PARA SEMPRE AURORA

PARA SEMPRE AURORA

Capítulo 1: amizade

Em folhas brancas, a tinta flui,

Desenhando laços que o tempo constrói.

Amizade sincera, um amor profundo,

Mas a tristeza, às vezes, invade o mundo.

Cores vibrantes, risos e abraços,

Memórias gravadas em suaves traços.

Porém, a sombra do que já se foi,

Pinta de cinza o que antes era só.

Nos dias claros, a luz brilha intensa,

Mas a saudade traz uma nova crença.

Que mesmo em dor, a amizade é arte,

Uma tela viva, que nunca se parte.

E assim seguimos, com tinta na mão,

Escrevendo histórias, buscando a razão.

Amor e amizade, em versos entrelaçados,

Um quadro de vida, com tons entrelaçados.

...O Despertar da Arte...

...----...

...A luz suave da manhã filtrava-se pelas cortinas do quarto de Aurora, iluminando o espaço com um brilho acolhedor. A jovem artista despertou lentamente, sentindo o calor dos raios de sol em seu rosto. Ela se espreguiçou, tentando espantar a sensação de cansaço que parecia se arrastar com ela desde que acordara. O dia prometia ser lindo, mas havia algo dentro dela que a deixava inquieta, como uma sombra sutil que pairava sobre seu coração....

..."Bom dia, querida!", chamou sua mãe, entrando no quarto com um sorriso radiante. "Está na hora de levantar. O café da manhã está quase pronto!"...

...Aurora sorriu de volta, tentando esconder a leve sensação de desconforto que a acompanhava. "Já vou, mãe. Só preciso de um momento."...

..."Claro, sem pressa. Mas não se esqueça de que hoje é dia de aula de artes! Estou ansiosa para ver o que você vai criar", sua mãe disse, enquanto saía do quarto, deixando a porta entreaberta....

...Aurora se levantou da cama e caminhou até o espelho. Olhando para seu reflexo, notou as olheiras que se formavam sob seus olhos. "Acho que não dormi o suficiente", murmurou para si mesma. Ela se vestiu rapidamente, escolhendo uma blusa solta e confortável, e prendeu os cabelos em um coque despojado....

...Ao descer as escadas, o aroma do café fresco e das torradas quentes envolveu-a, e sua barriga roncou em resposta. "Você fez panquecas?" perguntou Aurora, ao entrar na cozinha....

..."Sim! Fiz algumas com frutas. Espero que goste", respondeu sua mãe, colocando uma pilha de panquecas no prato. "Você sabe que precisa se alimentar bem, especialmente antes da escola."...

...Aurora assentiu, pegando um pedaço de panqueca e colocando-o na boca. O sabor doce e frutado fez seu estômago roncar contente, mas a sensação estranha de mal-estar ainda persistia. "Estou só um pouco cansada, mas acho que vai passar", disse ela, tentando tranquilizar sua mãe....

..."Se precisar de algo, é só me avisar. Você sabe que estou aqui para te ajudar", a mãe disse, com olhos cheios de amor e preocupação....

...Aurora sorriu, sabendo que sua mãe sempre se importava com seu bem-estar. "Obrigada, mãe. Vou ficar bem."...

...Após terminar o café da manhã, Aurora pegou sua mochila e se despediu da mãe com um abraço apertado. “Até mais tarde! Vou me apressar para não me atrasar.”...

...Ao sair de casa, a brisa fresca da manhã a cumprimentou, e Aurora respirou fundo, tentando dissipar a leve sensação de mal-estar. A caminhada até a escola era curta, mas ela aproveitava sempre para observar o que a cercava: as árvores balançando suavemente ao vento, o canto dos pássaros e o perfume das flores que começavam a brotar....

...Ao chegar à escola, Aurora encontrou suas amigas de longa data, Clara e Sofia, na entrada. Ambas estavam animadas, e o clima de entusiasmo era contagiante....

...“Oi, Aurora! Você não vai acreditar no que aconteceu!” gritou Clara, com os olhos brilhando de excitação....

...“Oi, meninas! O que foi?” Aurora perguntou, tentando esconder a leve indisposição....

...Sofia, que sempre foi mais tímida, completou: “O Lucas, da nossa turma, finalmente começou a olhar para mim! Acho que ele até notou que eu existo!”...

