Estou em remissão há quase 5 anos, mais alguns meses e poderei dizer,finalmente, que eu estou completamente livre do câncer!
Foi um período muito difícil,eu me divorciei do Richard,ele tentou tirar a casa de mim, mas graças a Deus e a um juiz,que interpretou que eu fui a mais prejudicada na história, abandonada enquanto estava debilitada por quem prometeu diante de Deus e de todas as pessoas que conhecíamos, cuidar de mim e estar do meu lado em todas as dificuldades.
Mas nada foi fácil,doeu quando ele se casou novamente um ano após o nosso divórcio. Refez a vida e é pai,enquanto eu permaneço sozinha.
Foi uma experiência traumática. Após o meu casamento, fechei o meu coração completamente, não acredito que os homens possam amar uma mulher em todas as circunstâncias. No meu entendimento, a partir de agora, para eles somos apenas objetos para saciar o seu desejo sexual, cuidar da sua casa e do seu próprio bem-estar. Por isso,prefiro ficar sozinha do que me aventurar novamente e não é por falta de pretendentes,muitos chegaram até mim, mas eu recusei todos.
Quando estava casada com Richard ,eu abandonei a minha carreira a pedido dele, cuidava apenas da casa. Ele ganhava muito bem e eu como professora primária, não tinha um salário que fizesse diferença no orçamento doméstico, então, minha vida era estar dedicada ao nosso lar. Quando decidimos tentar engravidar, comecei a fazer exames de rotina e descobrir o meu câncer. Foi um choque para todos nós, eu sou muito jovem,tenho apenas 34 anos e na época da descoberta estava perto de completar 30.
Foi difícil para os meus pais, para a minha família e para o próprio Richard, no início, ele me deu todo o apoio necessário e cuidava de mim, mas conforme o tratamento avançava, e eu ficava mais fraca, sem cabelos, magra e com olheiras, ele começou a se afastar. Mal me olhava, muito mal me tocava,parecia ter nojo de mim, até que aconteceu o que aconteceu... e ele me largou.
Agora retomei a minha vida, assim que me recuperei, aluguei a minha casa e fui morar com meus pais para ter como me sustentar e ter uma fonte de renda extra, trabalhei no que apareceu e fiz muitos cursos: cuidadora de idosos, babá, atendente, secretariado...
Hoje trabalho em uma cafeteria,aqui mesmo no subúrbio de Nova York,em Westchester.
—Sr. Johnson,preciso sair mais cedo hoje, tenho uma consulta de rotina marcada.
—Pode ir,minha filha! Sabe que seu tratamento é prioridade!
—Obrigada!
Pego o meu casaco e saio pelas ruas geladas. É início do outono,mas aqui o frio sempre chega mais cedo.
Vou de ônibus para chegar no meu destino e economizar cada centavo. Tenho sonhos e planos , e para realizá-los, preciso de organização e economia.
Enquanto espero ser atendida,vejo TV .
📺 O prefeito de Nova York, Rudolf Klein, e sua família, se farão presentes na festa de gala em homenagem ao governo da França.
Uma senhora se vira para mim:
—Esse povo tem é dinheiro! Como as pessoas votam em um homem multimilionário para comandar a cidade? Eles não sabem qual é a real necessidade da população!
—É...uns com tantos e outros contando os centavos para viver com o mínimo de dignidade!
......................
—Sabe o quanto odeio esse tipo de evento, Adriely!
—Meu amor,você parece um ogro mal humorado! Nunca quer sair de casa!
—Pare de me chamar de ogro! Eu só não aprecio eventos da alta sociedade.
—Fala de um jeito como se não pertencesse a ela. Você nasceu no berço de uma das famílias mais ricas e influentes do estado de Nova York! - ela se aproxima de mim e ajeita a minha gravata- Agora desfaz esse cara, Nick! Você está muito sexy!
Ela me beija e consegue arrancar um sorriso de mim.
Sou herdeiro de uma das maiores redes de imobiliárias e construção civil do estado. Meu irmão Neill, dirige a parte da construtura e eu a parte de imóveis. É um negócio de gerações dentro da nossa família. Meu pai herdou do meu avô, que herdou do meu bisavô.
Aos 35 anos,eu Nicolas Klein, sou um dos empresários mais respeitados do país,casado com Adriely Limer e pai de um bebê lindo de cinco meses, nosso Noah.
O meu pai ,Rudolfo Klein, deixou a empresa nas mãos dos filhos após se tornar prefeito da cidade.
Adriely e eu nos conhecemos em um desfile de moda em Mônaco, durante uma viagem de férias que fiz com amigos.
Ela era modelo,linda,deslumbrante e disputada à tapas por milionários europeus. Mas ela se apaixonou por mim após a convidar para jantar a bordo do meu iate.
— Não há muita transparência nesse vestido?
—Vai começar com os ciúmes?
— Eu só tenho cuidados com você! Os homens não tiram os olhos!
—Deveria estar orgulhoso da esposa bonita que tem!
Saímos, e antes de descer as escadas,ela volta correndo até o quarto do Noah e beija o nosso filho no berço.
—Vamos ,amor!O motorista está indo!
—Já vou! - ela o acaricia - Eu te amo! Meu pequeno príncipe!
Chegamos na Biblioteca, Municipal aonde ocorre o evento, somos logo parados por jornalistas e fotógrafos,posamos para fotos, damos entrevistas e em seguida seguimos para o interior do prédio. Cumprimentamos alguns dos presentes até chegar aos meus pais, Rudolf e Amelie.
