Sabe aqueles encontros da causalidade que parecem tão impossíveis, que só podem ter saído de uma página de romance fictício, pois é, eu já vivi isso uma vez. Eu estava no meu primeiro ano da faculdade e ainda não conseguira organizar meu tempo. Para dar conta do volume de trabalhos e provas que estavam me destruindo, eu comecei a passar horas na biblioteca. A biblioteca do campus era uma joia arquitetônica, com seus três andares conectados por elegantes mezaninos. O salão de leitura ao centro, com mesas de madeira polida e pequenas luminárias sobre elas, era um espaço dedicado aos estudos e à leitura. A luz natural filtrava-se pelas janelas altas e arqueadas que tomavam toda a parede sul, iluminando todos os andares. As estantes, recheadas de livros de todas as disciplinas, estavam dispostas por corredores estreitos, que pareciam um labirinto tentador, onde era fácil se perder entre as palavras e ideias registradas em cada volume. Entre as sombras das prateleiras, o silêncio reinava, criando um ambiente perfeito para os amantes do aroma de papel envelhecido e tinta desbotada.
Era nesse cenário que eu passava a maior parte do meu tempo, seja estudando ou buscando material para realizar meus trabalhos, muitas vezes, perdendo a noção da hora. Foi exatamente isso que aconteceu naquela tarde. Eu precisava fazer um trabalho e o prazo de entrega estava curto. Depois das aulas, fui para a biblioteca e comecei a pesquisa para redigi-lo. Consegui encontrar alguns livros sobre o tema e os amontoei sobre a mesa. O local estava calmo, com algumas pessoas espalhadas entre as mesas de estudo. Eu queria terminar esse trabalho ali, não queria ter que carregar os livros comigo. Passei o resto da tarde lendo. O dia estava bonito quando cheguei, mas o tempo foi se fechando mais para o final da tarde. Lembro-me de me assustar com o primeiro trovão, que retumbou pelo salão. Estava há algumas horas sentado e começava a sentir dor nas costas. Aproveitei para me levantar e me alongar, indo até a janela. O céu estava coberto de nuvens cinzas, carregadas, e alguns relâmpagos cortavam o ar. Voltei meu olhar para a biblioteca e percebi que as poucas pessoas que estavam ali, começaram a se levantar, provavelmente tentando fugir da chuva que cairia a qualquer momento. Suspirei e voltei ao meu trabalho. Levaria mais algumas horas nele, provavelmente a chuva teria passado até eu sair. A noite caiu e a biblioteca ficou mais vazia ainda. Acho que tinham mais duas pessoas, tirando a mim e o bibliotecário. Eu me levantei novamente para me alongar. Andei até a janela próxima a porta. A chuva torrencial, lavava o vidro e a escuridão lá fora era quase palpável. Não tomara a decisão certa. Aquela chuva parecia que ia demorar para passar e eu não tinha a mínima condição de sair. Enquanto estava perdido em pensamentos, a porta se abriu e eu levei um susto.
Um rapaz alto e atlético irrompeu pela porta, a chuva desenhando o contorno de sua figura. Estava encharcado, sua pele morena brilhava sob a luz, com gotas escorrendo lentamente pelo corpo. Os cabelos negros pingavam, rebeldes, enquanto seus olhos, de um tom de mel, brilhavam incandescente. A boca rosada e carnuda contrastava com as sobrancelhas grossas, perfeitamente desenhadas, e o nariz fino completava um rosto delicadamente simétrico. A camiseta branca, estava completamente molhada, tornando-se praticamente transparente, revelando os músculos bem definidos do peito e do abdômen, deixando pouco espaço para a imaginação. A calça jeans colava-se às pernas, destacando as coxas firmes e torneadas. Não consegui desviar o olhar daquele homem deslumbrante que, de repente, dominava todo o espaço.
Bibliotecário – Leo! Pensei que você não viria mais, com essa chuva.
O rapaz chamado Leo sorri, enquanto torcia a camiseta, ainda no hall de entrada. – Oi Ed. Desculpe pela demora.
O bibliotecário se aproximou com uma toalha e uma camisa. – Se você não se importar, eu costumo ter uma de reserva. Deve te servir.
Leo sorri. – Obrigado.
Bibliotecário – Agora com a calça, não consigo te ajudar.
Leo – Imagina Ed! Já me ajudou muito com a toalha e a camisa.
