Cena 1: Café na Praça
(Lara decide explorar mais a cidade e para em um pequeno café na praça. O lugar é aconchegante, com mesas de madeira rústica e uma vitrine cheia de doces caseiros. O cheiro de café fresco paira no ar.)
(Enquanto espera sua bebida, Caio entra e a vê sentada sozinha.)
Caio: Lara? É você mesmo? Parece que a gente vive se encontrando.
Lara: Oi, Caio. Acho que Santa Aurora é pequena demais para evitar isso.
Caio: Posso me juntar a você?
Lara: Claro, por que não?
(Caio se senta e pede um café. O garçom, Pedro, sorri ao vê-lo.)
Pedro: Caio, voltando ao nosso café preferido?
Caio: Não resisto ao seu cappuccino, Pedro. É o melhor da cidade.
Pedro: E quem é sua companhia hoje?
Lara: Sou Lara. Acabei de me mudar para cá.
Pedro: Bem-vinda! Qualquer coisa que precisar, é só chamar.
(Pedro sai, deixando os dois conversando.)
Caio: Então, como está sendo a adaptação?
Lara: Ainda é estranho. Eu morava em uma cidade grande, então tudo aqui parece... parado.
Caio: Às vezes, o silêncio pode ser bom.
Lara: Você sempre foi daqui?
Caio: Nasci aqui, mas morei fora por alguns anos. Voltei depois que... Bem, depois de algumas coisas.
Lara: Você parece ter muitas histórias guardadas.
Caio: E você parece ser boa em descobrir segredos.
Lara: Talvez eu seja. Vamos ver quem desiste primeiro.
Cena 2: Conversas na Praça
(Após o café, os dois decidem caminhar pela praça. Lara observa uma fonte no centro, cercada por flores vibrantes. O som da água corrente traz uma sensação de calma.)
Lara: Essa praça é linda. Parece tirada de um filme antigo.
Caio: Santa Aurora tem seu charme. Mas você precisa conhecer os campos de girassóis. São incríveis.
Lara: Campos de girassóis? Parece mágico.
Caio: Talvez eu te leve lá algum dia.
Lara: Talvez eu aceite.
(Eles passam por uma livraria, e Lara para na vitrine, encantada com os livros antigos.)
Lara: Livros... Meu refúgio favorito.
Caio: Você gosta de ler?
Lara: Muito. Histórias me ajudam a escapar da realidade, pelo menos por um tempo.
Caio: Interessante. Talvez você possa me recomendar algo. Eu nunca fui bom com livros.
Lara: Sério? Então está na hora de mudar isso.
Cena 3: Um Momento de Vulnerabilidade
(Os dois continuam caminhando até chegarem a um mirante com vista para a cidade. Lara fecha os olhos por um instante, sentindo o vento bater em seu rosto.)
Lara: É lindo aqui.
Caio: Sempre venho aqui quando preciso pensar.
Lara: O que você pensa tanto?
Caio: Sobre como as coisas poderiam ter sido diferentes. Sobre escolhas erradas.
Lara: Acho que todos temos arrependimentos. Mas ficar preso a eles não muda nada.
Caio: Você fala como se soubesse muito sobre isso.
Lara: Talvez eu saiba. Perdi meus pais recentemente. É por isso que estou aqui.
Caio: Sinto muito, Lara. Não sabia.
Lara: Está tudo bem. Ainda dói, mas estou tentando seguir em frente.
Caio: Você é forte. Mais do que eu, pelo menos.
Lara: A força aparece quando não temos outra escolha.
Cena 4: Primeiras Conexões
(O vento começa a esfriar, e Lara treme levemente. Caio, sem pensar muito, tira o casaco e coloca sobre seus ombros.)
Caio: Aqui, use isso. Não quero que fique doente.
Lara: Obrigada. Você é gentil.
Caio: Não deixe isso se espalhar. Tenho uma reputação a manter.
Lara: Ah, claro. Vou manter seu segredo.
(Eles riem juntos, e a tensão entre eles diminui. Caio a observa por um momento, parecendo querer dizer algo.)
Caio: Lara, eu sei que acabei de te conhecer, mas... Você parece diferente das outras pessoas que conheço.
Lara: Diferente como?
Caio: Não sei explicar. Só sinto que você tem algo especial.
Lara: Talvez porque eu não tenha medo de ser eu mesma.
Caio: Talvez seja isso.
Cena 5: De Volta para Casa
(Ao anoitecer, Caio acompanha Lara até a casa da avó. As luzes das casas já estão acesas, iluminando suavemente as ruas de paralelepípedo.)
Lara: Obrigada por hoje, Caio. Foi bom ter alguém para conversar.
Caio: O prazer foi meu. Espero que a gente se veja de novo.
Lara: Eu também.
(Lara entra, e Dona Cida a recebe com um sorriso curioso.)
Dona Cida: Vejo que o passeio foi bom.
Lara: Foi, sim. Caio é... interessante.
Dona Cida: Cuidado, minha querida. Ele é um bom rapaz, mas já teve o coração partido antes.
Lara: Não estou procurando nada, vó. Só quero viver o momento.
Dona Cida: Às vezes, o momento nos leva para onde menos esperamos.
(Lara sobe para o quarto e olha pela janela. Ela sorri, sentindo-se menos sozinha.)
(Enquanto isso, Caio está sentado no mirante, tocando uma melodia suave no violão. Ele para por um momento e olha para o horizonte.)
Caio: Lara... Quem é você, afinal?
Cena 6: Segredos na Noite
(Depois de entrar em casa, Lara sobe para o quarto e fecha a porta suavemente. Ela se joga na cama, sentindo o calor do casaco de Caio ainda sobre seus ombros. Seu cheiro amadeirado misturado com café e algo levemente cítrico a envolve.)
(Lara segura o tecido por um instante e suspira. Desde que chegou a Santa Aurora, essa foi a primeira vez que se sentiu conectada a alguém. Ela não sabia exatamente o que pensar sobre Caio, mas algo nele a intrigava.)
(Ela se levanta e caminha até a janela, observando a cidade adormecendo. O céu está limpo, repleto de estrelas. No mirante, ao longe, uma silhueta familiar permanece sentada.)
Lara (pensativa): O que será que ele está pensando?
(No mirante, Caio segura seu violão, mas não toca. Seus dedos deslizam sobre as cordas, distraídos. Ele olha para a cidade abaixo e depois para as próprias mãos, como se buscasse respostas nelas.)
Caio (baixinho para si mesmo): O que essa garota tem que me faz querer me aproximar?
(Ele aperta os olhos e solta um suspiro longo. Por mais que tentasse se afastar de sentimentos, Lara parecia despertar algo nele. Algo que ele não sabia se estava pronto para enfrentar.)
(Ao longe, Lara observa a figura solitária e murmura, como se ele pudesse ouvi-la.)
Lara: Boa noite, Caio.
(Ela fecha a cortina e se deita, sem perceber que um pequeno sorriso surge em seus lábios. Do outro lado da cidade, Caio enfim dedilha algumas notas no violão, transformando pensamentos em melodia.)
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Atualizado até capítulo 40
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