—Mamãe, papai! - os abraço
—Oh querido! Está lindo!
—É suspeita,é a minha mãe!
—Como vai, Adriely?
—Muito bem.
—E nosso neto?
—A cada dia mais esperto!
Meus pais sempre foram contra o meu relacionamento com a Adriely, mas a tratam de forma cordial. A minha mãe disse que ela é uma mulher interesseira, mas acredito que seja apenas preocupação de mãe, até hoje ela nunca me deu motivos para pensar tal coisa.
Pego uma taça de champanhe.
—O Neill não veio com vocês?
—Não, está vindo de Nova Jersey direto pra cá.
—Olha ele ali!
Meu irmão Neill é apenas dois anos novo do que eu,ele é o verdadeiro Playboy americano, embora seja um ótimo empresário, executivo e responsável nos negócios, mas na vida pessoal é um verdadeiro desastre!
—Boa noite ,família!
—Isso são horas?
—Perdão, papai !
—Aposto que estava atrás de mais um rabo de saia... - alfineto
—Posso correr atrás de quantos rabos de saia quiser, sou solteiro!
—Querido, vou conversar com minhas amigas - Adriely beija o meu rosto - Com licença!
Assim que ela sai, meus pais comentam.
— Ela está me parecendo mais centrada e responsável nos últimos tempos. - diz meu pai
—Deve ser a maternidade,querido! Nós mudamos muito quando nós tornamos mães.
—Eu disse à vocês. Esse implicância com a minha esposa sempre foi infundada.
Meus pais se olham e mudam de assunto. Em sequência o jantar é servido, pretendo ir embora logo após a refeição e chamo Adriely.
—Vamos amor?
—Ah não Nick! Tem uma pista de dança no térreo. Vamos ficar!
Retiro a taça de champanhe dela.
—Bebeu um pouco além da conta, vamos embora,querida!
—Há meses minha vida se resume a ficar dentro daquela casa somente sendo esposa e mãe. Você me conheceu assim! Livre,agitada, noturna...por favor?
—Tudo bem, vá dançar com suas amigas. Só não exagera no álcool !
Ela se pendura no meu pescoço e me beija.
—Te amo,Nick!
—Eu também, minha doçura!
Adriely sobe para dançar e eu continuo no andar da recepção formal.
Conforme a hora avança,alguns se despedem,incluindo meus pais e os homenageados da noite. Subo para chamar Adriely e encontro meu irmão e o meu amigo Michael, numa roda animada.
... ...
—Aí está o velho de 35 anos!
Eles debocham de mim.
—Aposto que já vai. - diz Michael
—Amanhã é sexta feira. Eu trabalho, não sei vocês.
—Trabalhamos , mas curtimos a vida também! Você é muito sisudo! - fala meu irmão
—Por isso a Adriely reclama.
—Ela reclama com você sobre mim,Michael?
—N-Não! É...o quê ela as vezes fala quando estamos todos juntos, você sabe!
—Relaxa ,Nick!
—Em falar nisso,aonde ela está? As amigas dela já foram e tenho que ligar para o motorista vir nos buscar.
Corro o meu olhar e a encontro dançando cercada de homens, meu sangue ferve,meu irmão e meu amigo tentam me impedir,em vão. Vou colérico até ela e a puxo pelo braço com força.
—O que está fazendo, Nick?!
—Já chega de espetáculo! Você está bêbada, dançando com desconhecidos...quer me envergonhar?! Sou um homem conhecido!
Saio a arrastando e vou até o meu irmão.
—Me empresta a sua Lamborghini!
—Pra quê isso,Nick! Calma!
—Quero sair logo daqui! Anda!
—Você não vai sair dirigindo assim, você também bebeu!
—E desde quando se importa com isso?
Passo a mão no bolso dele e pego as chaves.
—Michael, dê uma carona ao meu irmão.
Pego o carro, coloco o cinto na Adriely e em mim e partimos.
—É por isso que te chamo de ogro! Olha a vergonha que passamos!
—Vergonha foi o que eu passei! Você é uma mulher casada, se esfregando em um bando de homens que mais pareciam cães cercando uma cadela no cio!
—Você me chamou de cadela?!!!
—Não foi isso o que falei ! Eu fiz uma metáfora, uma comparação da situação!
—Você é ridículo! Maldito o dia em que aceitei sair com você! Eu sou infeliz ao seu lado, você quer me moldar ,mas eu sou essa ! Eu sou essa aqui! Eu te odeio! Odeio! Nicolas Klein!
Ela se solta do cinto e começa a me bater.
—Para,Adriely! Eu vou perder o controle!
—Eu odeio você! Eu odeio você!
Ela tampa os meus olhos, e quando consigo ver a pista novamente, já estava em cima do caminhão e não deu para desviar...
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Atualizado até capítulo 62
Comments
Suzy Bolos
pra começo de conversa, eu acho que ela tem um caso com o amigo Maicon, sei lá tive essa impressão, ela é uma cadela no cio com certeza, só o Nick que não vê,e mais que louca o cara dirigindo e ainda tampa os olhos dele,pior que ele vai se culpar,isso é pior e ele não teve culpa de nada ,ela foi a única culpada,que bom que morreu
2025-02-16
62
Deuselene Maria
nossa ela passou dos limites também acho que ela tem alguma coisa com o amigo Michael
2025-02-24
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Mônica Santos
ela procurou o próprio fim
e ainda disse tudo que sentia sem dó nem piedade
2025-03-18
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