Leo estava secando seus cabelos. No momento em que retira a camiseta molhada, eu perco o ar. Seu corpo era magistralmente torneado, traços perfeitos desenhavam seus músculos abdominais, como se tivera sido especialmente moldado, esculpido em mármore. Acho que meu suspiro foi alto demais, fazendo-o olhar para mim, o esboço de um sorriso nos lábios. A biblioteca estava completamente vazia, me tornando o único espectador daquela cena dionisíaca. Sem se importar com minha presença, ele baixa o cós da calça, expondo mais de seu corpo escultural. O “caminho da felicidade” era uma intrínseca linha formada por finos pelos escuros. Ele passou a apertar a calça, retirando o excesso de água e usou a toalha para secá-la um pouco mais. Ao terminar, tirou os sapatos, colocando-os no canto da porta e passou por mim, aqueles lindos olhos cor de mel me encarando, o sorriso malicioso no canto dos lábios. Ele seguiu até o balcão da biblioteca e pegou alguns livros que estavam separados, seguindo para o segundo andar, para as estantes dos livros sobre Economia. Eu fiquei ali, parado, observando-o se mover como um felino, se esticando entre as prateleiras, guardando os livros. Acho que ele percebeu que estava sendo observado, pois parou e olhou em minha direção. Eu corei na hora, voltando a mim, retornei para minha mesa e enfiei a cara nos livros.
Algum tempo se passara e eu ainda estava tentando focar no meu trabalho. A imagem de Leo tirando a camiseta não saia dos meus pensamentos. O bibliotecário veio até minha mesa sorrindo. – Eu preciso ir. Se precisar de alguma ajuda, pode pedir para o Leo. Ele conhece tudo por aqui. Eu assenti, com um breve movimento da cabeça. A menção do seu nome fez saltar em minha mente a imagem daquele “caminho da felicidade”. – Você está bem? Está vermelho.
Eu balancei a cabeça, negando. – Estou bem, não se preocupe.
Ele sorriu e se despediu. Eu imediatamente olhei em volta, estava sozinho no salão das mesas de estudo. Olhei para cima, procurando entre o labirinto de estantes. Quando me virei, encontrei Leo debruçado sobre o corrimão do segundo andar, olhando diretamente para mim. Eu corei na hora. Seu olhar era intenso, os lábios curvados em um sorriso que transmitia malícia. Eu me virei novamente para a mesa e peguei minha garrafinha, que estava vazia. Levantei-me e fui ao bebedouro, indo buscar um pouco de água. Me demorei ali, precisava controlar minha respiração e meus pensamentos. Já passava das vinte horas e eu precisava concluir meu trabalho. Quando eu voltei para a mesa, encontrei um manuscrito de um graduado sobre o tema que eu estava pesquisando. Olhei ao redor, mas não havia ninguém. Folheei o livro e encontrei quase todas as respostas que precisava. Como era um texto acadêmico, resolvi usar os livros de referência para concluir meu trabalho. Voltei a estante de Psicologia e comecei a procurar os títulos que selecionei da bibliografia do artigo. Empilhei os livros no canto da estante, enquanto tentava alcançar o último título, que estava na prateleira mais alta. Mesmo ficando na ponta dos pés, não consegui pegá-lo. Olhei ao redor e encontrei uma pequena banqueta, entre as duas estantes do fundo, e decidi usá-la para alcançar o livro. A posicionei em frente a estante e subi, conseguindo pegar o livro, mas a banqueta estalou e uma de suas pernas quebrou. Foi questão de instantes, quando percebi, estava escorado no peito de Leo, que me segurava pela cintura. Seus dedos estavam sob minha camiseta, tocando em minha pele. Senti meu rosto queimar e me afastei, tentando respirar.
Leo – Essa banqueta está quebrada, não deveria estar aqui.
Eu baixei o olhar. – Desculpe, não sabia.
Leo sorri. – Não é sua culpa, fique em paz. Vou guardá-la.
Eu olhei para ele. – Obrigado. Ele sorriu mais uma vez. – E obrigado pelo artigo. Leo não disse nada e se aproximou. Eu prendi minha respiração com sua proximidade. Ele me encarou, os olhos faiscaram por um instante. Ele pegou os livros que separei da estante e o que estava em minha mão. Ainda em silêncio, ele se virou e saiu em direção as mesas de estudo. Eu o segui, mal conseguindo acompanhar seus passos largos. Ele os colocou sobre a mesa onde estavam minhas coisas.
Leo – Se precisar de mais algum, me chame. Eu pego para você.