...Clara riu, balançando a cabeça. “Você está sonhando, Sofia. Ele só presta atenção em você quando ele precisa de ajuda nas provas. Mas precisamos arranjar um jeito de fazer ele perceber como você é incrível!”...

...“Talvez eu devesse fazer algo especial para chamar a atenção dele”, disse Sofia, com um sorriso sonhador no rosto. “Uma pintura, quem sabe?”...

...Aurora ouviu as amigas falarem entusiasmo, mas uma parte dela ainda estava distante, mergulhada em seus próprios pensamentos e na sensação estranha que a acompanhava. Ela se esforçava para se juntar à conversa, mas a leve inquietação em seu peito não a deixava totalmente presente....

...“Vamos, Aurora! O que você acha disso? Você pode nos ajudar a pensar em algo”, Clara disse, puxando-a para o centro da conversa....

...“Claro! Eu adoraria ajudar”, respondeu Aurora, tentando absorver a energia positiva ao seu redor. “Mas, por agora, vamos nos concentrar nas aulas. Depois podemos pensar em algo legal para o Lucas.”...

...À medida que as três amigas caminhavam para a sala de aula, Aurora sentia-se grata por ter Clara e Sofia ao seu lado. A amizade delas era um refúgio, um espaço onde ela podia ser ela mesma, mesmo quando o mundo parecia um pouco mais pesado. E, enquanto a escola pulsava ao seu redor, Aurora sabia que, apesar da leve sensação de mal-estar, a arte e a amizade seriam suas companheiras em mais um dia de aprendizado e descobertas....

...------...

...As aulas do dia se arrastaram lentamente para Aurora, cada minuto parecia uma eternidade. Embora estivesse fisicamente presente, sua mente vagava distante, imersa em pensamentos e sonhos artísticos. A leve sensação de mal-estar que a acompanhava era persistente, como uma nuvem cinza pairando sobre sua cabeça, dificultando seu foco nas explicações dos professores. Durante as aulas de matemática e ciências, ela se via distraída, sonhando acordada com as cores vibrantes que queria misturar na sala de artes. A ideia de finalmente se libertar das obrigações escolares a motivava, e a expectativa de criar algo novo deixava seu coração acelerado....

...Quando o sinal soou, anunciando o fim do dia letivo, Aurora sentiu um alívio profundo. Com um movimento ágil, ela pegou sua mochila e se despediu de Clara e Sofia, que ainda estavam imersas em conversas animadas sobre a próxima festa da escola. “Nos vemos mais tarde!” gritou Aurora, ansiosa para se dirigir à sala de artes....

...Ao cruzar o corredor até a sala de arte, Aurora foi envolvida por um aroma familiar de tinta e papel. Ao abrir a porta, um calor acolhedor a cumprimentou. O espaço estava silencioso e vazio, exceto por algumas mesas cobertas de materiais criativos e telas em branco que aguardavam ansiosamente para serem preenchidas. Aurora se dirigiu rapidamente à sua estação favorita, onde a luz suave do entardecer entrava pela janela, iluminando seu canto de criação. Ela respirou fundo, permitindo-se ser envolvida pela inspiração que começava a fluir....

...Conforme as horas avançavam, Aurora se deixou levar completamente pelo processo criativo. As cores se misturavam de forma harmoniosa em sua paleta, e cada pincelada parecia contar uma história única. Ela estava tão envolvida que perdeu a noção do tempo; quando finalmente olhou para o relógio, percebeu que a noite já havia caído e a sala estava agora iluminada apenas pela luz suave das lâmpadas. A tranquilidade do ambiente a envolvia como um abraço acolhedor....

...Foi então que a porta se abriu lentamente, e Aurora virou-se, surpresa ao ver Liam entrar pela primeira vez. Com um caderno sob o braço e um olhar curioso, ele parecia um pouco hesitante, mas também intrigado. “Oi”, disse ele, sua voz tímida quebrando o silêncio da sala. “Posso entrar?”...

...“Claro! Sinta-se à vontade”, respondeu Aurora, sentindo uma onda de entusiasmo e curiosidade. A presença dele trouxe uma nova energia ao espaço já repleto de criatividade....

