O Hospital e a Confusão

Kyungsoo entrou na escola, o peso da noite anterior ainda o assombrando. Decidiu ignorar a tormenta em seu peito, focando apenas em Sarah. Encontrá-la foi fácil; ela estava sentada em seu lugar habitual, perto da janela, o olhar perdido no horizonte. Ao se aproximar, a expressão dela mudou, uma mistura de preocupação e reprovação.

"Kyungsoo! Onde você estava ontem à noite? Seu celular estava desligado!" A voz de Sarah carregava um tom acusatório.

Ele respirou fundo. "Eu... eu passei a noite no hospital."

A sobrancelha de Sarah se arqueou. "No hospital? O que aconteceu? Você está bem?"

Kyungsoo hesitou, escolhendo suas palavras com cuidado. "Eu estava com a Yuki. Levei ela para o hospital depois do que você fez."

A reação de Sarah foi imediata, uma explosão de fúria contida. "O quê?! Você ficou louco? Por que você ajudou aquela pirralha? Você está gostando dela, é isso?"

A acusação atingiu Kyungsoo em cheio. Ele negou veementemente. "Não, Sarah! Mas não foi certo o que você fez. Você a assustou muito."

A raiva de Sarah cresceu exponencialmente. "Você está defendendo aquela pirralha? Depois de tudo o que ela fez?"

Kyungsoo sentiu a paciência se esgotando. "Para com isso, Sarah! Eu ajudei alguém que precisava de ajuda. Isso não muda nada entre nós."

Sarah se levantou, os olhos brilhando de lágrimas e raiva. "Você está mudando, Kyungsoo. Você não é mais o mesmo." E com isso, ela se virou e saiu, deixando Kyungsoo sozinho, o silêncio da sala de aula ecoando a sua confusão.

Mais tarde, sozinho em seu quarto, Kyungsoo pensava em Yuki. Seu rosto, pálido e machucado, vinha à sua mente com uma insistência perturbadora.

Ele não conseguia entender por que a imagem dela não o deixava em paz. O que havia acontecido naquela noite no hospital? Por que ele sentia uma culpa tão profunda? E por que, apesar de tudo, ele não conseguia parar de pensar nela? A imagem da menina frágil e assustada o assombrava.

Ele se sentia dividido entre a raiva por Sarah e a preocupação por Yuki. Ele não conseguia lidar com essa mistura de emoções. A culpa corroía-o por dentro. Ele sabia que tinha feito a coisa certa ao ajudar Yuki, mas a reação de Sarah o deixava perturbado. Será que ele estava mesmo mudando? Será que ele estava se apaixonando por Yuki? A pergunta o assombrava.

Ele precisava de tempo para processar tudo. O peso da decisão que tomara pesava sobre seus ombros, uma carga que ele não sabia como carregar.

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