Eu assenti e me sentei. Dentro daquela biblioteca, rodeado de livros, me faltavam palavras. Ele foi para o balcão do bibliotecário e se sentou, pegando um dos livros para ler. Observei-o por um instante, antes de me forçar a voltar ao trabalho. Precisava me concentrar. Coloquei os fones de ouvido e deixei a música tocar baixinho, apenas o suficiente para criar um fundo sonoro e bloquear os pensamentos dispersos. Consegui finalizar o rascunho. Olhei o relógio na tela do celular e passava das 22:00 horas. Eu me levantei em um impulso, chamando a atenção do Leo. Ele escondeu os olhos no livro, observando-me enquanto eu começava a arrumar os livros espalhados pela mesa. Sem dizer nada, veio até mim e começou a ajudar.
Nossas mãos se encontraram ao pegar o mesmo livro. O toque foi breve, mas suficiente para prender minha respiração por um segundo a mais. – Desculpe! Eu retirei a mão e ele sorriu. – E desculpe pela hora, você precisa fechar e eu estou te segurando aqui.
Leo – Na verdade eu já fechei.
Eu o encarei, atônito. – Eu não percebi a hora passar, desculpe.
Leo – Você pede muitas desculpas. Não se preocupe.
Eu baixei o olhar, juntando alguns livros. – Vou te ajudar a guardar.
Leo segurou minha mão, pegando os livros. – Não precisa, depois faço isso. Ele pegou todos os livros e os levou para o balcão. Eu olhei para a janela, ainda estava chovendo. Me aproximei dela, olhando para fora. A chuva ainda estava muito forte, com certeza eu ficaria encharcado no instante que colocasse o pé para fora. “Tinha que cair um dilúvio justo no dia que eu estava sem carro e sem guarda-chuva?” Eu suspirei e voltei para a mesa onde estavam minhas coisas, terminando de guardá-las. Leo se aproximou com duas canecas na mão, colocando uma na minha frente. – É café. Pelo visto a chuva não passará tão cedo.
Eu suspirei, levando a bebida aos meus lábios. – Obrigado. Pelo visto, é hoje que não volto para casa.
Leo olha para mim. – Tem alguém te esperando?
Eu neguei, tomando mais um gole de café. – Não, moro sozinho. Mas hoje não vim de carro, nem trouxe guarda-chuva. E essa chuva não aparenta que cessará tão cedo.
Leo – Você pode ficar aqui se quiser. Eu olhei para ele, sem entender. Ele riu. – Eu pretendo ficar até que a chuva passe, não quero me molhar novamente. Seu olhar era intenso e seus lábios se curvaram em um sorriso que queria dizer muitas coisas.
Eu me perdi por alguns instantes naqueles olhos eletrizantes. – Se você não se importar, acho que vou ter que esperar também. Pelo menos aqui é confortável.
Ele sorriu e terminou seu café. Eu fiz o mesmo, ainda olhando pela janela, a chuva caindo intensamente lá fora. Meu celular estava ficando sem bateria e eu olhei ao redor, buscando uma tomada para carregá-lo, mas não encontrei. Leo estava sentado ao meu lado, folheando um livro que trouxera consigo.
Eu – Leo, onde posso carregar meu celular?
Leo – No balcão tem algumas tomadas.
Ele estendeu a mão e eu entreguei o celular com o carregador. Resolvi andar ao redor. Não tinha muito o que fazer mesmo. Passeei por algumas estantes, lendo os títulos dos livros, acariciando suas lombadas. Depois de explorar o lado esquerdo do térreo, subi para o primeiro andar, percorrendo as estantes de Direito. Continuei e subi mais um andar, onde ficavam os livros de Filosofia. Folheei alguns livros, tomando o cuidado de guardá-los nos lugares corretos. Voltei ao corredor principal, acariciando o corrimão, enquanto olhava a biblioteca dali. A visão de cima era ainda mais bonita, os detalhes arquitetônicos e a disposição dos móveis criavam um ambiente acolhedor e tranquilo. Leo estava sentado na mesa onde deixei minhas coisas, ainda absorto em sua leitura. Continuei andando pelo mezanino, dando a volta para o lado direito. Havia uma sessão de Literatura. Comecei a passear os olhos pelas prateleiras, percorrendo o olhar pelos títulos. Um pequeno livro vermelho chamou minha atenção. Sua capa era aveludada, convidando ao toque. O título, “Suspiros e Sussurros”, estava gravado em dourado, em uma caligrafia fina e elegante, irradiando uma aura de mistério e sedução. Comecei a folheá-lo parando em um poema que se intitulava “Sussurros do Desejo”, comecei a ler, murmurando suas palavras.
Leo – “Entre lábios que murmuram desejo,
Desliza o prazer, ardente ensejo.
Cada carícia, um poema sem fim,
Na pele, o fogo, no toque, o sim.”
