Ares

"Na sombra da lua, o verdadeiro poder se revela. O destino de uma alcateia é selado pelo coração de seu Alfa. O poder é um presente, mas a liderança é uma escolha."

Ser o Alfa da alcateia Darkmire é uma grande responsabilidade já que somos a maior alcatéia do Estado. Meu poder é inato, uma força primal que corre nas minhas veias, mas não seria ninguém sem Skar, meu lobo. Como líder, sou responsável pela proteção e segurança da minha família, a alcateia.

Meus poderes são uma extensão da minha vontade. Posso sentir o pulsar da terra, controlar a fúria da tempestade e liderar com autoridade absoluta. Minha força sobre-humana, velocidade e agilidade me tornam quase invencível.

Como Alfa, minha presença é um escudo para os meus. Minha visão periférica captura cada movimento, antecipando ameaças. Meu olfato aguçado detecta perigos ocultos. Minha audição penetrante ouve o silêncio.

Ser Alfa não é apenas dominar; é servir, proteger e inspirar. Minha alcateia é minha vida. E eu farei qualquer coisa para defendê-la.

A lua cheia se ergue no céu, um lembrete do meu dever. Eu sou Ares, o Alfa, guardião da alcateia Darkmire. Mas nem tudo na minha vida saiu como deveria ser.

Meus seguidores e familiares insistem que preciso deixar o que me aconteceu no passado e encontrar minha Luna para que possamos ter nossos filhotes já que um deles assumirá meu lugar como líder.

— Meu filho, precisa esquecer o que a Serena lhe fez e encontrar uma parceira na nossa alcateia para você, por favor. — meu pai, Anthon, súplica.

— Seu pai está certo, Ares. — minha mãe, Luana, coloca a mão no meu ombro — Você já fez quarenta e um anos, outros na sua idade já tem quatro filhotes com o quinto para nascer.

— Querem que eu esqueça que a Serena, a fêmea com quem eu iria acasalar tentou me matar na minha própria cama com o meu facão? — acabo rindo da situação e não é nem por achar engraçado e sim por eles não perceberem o quão sério aquilo foi — Eu estava com ela há seis meses, confiei nela mesmo não sendo a minha Luna. Estava desesperado por já ter passado dos trinta e oito e ainda estar sem minha Luna e sem filhotes. Meu desespero quase custou minha vida.

— Como nós iríamos saber que ela foi colocada aqui ainda bebê para chegar na vida adulta e seduzir o Alfa para depois matá-lo? — meu pai pergunta.

— Tenho assuntos importantes para resolver com o meu Beta, Arkon, quando saírem diga para ele entrar.

Viro as costas para os meus pais e olho pela janela a vida na alcateia que eu protejo desde os dezoito anos. Meu pai adoeceu misteriosamente quando eu tinha dezoito anos e com isso meu lobo virou o Alfa. Não me arrependo, gosto de cuidar de todos.

— Precisa de mim, Alfa? — Arkon entra e se mostra solícito.

— Já disse para você que quando estivermos sozinhos pode me chamar pelo nome. Crescemos juntos, somos praticamente irmãos.

— Força do hábito, o que quer de mim, Ares?

— Tristan já fez o pagamento pelas terras que vendi para ele há dois anos?

— Ainda não, disse que o lucro do que plantou ainda é pouco para pagar o que deve!

— Não acha que fui generoso demais vendendo para ele pagar parcelado só pelo fato do meu pai ter sido amigo do pai dele? — pergunto com sarcasmo.

— Acho sim! — Arkon responde sorrindo.

— Vamos conversar com ele.

Marcamos um encontro com Tristan que vem com seu Beta e irmão, Kaid. Ambos estamos em uma clareira que é divisa entre nossas alcateias.

— Ares, juro que até o final deste ano nós iremos pagar a primeira parcela da dívida. Eu ainda… — corto a fala dele e dou uma gargalhada antes de comunicar:

— Quero hoje! Escolha algo de valor alto que tenha em sua alcateia e me entregue hoje ou ao amanhecer de amanhã você não terá mais uma alcateia.

Ele fica pálido e parece desesperado, depois de alguns minutos imóvel e em completa agonia o observo sussurrar no ouvido do irmão que arregala os olhos e grita não e eu grito por cima:

— Aceito! — Kaid olha para mim indignado e pergunta:

— Mas você nem sabe o que ele vai propor, como pode aceitar?

