Molly está em sua sala na empresa quando escuta leves batidinhas na porta, ela autoriza e Fernando entra, mas ao vez dele fechar a porta e ir até a mesa dela, ele apenas fecha a porta e fica parado encarando-a.
Molly: Algum problema, Fernando?
Fernando: Não!
Molly: Está tudo bem com você? Está sentindo algo?
Fernando: Eu... eu... você poderia me perdoar, Molly?
Molly: Não estou entendendo onde você quer chegar, Fernando. Te perdoar pelo o que? Você não vez nada comigo.
Fernando caminha apresentamente até a mesa e se senta numa cadeira. Molly volta sua atenção para o cunhado sem entender nada.
Molly: E então?
Fernando: Foi eu que causei a morte dos pais de vocês, Molly. E eu queria te pedir perdão por isso.
Molly: O que você está falando, Fernando? Você não causou nada, foi um acidente.
Fernando: Se... se eu não tivesse ligado para eles irem lá em casa, nada disso teria acontecido. A Sara já estava sofrendo pela a morte do nosso filho e sofreu muito mais depois disso. Você perdeu teus pais biológicos e agora, por minha culpa, também ficou sem os pais adotivos. Se eu não tivesse...
Molly: Fernando, nada do que aconteceu foi tua culpa, ok? Foi apenas um acidente e acidentes acontecendo direto. Você estava preocupado com a Sara, naquele dia ela não estava bem, não tinha comido nada e você só estava sendo um bom marido cuidando dela.
Fernando: Sara me odeia...
Molly: Pelo contrário, Fernado. Ela te ama e muito. Nem eu e muito menos a Sara te culpamos pela a morte dos nossos pais, em nenhum momento nós pensamos nisso.
Fernando: Eu me sinto culpado.
Molly: Mas não deveria. Você não tem culpa de nada, você só queria cuidar da tua esposa e pediu ajuda aos sogros e isso é normal. A única coisa que você errou, foi ter deixado a Sara de lado, Fernando. Isso sim você tem culpa.
Fernando: Eu sei... eu não soube lidar com o luto, com a perda do nosso filho. E ver vocês chorando, sofrendo, fez com que eu me sentisse culpado. Eu amo a Sara, Molly. Eu não queria ficar esse tanto de tempo longe dela e muito menos ter me afastado, mas...
Molly: Você está perdendo ela, Fernando.
Fernando: Eu sei e eu não sei o que fazer.
Molly: Volte a ser o velho Fernando de antes.
Fernando: Vou fazer isso. Obrigado por mim escutar, cunhada.
Molly: Ao contrário do babaca do teu irmão gêmeo, eu gosto de você, Fernando. Além disso, sei o quanto a minha irmã era feliz ao teu lado. Agora você deve ir até ela antes que seja tarde demais.
Fernando: Vou agora mesmo.
Ele se levanta todo feliz, vai até a cunhada deixando um beijo no topo da cabeça dela. Fernando sai da sala de Molly, mas volta do meio do caminho e abre a porta dela novamente. Molly que havia voltado a sua atenção para o computador, olha para o cunhado sem entender nada.
Molly: O que foi agora?
Fernando: Eu ainda vou te ver junta com o meu irmão, Molly Fontana Ricco.
Molly faz uma careta revirando os olhos e bate na mesa que é de madeira como se estivesse repreendendo. Fernando volta uma gargalhada e fecha a porta. Ele caminha até a sala da esposa, antes de abrir a porta ele solta um suspiro e quando abre a porta, Sara está à sua frente segurando papéis, certamente ela ia para algum lugar.
Sara: Fernando?!
Fernando: Tem um minuto? Queria conversar com você, Sara.
Sara: Claro! Eu ia até a tua sala também.
Ela dar espaço para que Fernando entre, em seguida ela fecha a porta e vai para a sua mesa. Sara senta em sua cadeira e manda ele também sentar.
Sara: O que quer falar? Algum problema na empresa?
Fernando: A empresa está tudo nos seus devidos lugares. Não é nada relacionado a empresa que eu gostaria de falar, Sara. Mas, você pode falar primeiro, vi que estava segurando alguns papéis.