Eu dei um pulo para trás, não havia percebido sua presença. Ele segurou em minha cintura, me equilibrando. Eu fiquei imóvel, seu toque queimando minha pele. Ele se aproximou um pouco mais, seus lábios em meu ouvido, e sussurrou a próxima estrofe.
Leo – “No ápice do toque, o tempo se rende,
Os corpos em brasa, o desejo transcende.
Explode o prazer, um mundo em suspenso,
E na pele o clímax, ardente, imenso.”
Eu fechei os olhos, tentando controlar minha respiração. Ele escorregou a mão por baixo da minha camiseta, as pontas de seu dedo tocando minha pele. Eu não me mexi, me entregando àquela sensação. Ele começou a traçar linhas por meu abdômen, chegando ao meu mamilo, acariciando-o.
Leo – “Na entrega febril de um beijo ardente,
A fome devora o instante presente.
Pele na pele, um mundo se acende,
Um desejo voraz que nunca se entende.”
Ele beijou meu pescoço. Uma de suas mãos em meu peito, brincando com meu mamilo, enquanto a outra desceu sob minha calça, me acariciando sobre a cueca. Seus lábios eram quentes e experientes, acendendo minha pele por onde tocava. Sua mão percorreu o cós da minha cueca abaixando-a, apertando minha bunda, enquanto ele beijava atrás da minha orelha, provocando arrepios que se espalharam pelo meu corpo como ondas. Eu arfei, minha respiração pesada ecoando por aquele labirinto de livros. Eu me apoiei na estante, enquanto ele continuava com as carícias. De repente, a realidade me atingiu. Segurei sua mão e o parei, meu coração batendo tão alto quanto o silêncio ao nosso redor.
Eu – Estamos em público.
Leo – Mas não tem ninguém aqui, só nós dois.
Eu me virei, ficando de frente para ele. – E as câmeras?
Ele me puxou para si, segurando em minhas costas com firmeza, impedindo que eu escapasse. – Aqui é um dos poucos pontos cegos.
Ele apertou o abraço, se aproximando ainda mais e subiu com uma das mãos até minha nuca, agarrando-a enquanto me beijava. Eu me entreguei, queria provar aqueles lábios desde o momento que a porta se abriu e ele parou encharcado na minha frente. Minhas mãos criaram vontade própria e começaram a percorrer seu corpo, desabotoando os primeiros botões de sua camisa. Tentando recuperar meu folego, passei a beijar seu queixo, descendo demoradamente, passando por seu pomo de adão e sua clavícula, chegando em seu peito. Terminei de abrir sua camisa e dei um passo para trás. Precisava contemplar aquela obra de arte mais uma vez. Com a ponta dos dedos, percorri os contornos de seus músculos, começando pela linha do pescoço, seus ombros, seu peito, seu abdômen. A pequena linha do caminho da felicidade iniciando em seu umbigo. Comecei a traçá-la, abrindo o botão de seu jeans. Ele segurou minha mão.
Leo – Você realmente quer isso?
Eu assenti – Eu quero isso desde que te vi entrando por aquela porta.
Ele soltou minha mão e eu abri o zíper de sua calça. Ele estava duro, era possível vê-lo pulsar sob a cueca. Minha fome triplicou. Eu enganchei o dedo no cós de sua cueca e fui abaixando, seguindo aquela fina linha. Meu dedo roçou seu pau, fazendo-o estremecer. Eu puxei um pouco mais, fazendo a cabecinha escapar. Olhando para ele, molhei a ponta do meu dedo com a língua e comecei a acariciar sua glande, fazendo uma leve pressão na ponta. Leo gemeu, seu olhar pedindo por mais. Eu o peguei em minha mão, o acariciando vagarosamente, enquanto mantive meu polegar pressionando a ponta da cabeça. Leo agarrou minha nuca e me beijou. Seu beijo era avassalador. Ele devorava meus lábios, sua língua possuindo minha boca possessivamente. Ele era intenso, roubando meu fôlego, me fazendo arfar em sua boca. Eu continuei os movimentos com minha mão, tentando manter o ritmo deliberadamente lento, mas a intensidade de seu beijo me fazia querer mais. Eu me ajoelhei, o encarando e abaixei suas calças. Ainda o acariciando com minha mão, passei a lambe-lo, começando pela cabeça, provando cada detalhe com a língua. Leo gemeu, olhando para mim. Eu segui pela extensão de seu pau, contornando cada detalhe, deixando um rastro úmido e quente. Ele usou uma das mãos para se apoiar na estante, enquanto a outra segurava meus cabelos, seu olhar implorando por mais. Eu o envolvi com os lábios, sugando com vontade, enquanto acelerava com a mão. Ele começou a estremecer, passando a se segurar com as duas mãos na estante. Eu aumentei a velocidade, sugando mais forte, levando-o ao limite. Ele fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, enquanto gozava em minha boca.
