpo está no seu momento para procriar e criar um herdeiro.— sorri ladina.— Encontrei-o.

— Sim, mas...

Antes de poder dizer algo mais, Roxane corre pelo lugar e salta pisando uma mesa para elevar-se até à varanda, Zarina e todos os presentes surpreendem-se pela habilidade de Roxane, nunca antes viram alguém saltar assim e menos uma mulher de saltos altos. Roxane parou no varandim daquela varanda, observando o homem que estava nessa zona. As raparigas que o rodeiam olham com surpresa para Roxane, inclusive aquele homem que estava no meio delas, sentado num elegante sofá. Roxane observa-o, era atraente, de cabelo ruivo e olhos mel, o qual lhe dava um toque exótico, de boa estatura, ao que parece de corpo atlético e em especial parecia saudável, o homem adequado para lhe dar o que necessita.

— Tu.— aponta.— És perfeito, dar-te-ei a honra de plantar a tua semente em mim, para que possa ter um herdeiro.

O silêncio reinou naquele lugar perante as palavras de Roxane e é que desde que a briga iniciou, a música tinha-se detido. Zarina quase perdia o maxilar de tão grande que abriu a boca ao ouvir as palavras da sua amiga e aquele homem diante de Roxane olhava-a fixamente.

Uma das raparigas aproxima-se de Roxane.— Que disparate dizes?, deves estar louca, sai daqui.

— Não incomodes plebeia.— Roxane desce do varandim caminhando em direção ao ruivo.

— Devo admitir que tens a coragem para estar frente a mim, mulher, em especial ao dizer coisas tão absurdas.— comenta aquele homem com uma voz imponente.

Roxane inclinou-se segurando o queixo do ruivo para o observar de perto, era sem dúvida atraente, um bom desenho ósseo, um corpo forte e saudável, um espécime perfeito, ao contrário do fraco com quem a verdadeira Roxane se queria casar.

— Não são absurdas, só te estou a pedir a tua semente, ou és impotente?, seria uma pena, tens genes muito bons.

O ruivo abriu os olhos com surpresa perante a proximidade da mulher e em especial pelas palavras tão humilhantes que lhe acabava de dizer, os guarda-costas já se aproximavam para retirar a rapariga, mas o ruivo fez um sinal para que se detivessem, em vez disso, segurou-a pelo pescoço com força.

— Parece que não sabes quem acabaste de insultar.— levantou-se sem soltar o pescoço de Roxane.

Zarina desde baixo, estava aterrorizada, tal como a maioria desse clube. Zarina pedia ajuda para que alguém salvasse a sua amiga, mas, quando ela correu em direção às escadas para subir à varanda um guarda-costas interpusse-se, negando o seu acesso ainda quando ela pedia que a deixassem passar pela sua amiga.

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