Sara concorda, ela se arruma na cadeira criando coragem para falar. Fernando a observa cuidadosamente e percebe a burrada que fez de ter ficado tanto tempo longe dela. Longe da mulher da sua vida. Sara arruma seus pequenos cabelos atrás da orelha e volta a sua atenção para ele. Ela pega os papéis e entra para o marido que a olha sem entender nada quando ler rápida o que está escrito.
Fernado: Sara...
Sara: Não dá mais, Fernando. Eu nunca imaginei que esse dia iria chegar, pensei que íamos até o fim, juntos, mas eu cansei de te esperar. Eu gostaria de ter essa conversa contigo em casa, mas eu não te encontro lá, mesmo estando em casa. Você se tranca naquela p0rra de quarto e só sai para ir para cá.
Fernando: Por favor...
Sara: Eu não consigo mais, Fernando. Eu sei que nesse último ano não foi nada fácil, foi doloroso e sufocante, mas era bem aí que teríamos que ficar juntos, nos unir em uma só carne e superar essa dor infernal que nos atinge. Mas, você não quis, você preferiu se afastar de mim mesmo eu insistindo em ficar com você. Eu juro que lutei durante os cinco primeiros meses, mas você praticamente me expulsava de perto de você, Fernando. Foi doloroso, muito doloroso mesmo. Eu tive que me acostumar com a dor de perder o nosso filho, os meus pais e até mesmo você. Você estava tão perto de mim e ao mesmo tempo tão distante. As vezes eu só precisava do meu marido, do teu abraço, do teu cheiro e do teu carinho, não precisava falar nada, eu só queria estar com você, mas eu não conseguia, por que você não deixava eu me aproximar.
Fernando: Me desculpa
Sara: Tudo que construímos até agora vai ser dividido no meio 50% para mim e 50% para você. Está tudo explicado aí no documento. Você pode procurar o teu irmão ou outro advogado para analisar os papéis do divórcio e depois você pode assinar.
Fernando: E o nosso amor?
Sara: Só amor não sustenta um casamento e você sabe muito bem disso. Nosso relacionamento era movido de pilares, mas nesse último ano, até o amor foi embora. Eu sinto muito, Fernando. A casa fica com você, eu vou passar um tempo com a minha irmã.
Sara se levanta, pega sua bolsa e sai pegando o elevador. Fernando ficou na sala, ainda processando tudo que estava acontecendo. Em um segundo ele estava lá, com uma enorme esperança de ter sua amada esposa de volta e agora essas esperanças foram embora. Ele pega os papéis do divórcio e vai para a sala da cunhada novamente. Dessa fez ele não bate, ele já entra de uma vez assustada Molly que estava concentrada.
Fernando: Você sabia, né?
Molly: Sabia o que, Fernando?
Fernando: Que ela ia pedir o divórcio
Molly: Ela já pediu?
Fernando joga os papéis na mesa dela e Molly os pega lendo rapidamente algumas coisas.
Molly: Hoje... quando estávamos almoçando ela falou que iria pedir o divórcio, mas eu não imaginei que seria hoje, eu pensei que ela ainda ia consultar um advogado, por isso que eu mandei você ser rápido.
Fernando: Você concorda com isso?
Molly: Claro que não, Fernando. Você sabe que eu sempre torci por vocês dois desde o início de tudo. Esqueceu que era eu que ficava de vela para vocês? Mas, independente da decisão da minha irmã, eu estou do lado dela
Fernando: Eu estou perdido.
Molly: Ela te devolveu as alianças?
Fernando: Não. Ela ainda está usando.
Molly: Ela também não assinou o divórcio. Sabe o que isso quer dizer?
Fernando: O que?
Molly: Que no fundo ela ainda tenha um pouco de esperança de voltar para você. Sara só vai assinar esses papéis se você assinar, Fernando. No fundo ela quer que você lute por ela.
Fernando: Vou fazer isso. Vou lutar por ela e não vou deixar ela ir embora.
Molly: Faça isso e para de ser um bebê chorão.
Ele pega os papéis e os rasga. Molly sorrir e quando ele sai, mais um vez ela volta a sua atenção para o seu trabalho.
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Atualizado até capítulo 56
Comments
Ivanete Rozati
tomara que ela perdoe eles tem que sentar e conversar
2025-08-05
0
Arilene Vicente
Agora corre atrás e conserta a besteira que fez né Fernando afff
2025-07-02
1