...“Eu vi você pintando na aula de artes antes e pensei que gostaria de ver o que você estava criando”, Liam comentou, aproximando-se da mesa onde Aurora trabalhava. Ele olhou para a tela, onde flores coloridas começavam a ganhar vida. “Uau, isso é incrível! Você realmente tem um talento excepcional.”...

...“Obrigada! Eu amo pintar”, disse Aurora, com um sorriso radiante. “Estou tentando capturar a essência da primavera. E você? O que faz aqui à noite?”...

...“Eu estava trabalhando em algumas anotações, mas a sala de arte parecia mais inspiradora do que a biblioteca”, Liam respondeu, abrindo seu caderno. “Estava pensando em começar a escrever algumas poesias. A arte sempre me inspirou a expressar meus sentimentos.”...

...Aurora sentiu uma conexão imediata com ele, como se suas almas artísticas estivessem em sintonia. A conversa fluiu naturalmente, e eles compartilharam suas paixões, seus sonhos e esperanças. O tempo passou rapidamente, e logo perceberam que a noite já estava bem avançada. A conexão entre eles se tornava mais forte a cada palavra, como se estivessem formando uma bela obra de arte juntos....

...Quando finalmente se despediram, Aurora deixou a sala de artes com um sorriso iluminando seu rosto. Seu coração pulsava mais rápido, e a alegria de ter conhecido Liam a envolvia em um calor reconfortante. Ela mal podia esperar para vê-lo novamente e explorar mais essa amizade que estava começando a florescer....

...Ao chegar em casa, no entanto, o ambiente estava tranquilo, mas a sensação de cansaço a atingiu com força. A energia que havia investido na pintura e na conversa com Liam parecia ter se esgotado de repente. Com dificuldade, Aurora se arrastou até a cozinha, decidida a preparar algo para o jantar. Contudo, ao olhar para o prato, uma onda de náusea a atingiu, fazendo seu estômago se contorcer. A comida, que deveria ser reconfortante, parecia insípida e difícil de engolir....

...“Talvez eu só precise de um pouco de água”, pensou, enquanto se apoiava na pia, tentando recuperar a compostura. Mas antes que pudesse se reerguer, a visão começou a escurecer, e uma sensação de desmaio a envolveu como um cobertor pesado....

...Aurora desabou no chão da cozinha, e a última coisa que conseguiu ver foi a luz suave da lâmpada antes de tudo se apagar....

...Quando sua mãe a encontrou, o pânico tomou conta de seu rosto. Com rapidez, ela chamou por ajuda, seu coração acelerado e a mente repleta de preocupações. Em segundos, Aurora estava sendo levada para o carro, com sua mãe ao seu lado, a expressão de aflição estampada em seu rosto. “Calma, querida. Vamos ao médico, estou aqui com você. Tudo ficará bem”, sua mãe dizia, tentando transmitir conforto em meio à angústia....

...Enquanto a noite avançava e o carro seguia a caminho da clínica, aurora estava inconsciente, mas no seu interior, algo começava a despertar. A arte, a amizade e a beleza da vida estavam profundamente entrelaçadas na sua essência, e ela ainda não sabia que essa jornada a levaria a descobrir não apenas a força da arte, mas também a luta que teria que enfrentar em nome da vida....

...---...

...Aurora despertou em um quarto de hospital, a luz branca e intensa das lâmpadas refletindo-se em seus olhos. A sensação de confusão a envolveu por alguns instantes, enquanto tentava entender onde estava. O cheiro de desinfetante e o som de monitores pulsando ao fundo eram estranhos e desconcertantes. Quando finalmente se virou para ver sua mãe sentada ao lado da cama, um alívio a invadiu. Mas o olhar de sua mãe, repleto de preocupação e tristeza, fez seu coração disparar....

...“Mãe, o que aconteceu? Por que estou aqui?” Aurora perguntou, sua voz fraca e hesitante....

...A mãe respirou fundo, tentando manter a calma. “Você desmaiou, querida. Fomos ao hospital, e os médicos fizeram alguns exames. Eles descobriram que você está com uma doença chamada leucemia. É um tipo de câncer no sangue.”...

...As palavras a atingiram como um soco no estômago. Aurora se sentiu paralisada, a realidade da situação ainda não se firmando completamente em sua mente. “Mas... o que isso significa? Eu vou ficar bem, não vou?”...

