Philia.
Com os pés ágeis, Jeon corre, diversificando o seu olhar entre a sua frente e o celular. A respiração falha entrega o quanto ele está exausto, apesar disso, permanece o seu percurso, pois ao seu ver, o seu cansaço não é nada comparado em como o Minnie se encontra nesse momento. Park não come, não bebe água e muito menos dorme faz dias.
Tempos passados, o gps avisa que o destino está próximo.
É um ambiente desconhecido por seus olhos, não lhe trazendo quaisquer recordações que seja. As plantas tem cheiro molhado e a brisa do vento é gélida. Mesmo seguindo o gps, o jovem vasculha com o olhar tudo ao seu redor, acaso de alguma ameaça estar por perto. Por mais que o Kim Taehyung tenha falado que o Jeon Jungkook não sabe lutar, o último citado ignora totalmente, já preparando a mente e o corpo para qualquer coisa que tivesse que enfrentar sozinho.
Um choro abafado é escutado pela audição aguçada do Jeon, lhe fazendo acelerar ainda mais. Ao colocar o celular no bolso da calça, Jeon Jungkook começa a correr de quatro, feito um lobo. Ele abandonou o gps, sendo direcionado somente pela choradeira.
Por um instante o jovem ficou impressionado consigo mesmo, é a primeira vez que age assim como o seu animal interior. Jeon sempre foi mais pro lado reservado, crente de que a maioria dos alfas são superiores a ele, mas hoje, um lado seu, vivo a tempos e mantido trancafiado, é liberto.
O corpo paralisa ao ver o ser reprimido sentado no chão. O cheiro do alfa se intensifica e o som das folhas secas e dos galhos se faz presente a cada pisar sobre elas, enquanto o peito, sobe e desce pesadamente. Park Jimin está vestido com uma túnica cor verde musgo, um pouco suja e com rasgos, a veste tão machucada quanto a pele do mesmo. Os fios dourados desalinhados não são piores que as marcas roxas no corpo e na face, junto do sangue seco. Estando próximo o suficiente, Jungkook libera ainda mais dos seus feromônios de aroma intenso e com a sua voz grossa, profere o codinome.
Jeon Jungkook
Minnie.
*se agacha ao lado do ômega*
Park Jimin
*olha para o Jeon*
Jeon Jungkook
*abraça Park*
Pode estar sendo ousado da minha parte, mas não pude me conter. Estou aliviado em te ver vivo, muito aliviado.
Park Jimin encontra-se mole dentro daquele abraço enquanto sente os dedos acariciando a sua cabeça.
Park Jimin
É o nosso segundo dia interagindo um com o outro pessoalmente.
*sorri fraco*
Jeon Jungkook deposita um selar rápido sobre o cabelo do Park, em seguida intensificando mais o abraço. As mãos grandes deslizam suavemente, fazendo o dono das costas sentir a sensação que um peso está saindo de si.
Jeon Jungkook
Vamos embora daqui logo.
*se separa do abraço e ajuda Jimin a se levantar*
Park Jimin
*segurando no braço do Jungkook*
Jeon Jungkook
°•. Ele está tão machucado! Quem poderia ter feito isso? .•°
Jeon Jungkook
Logo chegaremos em um hospital mais próximo.
De repente o Jimin para, fazendo um ponto de interrogação se formar em cima da cabeça do Jungkook.
Park Jimin
E-Eu não quero ir para o hospital.
Jeon Jungkook
Mas é necessário, não seria ético da minha parte te ver ferido assim e deixar pra lá, você mal consegue andar.
Park Jimin
Eu não quero! *tenta se soltar* Por favor, me solta!
Jeon Jungkook
Alguém te ameaçou? Está com medo de que algo ruim te aconteça?
Park Jimin
*abaixa a cabeça*
N-não é nada disso, eu só não quero.
Jeon Jungkook
Então quer ir pra minha casa?
Jeon Jungkook
Eu divido o apartamento com o meu amigo, nós moramos juntos já faz um tempo.
Jeon Jungkook
Então vem ou não?
O ômega se apoia no alfa e sorri pequeno, como uma confirmação de que aceita ir.