— Seu pavor, medo, angústia e desespero me mostram que o que ele vai oferecer tem um enorme valor para você, então eu aceito. O que vai me entregar em troca da dívida, Alfa Tristan?

— Nossa irmã caçula, ela tem dezoito anos, é virgem e foi criada presa dentro de casa. Pura e inocente, não conhece nada do mundo e nem das pessoas.

Uma fêmea? Isso deve ser uma piada. Entretanto, não posso recusar ou vão pensar que sou instável e ingênuo. Droga, terei que levá-la para dentro da minha casa, uma estranha.

— Encontrarei vocês hoje, aqui mesmo às dez da noite. Não me façam esperar. — enquanto nos viramos para ir embora Arkon sussurra para mim:

— Tem certeza que quer uma fêmea como pagamento da dívida?

— Ela é virgem, jovem e muito importante para eles! Se vai fazê-los sofrer sem saber como ela está por mim tá valendo.

O dia passa rápido, já estou à espera da jovem fêmea e logo quatro figuras surgem no escuro, mas algo chama a minha atenção, um cheiro intenso até que vejo ela.

A jovem fêmea enrolada por uma corda era como uma noite de lua cheia, com um cheiro que me envolvia em lavanda suave, mel silvestre e musgo de floresta. Sua presença era uma serenata, um convite irresistível à paixão e ao mistério. Essa é a essência dela, misteriosa, sedutora e cativante.

Ela era linda, seus olhos eram azuis prateados como a lua cheia, sua pele pálida, luminosa e etérea, seus cabelos pretos, longos, sedosos e ondulados. Meu corpo sente o dela mesmo estando tão distante, isso tudo em mim, dentro de mim com a simples visão dessa fêmea é novidade.

— Soltem ela e deixe que venha até a mim. — falo num rugido profundo, como trovão.

Mas a fêmea estava relutante e se debatendo para se soltar da corda e correr na direção oposta. Eu me aproximo do limite das alcateias e faço um sinal com dois dedos para que Tristan a traga até aqui. Kaid segura o braço do irmão por um momento.

Mas Tristan não olha para Kaid e segue arrastando a pequena fêmea até se aproximar de mim.

— O nome dela é Nyx, como eu disse antes ela tem dezoito anos, é virgem e suponho que seja melhor mantê-la trancada na sua casa ou irá fugir. — tem lágrimas nos olhos dele, mas ignoro.

Quando pego a corda ela tenta me morder, acho engraçado. Nyx é muito mais baixa de perto e continua tentando se soltar e fica frustrada ao não conseguir.

— Tem um pouco de pó de prata na corda, bem pouco mesmo. É um veneno para ela, provavelmente vai ficar doente e fraca pelos próximos dias. É bom você saber que prata é um veneno para ela e pode matá-la, mantenha isso longe dela, por favor.

— Está me entregando ela como o pagamento da sua dívida comigo e está fingindo preocupação com a vida dela? Piada?

— Eu só estou fazendo o que é certo pela minha alcateia, eu sou o Alfa deles!

— E ela é sua irmã… grande ironia. Vamos, Nyx, como ouviu claramente você me pertence.

Tiro a corda que está enrolada nela e a pego em meus braços, ela esperneia e se debate. Sua voz saiu num sussurro suave, como uma brisa noturna ao falar pela última vez com o irmão:

— Eu odeio você e não vou esquecer o que acabou de fazer comigo.

Sigo de volta para o meu mundo com ela me empurrando enquanto a aperto em meus braços.

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Comments

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

Então o erro foi seu, não quis esperar a sua Luna,e fez besteira, para um alfa, devia saber das consequências, que é ser Alfa e se acasalar com outra,que não seja sua Luna

2025-04-13

2

Magna Figueiredo

Magna Figueiredo

Acho q nessa história eles não sentem o laço de companheiros.
.não estou comparando tá autora,só comentando...pq vc já avisou q seria uma história diferente /Proud//Proud//Proud//Proud//Rose//Rose/

2025-03-20

4

Elisa Araújo

Elisa Araújo

adorando a história já li inúmeros livros sobre lobos mas cada um diferente e esse está maravilhoso.parabens autora.

2025-03-24

0

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