Eu me levantei, ainda com meus lábios em seu corpo, percorrendo o caminho inverso, até chegar a sua boca. Sua pele estava sensível, arrepiando a cada toque. Ele me puxou e aprofundou o beijo, roubando meu fôlego uma vez mais. Suas mãos eram ágeis, percorrendo por meu corpo, descendo até minha bunda. Ele separou o beijo e me encarou por alguns instantes, ajeitando suas roupas.
Ethan – Vem comigo.
Ele segurou minha mão e me puxou, entre as estantes, descendo as escadas, saindo na lateral do balcão. Me guiando por um pequeno corredor, entrou em uma sala, e seguiu até um pequeno sofá, me puxando para seu colo. Parecia ser uma pequena sala de descanso, provavelmente para os funcionários da biblioteca. Sem dizer nada, ele me puxou de volta para um beijo intenso, suas mãos explorando minha pele sob a camiseta. O calor do toque dele fez minha respiração acelerar, e quando me separei do beijo para buscar ar, ele aproveitou para tirá-la, jogando-a de lado. Ele me puxou para mais perto, sua boca descendo para o meu peito, seus lábios e língua deixando um rastro ardente, incendiando minha pele por onde passasse. Suas mãos deslizaram pela curva dos meus quadris, descendo até minha bunda, cada movimento desenhando uma corrente de desejo que parecia pulsar por todo o meu corpo. Ele abriu minha calça, descendo-a, me deixando exposto. Suas carícias se aprofundaram, sua proximidade e toque eram elétricos, e cada gesto enviava ondas de prazer pela minha espinha. Eu estava pronto e queria mais. Ele me deitou no sofá e retirou minha roupa, despindo-se a seguir. O calor do momento parecia preencher o espaço ao nosso redor. Ele se posicionou sobre mim, os olhos intensos e carregados de desejo encontrando os meus, silenciosamente pedindo permissão. Eu assenti e ele se inclinou novamente, retomando o beijo, agora mais profundo e cheio de luxúria, enquanto levantava minha perna. Ele entrou devagar, se acomodando aos poucos, enquanto eu me acostumava a ele. Uma onda de prazer percorreu meu corpo quando ele me preencheu completamente. Seus movimentos começaram lentos, cada investida arrancando de mim um suspiro carregado de desejo. Enquanto se movia, suas mãos exploravam meu corpo, e seus lábios encontraram meus mamilos, sugando-os com vontade. Aumentando o ritmo, seus movimentos tornaram-se mais profundos e mais intensos, arrancando gemidos altos de mim a cada estocada, enquanto mantinha suas mãos cravadas em meus quadris, pressionando cada vez mais. Eu atingi o ápice. Apertando seu ombro, sinalizei que estava prestes a gozar e ele foi ainda mais fundo, seus movimentos me arrancando arfadas involuntárias. O orgasmo me atingiu como uma onda avassaladora, e eu me entreguei completamente, gemendo seu nome enquanto gozava. Ele continuou por mais alguns instantes, o ritmo intenso até alcançar o próprio clímax, estremecendo contra mim. Eu me larguei naquele sofá, tentando recuperar as forças. Ele se debruçou sobre mim, os dedos afastando delicadamente meus cabelos do rosto e me beijou. Seu beijo agora era calmo, carinhoso.
Leo – Você está bem?
Eu suspirei. – Mais que bem! Ele sorriu e voltou a me beijar. Ficamos assim por um tempo, abraçados enquanto recuperávamos o fôlego. Ele se sentou e me puxou para o seu colo, beijando meu pescoço.
Leo – Sabia que já faz um tempo que queria ficar com você?
Eu o encarei, não me lembrava de tê-lo visto antes. E eu teria reparado. – Ahñ? É a primeira vez que te vejo, tenho certeza de que me lembraria se tivesse te visto antes.
Leo – Ouch! Ele colocou a mão no peito sobre o coração, rindo. – Já te vi algumas vezes aqui na biblioteca, mas pelo visto, você nem reparou.
Eu – Isso é sério?!
Leo – Precisou me ver todo molhado para prestar a atenção em mim! Eu ruborizei na hora. “Claro que teria percebido ele, quem não perceberia?”.
Eu – Desculpe. Sempre que venho aqui, fico focado no estudo, acabo não reparando muito ao redor.