Pacificamente eles caminham unidos, ambos se sentindo com o peso descarregado. Park, por finalmente estar saindo dali, já Jeon, por sua ajuda ter sido concluída sem intervenções.
Durante a cena tranquila, as plantas se movimentam de maneira diferenciada, como se não fosse por conta do vento, mas sim, algo controlando de maneira calculada. A ventania toma uma outra proporção, se tornando mais potente e resultando nos amigos tendo de ficarem parados, caso contrário, iriam cair. Jeon abraça o loiro de lado, com os braços firmes, não desejando que ele perca ainda mais as únicas forças que possuí nas pernas e acabe se desequilibrando.
Jeon Jungkook
Vai ficar tudo bem.
Park Jimin
*fecha os olhos com força*
O de cabelo roxo move com dificuldade um dos pés para frente, e passado alguns segundos, ele move o outro pé, na tentativa de conseguir ir embora dali, mesmo enfrentando as fortes ondas de ventanias.
Eles temiam que algo de ruim pudesse lhes ocorrer.
Mas agora, vamos retornar ao passado.
Em um vasto salão, vemos a figura de um príncipe ponderado caminhando de cabeça erguida. Jihoon Kounéli é frio não só na aparência, mas as vezes na atitude.
A rota do alfa é o calabouço, localizado abaixo do grande castelo. O príncipe engole em seco diversas vezes e a sensação que o mesmo trás é de não querer seguir adiante, e sim voltar atrás. Ao passar reto pelos guardas reais, os seus pés começam a descer as escadas, assim, adentrando no local abafado e de um odor insuportável.
Então o percurso é parado, e silenciosamente, os olhos negros observam a figura de um alguém parado em pé e próximo de si. Para a infelicidade do príncipe, a alfa é a essência da sua vida, ela é quem tem a morte e a vida em garras.
Hwang Yeji
*dá um passo pra frente*
Jihoon aproxima-se da Yeji e entrega uma maleta para a mesma, contendo dentro barras de ouro.
Hwang Yeji
A criança está aí, use como bem entender.
Jihoon Kounéli
*abaixa a cabeça*
Hwang Yeji
Está com pena? Você me procurou por um motivo, e eis estou aqui com o que você pagou para ter. Se ainda quer ser imortal, tem de beber todo mês uma grande quantidade de sangue dos Lupaster.
Jihoon Kounéli
É que... *suspira aflito* Você não tem alguém mais velho?
Hwang Yeji
Não tenho e nunca terei, os mais velhos tem mais a morte ao lado deles do que vida.
O arrepio percorre o corpo por completo ao dar mais alguns passos e então, entrar em um calabouço específico. As lágrimas do ser ingênuo escorrem pelos olhos que transmitem inocência, chorando de medo do desconhecido.
Jihoon Kounéli
°•. Eu realmente sou mau como o meu pai tanto me diz .•°
A cela é fechada e o choro do pequeno ômega é abafado por uma mão grande, apertando fortemente os lábios e o nariz, impedindo de chorar e respirar.
Hwang Yeji
Para se conquistar a vida é preciso desafiar a morte, príncipe. Não tenha medo.
A única lágrima que estava prestes a cair, retornou para dentro. Formando uma expressão de seriedade, o alfa passa a se obrigar em enxergar o ser indefeso como se fosse sem sentimentos, a única coisa de valor, ele tem a necessidade de possuir.
Nessa também necessidade da renovação, a injustiça é a vencedora nesse tormento que parece não chegar ao fim. O dourado os ilumina e revigora.
Naquele aperto pelo fim daquela luta pela escapatória, o alfa obviamente vence. A íris vai se transformando em outra coloração, de castanho escuro para violeta, enquanto os lábios, tem as presas a mostra, cada vez mais se aproximando da vítima aparentemente falecida.
E em meio ao jantar, o restante da família Kounéli nem sequer tem noção que há um deles que faz realmente jus a fama de impiedade que os Kounéli tem.
A fumaça negra sai de dentro do longo vestido da mulher, e num passe de mágica, ela desaparece das vistas.
