Dentre os Noves Agora Tem... Eu
Eu não sabia como era o sabor de uma vida tranquila. Depois da prisão dos meus pais por tráfico de drogas, minha rotina havia se transformado em uma sequência de altos e baixos que ainda tentava entender. meus pais sempre foram distantes. Eles estavam tão imersos nos próprios problemas que raramente estavam presentes na vida da pequena Lara . Mas a prisão deles, no fundo, foi a gota d'água que me fez sair de um lugar onde, até então, me sentia invisível. Foi aí que entrou a Tia Janny, era a melhor amiga da mamãe e minha madrinha, mas só nos vimos poucas vezes ja que ela e minha mãe brigaram e ela se mudou para longe ..Quando recebi a notícia de que iria morar com a tia, senti uma mistura de alívio e confusão. Alívio porque sabia que a tia Jenny , embora um pouco exausta, me trataria com uma certa dose de carinho. Confusão porque a tia Jenny não tinha apenas um ou dois filhos, mas nove. Nove meninos. Todos morando sob o mesmo teto. Alguns deles eram praticamente adultos e pareciam estar em um mundo muito diferente do meu (tipo outro patamar). Outros, como Billy, o mais novo, eram pequenos o suficiente para ainda aprenderem a andar, engatinhando pelo chão com uma empolgação em conhecer cada cantinho.
eu era distante da Jenny , mas me lembro dela sonhar uma filha, tentou nove vezes e bom... seu sonho teve que ser adiado para dar espaço a um batalhão de meninos. Agora, comigo em casa, estava pronta para, de certa forma, realizar o sonho que havia guardado por tanto tempo, por isso estava agitada como nunca.
-Lara, você vai se acostumar. Aqui é meio bagunçado, mas é divertido. Vamos lá, acorde logo, que o dia está começando_ disse Tia Jenny enquanto entrava no quarto da sobrinha, sempre com seu sorriso caloroso e acolhedor, mesmo que seus olhos, por vezes, parecessem pedir uma pausa. olhei para o teto e suspirei.
-Eu não tenho certeza de que vou me acostumar com a bagunça, Tia Jenny ._
Os meninos eram uma verdadeira orquestra de sons pela manhã. O Luke, sempre foi o mais calmo e organizado da casa, o que, de certa forma, me sentir que ele era meu ponto de equilíbrio, mas também minha maior fonte de frustração. Luke, com 16 anos, tinha um sorriso fácil, mas uma personalidade que parecia estar sempre em um estado de paciência forçada, como se soubesse o quanto me sentia deslocada. Ele tentava, sem sucesso, ser meu amigo, mas ainda não sei o que pensar sobre ele.
-Lara, você vai comigo para a escola hoje?_ Luke apareceu na porta, com a mochila já nas costas, com aquela expressão de quem sabia que, se eu fosse, não teria escolha a não ser socializar. Ele me olhou com um sorriso simples. _Vai ser divertido, eu prometo.
Dei um suspiro e me levantei, olhando os trigêmeos na sala ao lado. Arthur, Atlas e Ariel estavam sempre em alguma briga. Um minuto estavam construindo uma torre com os blocos de brinquedo, e no seguinte estavam derrubando tudo e discutindo sobre quem ganhou a última partida de videogame.
-Bom dia, Lara! Ouvi dizer que você também vai para a escola com o Luke. Eu só não entendo por que você não vai de ônibus como os gêmeos_ disse Ariel, o que mais falava, dando uma piscadela e fazendo uma cara de quem já sabia que estava criando uma tensão em mim.
-Porque eu não sou criança_ respondi secamente, dando uma olhada de canto para Atlas, que fazia cara feia ao tentar desviar a bola que Gregory jogava para ele o pequeno estava brincando com uma bola de futebol, batendo nela de um lado para o outro da sala. Billy, o pequeno, estava agachado no chão tentando pegar meus sapatos e colocando-os na boca, com um sorriso satisfeito no rosto, me abaixou e reconquistei meus sapatos, e o pequeno agora chorava me encarando com os olhos de bulitas, inconformado com a situação. Tia Jenny apareceu novamente, parecia sempre estar sempre com pressa ajuntando coisas pela casa, tomou o pequeno em seu colo e disse em bom tom.
-Ok, meninos, vamos lá, todo mundo para o carro e os pequenos vão no ônibus. E por favor, nada de bagunça até que cheguem em casa!
Era engraçado pensar que o maior desafio não era conviver com meus novos irmãos, mas sim tentar entender como aquela casa funcionava sem cair na tentação de fugir para algum lugar silencioso e distante.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 23
Comments
juan carlos vasquez paredes
Incrível começo!
2024-11-23
0