Leo sorriu. – Eu sei, percebi depois de algumas vezes te observando. Você mal repara nas pessoas sentando-se perto de você, tentando chamar sua atenção. A princípio achei que você fosse compromissado, mas você disse que não.
Eu – Você está exagerando. Ninguém tenta chamar minha atenção. Mas tenho que admitir que sou um pouco distraído, ainda mais quando estou focado em alguma coisa. Hoje não tive como não reparar em você, fazendo sua entrada triunfal.
Leo riu e me deu mais um beijo. – Bendita chuva!
Eu ri. – Tenho que agradecer aos céus, no final das contas.
Conversamos por mais um tempo, ele me contou que estava no último ano em Letras e que estava se preparando para iniciar a Pós em Língua Inglesa. Como gostava do ambiente da biblioteca, conseguiu um estágio em meio período, no horário da noite, após as aulas. Eu estava fascinado com aquele rapaz, tão intenso e, ao mesmo tempo, tão atencioso. Ele me contou que tentou chamar minha atenção por duas vezes, mas que eu passei por ele, lendo o livro, sem nem me importar. Fiquei envergonhado. Não acreditava que nunca tinha reparado nele. Com certeza ele se destacaria entre os demais.
Eu – E como você sabia que aquele corredor da sessão de Literatura é um ponto cego? Já havia aproveitado antes?
Ele riu e apertou levemente meus quadris. – É a primeira vez que fico com alguém aqui, se é isso que quer saber. Eu corei, não nego que estava um pouco apreensivo de ter sido só mais uma aventura. – Um amigo me contou. Ele já trabalhou na parte de segurança e sabe os pontos cegos do prédio. Aqui também não tem câmera. Dizendo isso, ele escorregou sua mão para minha bunda, apertando-a, me fazendo aproximar dele. – Podemos aproveitar o quanto quisermos.
Ele me beijou, todo o desejo reacendendo. Seus lábios desceram pelo meu pescoço, distribuindo beijos ávidos e famintos que queimavam por onde passavam. Minha mão deslizou pelo seu corpo, explorando cada linha do seu abdômen até alcançar seu pau, que comecei a acariciar, arrancando dele um gemido rouco e carregado de prazer. Em resposta, ele mordiscou meu mamilo, fazendo-me arfar e me arrepiar por inteiro. Eu não queria esperar mais e, sem hesitar montei nele, assumindo o controle. Seus olhos fixaram-se nos meus, ardendo em pura luxúria, um convite para me perder completamente nele. Comecei a cavalgá-lo, lenta e provocativamente, antes de acelerar, forçando-me mais contra seu colo, sentindo-o ainda mais profundamente. Suas mordiscadas se tornaram uma mordida em meu peito. O misto de prazer e dor irradiou por meu corpo, me fazendo chegar mais perto do clímax. Ele notou que eu gostei e passou a me dar leves mordidas, que arrepiavam minha pele, me arrancando gemidos cada vez mais altos. Suas mãos cravadas em meus quadris me davam mais impulso. Segurei-o pelos cabelos, puxando-o para um beijo selvagem e carregado de desejo, enquanto aumentava o ritmo, movendo-me com mais intensidade sobre ele. Seus gemidos tornaram-se mais intensos, sua respiração entrecortada, até que ele não resistiu e gozou, estremecendo sob meu corpo enquanto o prazer o dominava por completo. Mesmo assim, eu continuei, acelerando um pouco mais, sentindo a tensão crescer dentro de mim. Ele, recuperando-se rapidamente, deslizou a mão até meu pau, acariciando-o, arrancando de mim arfadas que eu mal conseguia controlar. A onda de prazer foi irresistível, e não demorou até que eu também gozasse, o orgasmo explodindo em mim como uma descarga elétrica que me deixou completamente entregue. Sem forças, desabei sobre ele, nossos corpos ainda entrelaçados, quentes e ofegantes, sem me importar com mais nada além daquela sensação.
Não percebi o tempo passar, tudo que me importava naquele momento era o prazer que ele me dera. Nós adormecemos ali mesmo, um nos braços do outro, exaustos. Acordei assustado, o relógio na parede informando que eram 04:00 horas. Eu olhei para ele, que permanecia adormecido ao meu lado. Não resisti e acariciei seu rosto, percorrendo com o dedo por sua sobrancelha, traçando seu nariz, até contornar seus lábios. Ele adormecido era uma visão ainda mais linda que a primeira vez que o vi. “Não acredito que não havia reparado nele ainda.” Não aguentei e dei um leve beijo em seus lábios. Ele se mexeu, abrindo os olhos. Sorriu para mim, enquanto se sentava.