E após minutos matando aquela louca vontade, Jihoon Kounéli limpa os seus lábios com as costas da mão e vai se retirando, não se importando sobre o que os seus empregados pensariam sobre a aparência física dele.
Nascer é emergir da escuridão para a luz da dor.
Park Chorong
Ele é tão lindo, puxou a mãe.
*com os olhos brilhantes*
A mais velha não conseguia conter a euforia de ter presenciado o nascimento do seu segundo neto, e agora, vê-lo tão quente por estar enrolado em um cobertor macio. Pelo lado oposto, a mãe de segunda viagem só pegou o bebê no colo uma vez, e não por querer, mas sim por obrigação. O resto de humanidade que ainda havia na mulher, não poderia deixá-la ver a criança sem tomar pela primeira vez o leite materno e ser envolvido pelo calor dela.
Park Chorong
Eu sinto a magia nele.
Park Yoonseo
Estou recém-parida, mas a senhora virá mesmo com esses papos toscos?
Park Chorong
Só estou dizendo... *sorri modesta enquanto admira a aparência do recém-nascido* É o mesmo que senti quando você nasceu, mas essa tal magia até agora não foi revelada. Sabe, a minha avó me contava uma história quando eu era criança que grudou na minha mente.
Park Yoonseo
*desinteressada*
Park Chorong
É uma história extremamente antiga, só pra você ter noção, é sobre o que aconteceu com a minha heptavó. Foi algo realmente mágico, e não somente esse fator, mas muitos outros.
Park Yoonseo
É história para boi dormir, mãe.
Park Chorong
Oh, sua menina levada! Preste atenção no que digo. *coça a garganta* Continuando... Quando a minha heptavó era apenas uma criança, foi atacada por uma criatura na qual a mesma não se recordou bem, devia estar muito assustada. Ela sumiu por exatos dez dias e nossa família temia de que a minha heptavó, na época apenas uma criança imatura, já estava morta. Para a surpresa, não estava. Após os dez dias desaparecida, a menina surgiu com ferimentos muito graves, mas ela relatava estar sem dor, e mais... Se curou rapidamente. Isso é magia! É dito que a minha heptavó era uma ômega fora do normal, desde nascida sentiam isso nela! Nunca souberam como a mesma conseguiu voltar viva.
Park Yoonseo
Faz muito tempo! Acha mesmo que está história não teve alterações ou simplesmente nunca existiu? Se eu tivesse tanto essa magia, eu já estaria dando piruetas, não sentada na cama sentindo dores.
Park Chorong
Hm, grossa! *faz um bico nos lábios* Oh! *repara no bebê chorando* O Jimin deve estar com fome, deixe eu pegá-lo para você alimentar.
Park Chorong se aproxima do bercinho e pega com cuidado o seu neto no colo, para em seguida, fazer aquilo que foi dito. A mais velho sorriu ao ver o sorriso que a sua filha deu enquanto amamenta o neném, sempre teve o conhecimento de que a mulher apenas se fazia de fria e que esse coração de gelo era fácil de se derreter.
Park Jimin
Vá embora sozinho.
O loiro fraqueja e só não cai no chão por ter sido segurado. A mente do Park Jimin está como a situação ao redor: agitada. O jovem faz uso da própria força para se separar do Jungkook, contudo, é em vão. Foi nessa turbulência que o loiro adotou o pensamento de preferir ficar só ao ter que deixar o seu amigo passando por dificuldades ao seu lado, está sendo uma situação na qual o ômega sente de dentro pra fora. É uma dor intensa, sem conhecimento de quando chega ao fim.
Desesperado, Park Jimin pega Jeon Jungkook de surpresa ao empurrar o mesmo para longe. A ventania forte dificulta com que Jeon se levante, o citado se vê preso nesse obstáculo.
Na medida que o ômega vai indo para mais dentro da floresta, os sopros predominantes vão lhe acompanhando.
E de longe, ao mesmo tempo que tão perto, dois pares de olhos escuros observam atentos a movimentação. A dona daqueles olhos de águia, se aproxima de quem a interessa e estende a mão.
Comments
Honey (+_+)
eu esperava que ia ser mais uma fanfic comum, estou impressionada
2025-01-21
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