A noite estava fria e silenciosa quando Giovanna pedalou de volta para casa. Sua mente estava cheia de pensamentos e emoções conflitantes. A mulher misteriosa que ela havia conhecido mais cedo, Lia, ainda estava em sua cabeça. As palavras de Lia pareciam carregar um peso que ela ainda não conseguia compreender, mas algo dentro dela dizia que o encontro tinha um propósito maior.
Ao chegar em casa, Giovanna viu a luz da sala acesa. Ela sabia que a tia estava preocupada, mas o cansaço emocional a impedia de se preocupar com mais nada além de tentar entender o que estava acontecendo em sua vida. Quando entrou, sua tia estava sentada no sofá, com os braços cruzados e uma expressão que misturava preocupação e frustração.
— Onde você esteve, Giovanna? — A voz da tia soou mais grave do que o normal.
Giovanna olhou para ela, tentando esconder o desconforto. Estava exausta, mas não queria mais ter conversas difíceis.
— Desculpa, tia. Eu só… precisei de um tempo sozinha, para pensar. — Ela falou de forma evasiva, sem explicar o que realmente a motivava.
A tia, ainda de braços cruzados, olhou para o celular de Giovanna e notou que estava desligado. Ela levantou a sobrancelha, e um silêncio tenso se instalou entre elas. O celular de Giovanna estava cheio de chamadas perdidas, mais de cinquenta, a maioria delas da tia. Mensagens preocupadas a aguardavam.
— Eu liguei tantas vezes, Giovanna… — a tia falou, com a voz falhando, claramente abalada. — Eu me preocupei, você não pode fazer isso, não sem avisar. Sabe que fico nervosa quando você some assim.
Giovanna respirou fundo, tentando controlar as emoções. Ela não queria brigar com a tia, mas estava com a mente sobrecarregada. Não sabia como explicar tudo o que havia acontecido naquela tarde.
— Eu sei, tia. Desculpa. Eu só… precisava de um tempo, de um pouco de espaço. Não queria te preocupar, de verdade.
A tia a observou em silêncio por um momento, seu olhar ainda carregado de preocupação.
— Eu sei que você está passando por um momento difícil, Giovanna. Eu entendo, mas isso não justifica você desaparecer sem dar notícias. Eu me preocupo com você. — Ela disse, a voz mais suave, mas ainda firme.
Giovanna sentiu um nó na garganta, culpada por ter causado tanta preocupação. Ela sabia que não devia ter desligado o celular porque ela disse para tia que ligava
— Eu sei, tia. Desculpa — respondeu, tentando não mostrar o quanto aquelas palavras a afetavam.
A tia suspirou e, para aliviar o clima tenso, tentou suavizar a situação.
— Está tudo bem. Agora vai lá, esquentar a comida. Você deve estar morrendo de fome.
Giovanna assentiu e foi até a cozinha. Colocou o prato de comida no micro-ondas, ainda perdida em seus próprios pensamentos. O tempo parecia ter desacelerado, mas ela não conseguia se livrar da sensação de que algo grande estava prestes a acontecer.
Depois de esquentar a comida, Giovanna se serviu e foi para o quarto. A tia, depois de dar uma olhada rápida nela, foi para o seu quarto também. Giovanna se deitou, olhando para o teto, mas não conseguia descansar. A noite estava tranquila, mas sua mente estava agitada, cheia de perguntas sem respostas. Ela sabia que sua vida estava em um ponto de virada, mas ainda não sabia o que o futuro lhe reservava. E, enquanto fechava os olhos, sabia que não seria fácil, mas estava disposta a enfrentar o que viesse.
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Atualizado até capítulo 22
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