Eu – Acho melhor irmos. Ele me beijou e me abraçou.
Leo – Temos mesmo?
Eu – Pelo menos temos que sair daqui. Já são quatro da manhã. Daqui a pouco alguém pode chegar. Ele me beijou mais uma vez e se levantou, recolhendo nossas roupas, me entregando minha camiseta. Depois que nos vestimos, voltamos para a biblioteca e pegamos nossas coisas, saindo pela porta lateral para funcionários. O céu estava claro, pontilhado de estrelas, mas estava um pouco frio e ele me abraçou.
Leo – Eu moro aqui perto, vem comigo!
Ele pegou minha mão e me guiou, saindo do campus. Andamos por dois quarteirões, até chegarmos em um pequeno prédio. Ainda segurando minha mão, subiu por um lance de escadas até o primeiro andar e seguiu por um pequeno corredor. Ele parou em frente ao 121 e abriu a porta, me dando passagem. Entrei em seu apartamento, que era pequeno, mas aconchegante. Ele me levou até o sofá na sala e seguiu para a cozinha, pegando uma garrafa de água e dois copos. Eu dei uma olhada a minha volta. A sala do pequeno apartamento parecia refletir sua personalidade. O espaço era compacto, mas bem aproveitado, com uma estética simples e funcional. A grande janela lateral permitia a entrada de luz natural, iluminando o ambiente e destacando o chão de madeira clara, bem cuidado. No centro da sala, tinha um sofá cinza de dois lugares com algumas almofadas lisas e coloridas, posicionado de frente para uma televisão modesta, fixada na parede. Uma mesa de centro minimalista, com um livro de capa gasta e uma caneca esquecida sobre ela, sugeria que ele passava algum tempo ali. À direita, uma bancada baixa delimitava o espaço entre a sala e a cozinha. A divisória aberta dava uma visão clara da cozinha, que era pequena, mas parecia eficiente, com armários brancos e eletrodomésticos inox que refletiam a luz, contribuindo para a sensação de limpeza e amplitude. O balcão possuía bancos altos de madeira clara, transformando-o em uma área para refeições. Detalhes pessoais estavam espalhados discretamente pelo ambiente: um violão encostado na parede, ao lado de uma estante compacta cheia de livros de capas coloridas, papéis organizados, alguns troféus e lembranças do tempo de escola. Uma samambaia ao lado da janela adicionava um toque de vida ao espaço. Ele me entregou o copo e se sentou ao meu lado.
Leo – Qual o horário da sua aula?
Eu – Não tenho aulas hoje...
Leo – Ótimo!
Ele se levantou e pegou minha mão, levantando-me. Ele abriu a porta na parede atrás do sofá e entrou. Seu quarto era uma extensão dos demais cômodos. A cama de casal ocupava o centro do quarto, com uma coberta preta e travesseiros alinhados de forma simples, mas aconchegante. Acima da cabeceira, havia uma prateleira estreita com alguns livros, uma luminária moderna e uma pequena planta em um vaso branco. Na parede oposta à cama, uma escrivaninha compacta de madeira clara estava posicionada abaixo de uma janela grande, que deixava a luz natural inundar o ambiente. Seu local de estudo era organizado, com um laptop, alguns cadernos e uma caneca com canetas, sugerindo que passava muito tempo ali, se dedicando aos estudos. Próximo à escrivaninha, tinha um armário branco com um espelho embutido em uma das portas, que ampliava a sensação de espaço. Uma cadeira que parecia confortável, completava o cantinho de trabalho. Na parede oposta à janela, uma foto de uma paisagem montanhosa quebrava a neutralidade do ambiente. O chão era de madeira clara como na sala. No canto próximo a cama, alguns calçados e sua mochila. Ele se virou e sorriu para mim. Soltando minha mão, foi ao armário e pegou uma toalha e uma calça, me entregando.
Leo – O banheiro fica ali. Você deve estar querendo um banho para relaxar. Eu sorri com seu jeito atencioso. – Fique à vontade.
Eu fui para o banheiro, me despindo rapidamente e entrei embaixo do chuveiro. A água quente era mais que bem-vinda. Me demorei um pouco, aproveitando a sensação relaxante daquele banho. Enquanto me enxugava, olhei o reflexo do espelho e me assustei. Estava com várias manchas vermelhas por meu peito e abdômen. Me vesti e sai, encontrando Leo olhando pela janela, o dia clareando com o nascer do sol. Ele se virou e sorriu, fechando as cortinas. Andou em minha direção, me dando um beijo.