...O olhar da mãe se tornou ainda mais triste. “Aurora, o médico disse que é um caso avançado. Infelizmente, não há cura. Eles estimam que você tenha cerca de três meses de vida. Precisamos nos preparar para isso.”...

...As lágrimas brotaram nos olhos de Aurora, e ela lutou para não desmoronar. “Três meses? Não! Isso não pode ser verdade!” A raiva e a incredulidade se misturaram a uma profunda tristeza. “Eu não quero isso! Eu ainda tenho tanto a fazer!”...

...“Eu sei, querida. Mas precisamos focar em cuidar de você agora. Eles vão iniciar um tratamento paliativo para que você se sinta mais confortável. Você precisa descansar e se cuidar”, sua mãe disse, com a voz embargada. “Estou aqui com você, sempre.”...

...Nos dias que se seguiram, Aurora passou a maior parte do tempo no hospital, recebendo cuidados médicos e tentando assimilar a notícia devastadora. O quarto era um espaço estranho, mas ela se esforçava para se manter criativa. Usava cadernos para rabiscar e esboçar, tentando canalizar sua dor e frustração em algo construtivo....

...Um dia, enquanto estava imersa em seus pensamentos, Clara e Sofia apareceram no quarto, trazendo consigo um sopro de alegria e familiaridade. Elas entraram com sorrisos tímidos, mas os olhos cheios de lágrimas....

...“Aurora! Nós viemos te ver!” Clara exclamou, correndo para o lado da cama. Sofia a seguiu, segurando um buquê de flores que cheiravam como um campo florido....

...“Oi, meninas”, Aurora disse, tentando sorrir, mas o esforço era visível. “Obrigada por virem.”...

...As amigas se sentaram ao seu lado, e por alguns momentos, o silêncio se instalou. Era um silêncio pesado, mas ao mesmo tempo reconfortante, como se a presença delas pudesse dissipar um pouco da dor que Aurora sentia....

...“Como você está se sentindo?” Sofia perguntou, sua voz suave e cheia de preocupação....

...“Eu não sei”, respondeu Aurora, a voz trêmula. “É tudo tão... surreal. Eu não consigo acreditar que isso está acontecendo comigo.”...

...“É injusto”, Clara disse, com a voz embargada. “Você deveria estar lá fora, pintando e vivendo sua vida, não aqui. Mas nós estamos aqui para você, sempre.”...

...Aurora olhou para as amigas, sentindo um calor no coração. “Eu sei. Isso significa muito para mim. Eu só... eu só queria ter mais tempo. Existem tantas coisas que ainda quero fazer.”...

...“E você vai fazer!”, Sofia disse, com determinação. “Nós vamos fazer isso juntas. Vamos planejar cada dia, cada momento. E não importa o que aconteça, nós estaremos ao seu lado.”...

...Aurora sentiu uma onda de gratidão por ter amigas tão incríveis. Elas eram seu refúgio em meio ao caos. “Obrigada, meninas. Vocês são tudo para mim.”...

...“Vamos fazer uma lista de coisas que você ainda quer fazer”, Clara sugeriu, animada. “Vamos planejar um projeto de arte, algo que você pode terminar, e depois podemos expor suas pinturas!”...

...O coração de Aurora se aquecia com a ideia. “Isso seria incrível! Eu quero que todos vejam o que eu faço, antes que seja tarde demais.”...

...As três amigas passaram a tarde juntas, conversando, rindo e sonhando. Aurora podia sentir um fio de esperança se entrelaçando em seu coração, mesmo em meio à tristeza. Apesar da escuridão que a cercava, o amor e a amizade que compartilhavam eram uma luz que iluminava seu caminho....

...Conforme a tarde avançava, Aurora começou a entender que, mesmo em face da dor e da incerteza, havia beleza em cada momento vivido. E, com suas amigas ao seu lado, ela se sentia mais forte, mais determinada a enfrentar o que estava por vir. A arte, a amizade e a vida eram entrelaçadas de maneiras que ela nunca poderia ter imaginado. E, com isso, Aurora decidiu que faria do resto de seus dias uma obra-prima, uma celebração da beleza efêmera da vida....

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