Leo – Deite-se, você precisa descansar. Vou tomar um banho.
Ele me deu mais um beijo, antes de seguir para o banheiro. A exaustão me dominou. Não pensei duas vezes e me deitei, me aconchegando sob as cobertas. Peguei no sono em instantes. Acordei algumas horas depois, sozinho. Olhei em volta, levando alguns minutos para entender onde estava. Me levantei, saindo do quarto. Leo estava de costas para mim, parecia que estava cozinhando algo. Me aproximei dele e ele me abraçou, dando-me um leve beijo na testa.
Leo – Bom dia! Conseguiu descansar?
Eu – Sim. Sua cama é bem macia e confortável.
Leo – Fique à vontade para usá-la quando quiser. Eu corei e ele sorriu. – Estou terminando nosso café.
Eu assenti e me sentei em uma banqueta, na ponta do balcão. Ele me serviu uma xícara de café e virou-se para finalizar o que estava cozinhando. “Deus, como ele é lindo!” Eu passei a reparar em suas costas, os músculos bem desenvolvidos, descendo por linhas suaves, até sua cintura, que era fina. Sua calça de moletom estava posicionada mais para baixo, dando uma visão de toda sua pele. Não tinha percebido ontem, mas ele tem uma pequena tatuagem no quadril. Não consegui vê-la por completo e fui até ele, baixando o cós de sua calça, sem pedir permissão.
Eu – “Carpe Noctem”!
Leo sorriu. – Aproveite a noite! Eu o encarei, seu sorriso com uma pitada de malícia. – É uma daquelas coisas que fazemos por impulso. Queria fazer uma tatuagem que significasse algo para mim e eu sempre amei a noite. Ele diz isso, me dando um beijo. – Está com fome?
Eu assenti, me dando conta que não comia desde o almoço, no dia anterior. O ajudei a colocar os pratos no balcão e me sentei ao seu lado. Tomamos café da manhã e eu cuidei da cozinha. Era tão estranho e surreal. Me sentia tão confortável naquela situação, com um estranho que acabara de conhecer. Depois de lavar a louça, me sentei no sofá e peguei o livro que estava sobre a mesa. Era um exemplar de “A Metamorfose”, de Franz Kafka. Pelo seu estado gasto, parecia que já havia sido lido inúmeras vezes. Passei a folhear suas páginas.
Leo retorna do quarto, sentando-se ao meu lado. – Esse livro é uma referência para mim. Me lembrando de sempre tentar fazer as coisas que amo, aceitando as mudanças, valorizando a liberdade e minha felicidade.
Eu coloquei o livro na mesa e olhei para ele encantado cada vez mais com esse homem de múltiplas camadas. Ele sorriu da minha expressão e me beijou. Intensificando o beijo, me puxou para seu colo, descendo com os lábios pelo meu corpo.
Eu – Assim você me deixará mais roxo do que já estou. Ele mordisca minha pele, me fazendo arfar.
Leo – Só estou marcando o que eu quero que seja meu. Ele me puxou mais para si, suas mãos descendo do meu quadril para minha bunda. Seu aperto me fez gemer mais uma vez.
Eu – E sua aula?
Leo – A única coisa que quero aprender é o contorno do seu corpo.
Ele se levantou, me carregando em seu colo e seguiu para o quarto, me colocando em sua cama. Nós passamos o resto do dia naquela cama. Ele me fez esquecer de todo o resto. Tudo o que eu queria naquele momento era ele. Me recordo de ter voltado para minha casa tarde da noite, naquele dia. Não queria, mas precisava, teria aula no dia seguinte pela manhã e se eu ficasse com Leo, tinha certeza de que não iria para a faculdade.
E essa é a minha história saída das páginas de um romance de ficção. Como eu peguei o bibliotecário gostoso em um dia de chuva. Mas acho que vocês devem querer saber o que aconteceu depois, né?! Tudo bem, vou contar... Nós continuamos nos vendo, eu passei a frequentar aquela biblioteca assiduamente, sempre no período da noite. Aprendi cada local onde a câmera não pegava. Foram dias interessantes. Quase fomos pegos, pelo menos umas três vezes, o que deixava tudo mais intenso e divertido. O tempo passou e estamos completando dez anos juntos. Estou indo encontrá-lo. Para essa data especial, pensamos em reviver aquele dia...
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 22
Comments
☯︎𝑹𝒂𝒑𝒐𝒔𝒊𝒕𝒂🦊
Poético 🤌
2025-04-30
0
Marcia Emerich
Que lindos!🥰
2025-03-02
1