Capítulo 2

Meu corpo tremeu violentamente. Levei alguns segundos para assimilar o que eu tinha feito.

Soltei um suspiro profundo. O objeto deslizou pelas minhas mãos, inclinei-me um pouco na frente do velho; ele estava morto.

Eu iria para a cadeia pelo resto da minha vida só por me defender, quem iria acreditar em mim? Fugir era a única opção que eu tinha naquele momento.

Eu tinha que criar coragem e escapar, ninguém me viu entrar no bar, portanto, ninguém sabe que eu estou aqui.

Tranquei a porta do vestiário. Entrei no banheiro e lavei as mãos, quando estavam limpas, peguei um saco plástico e recolhi o objeto com o qual matei o velho.

Para dizer a verdade, eu não me sentia culpada, não havia nenhum remorso dentro de mim. Eu não me sentia uma merda, acho que o que eu fiz foi certo.

Aquele velho maldito mereceu por abusar de tantas garotas. Depois de alguns segundos, peguei um dos uniformes das garotas e saí do vestiário.

Fora do bar, caminhei como se nada tivesse acontecido. Ao chegar a uma ponte, onde havia água corrente lá embaixo, joguei a sacola com o objeto. Continuei caminhando até voltar para casa.

Cansada de tanto caminhar, me joguei em cima da poltrona. Joguei a peruca que eu estava usando para o lado, fechei os olhos; jogando minha cabeça para trás.

Na manhã seguinte, levantei da cama, como todas as manhãs, fui ao banheiro e tomei um banho.

Ao sair, peguei o celular em cima da mesinha de cabeceira, tinha milhares de mensagens das minhas amigas. Algumas me contavam o que tinha acontecido com o velho, e outras me contavam o quanto estavam felizes com a sua morte.

Entrei no meu e-mail, olhando a confirmação da minha participação no programa de televisão. Um sorriso apareceu entre meus lábios, era a oportunidade perfeita para escapar por alguns dias.

O álibi perfeito para que não me culpem pelo assassinato do velho nojento. Larguei o celular novamente, me vesti e maquiei um pouco o meu rosto.

Quando estava pronta, saí do meu quarto. Sentada tomando sol, estava minha irmã Cecília, ela está doente há alguns meses, e seu remédio é muito caro. É um dos motivos pelos quais quero entrar no programa.

Além de você poder ganhar o prêmio, eles também te pagam uma quantia por estar lá. Então pedi que todo o dinheiro acumulado fosse para a conta da minha irmã, com esse dinheiro ela poderá comprar tudo o que precisa enquanto eu estiver confinada.

Olá, linda. Cumprimentei-a, envolvendo minhas mãos em seu pescoço e dando um beijo em sua bochecha.

_Já é tarde, por que você ainda não acordou? Você chegou cedo do trabalho.

Soltei minhas mãos do pescoço da minha irmã. Aparentemente ela estava cuidando de mim esse tempo todo. Levantei uma das minhas sobrancelhas, não esperava ser tão controlada pelo meu próprio sangue.

Eu me sacrificava por ela; e Cecília parecia se importar apenas que eu chegasse tarde do trabalho e que eu acordasse cedo para fazer o café da manhã dela.

Vou preparar o café da manhã. Comentei sem ver nenhuma expressão diferente na minha irmã.

Fui para a cozinha, preparei algo rápido, o celular ao lado não parava de tocar, nervosa por ser descoberta, dei uma olhada rápida na tela. Era uma mensagem de Diana, uma garota que também trabalhava no clube e com quem fiz amizade.

..."Parabéns, fui escolhida para entrar em um famoso e misterioso programa de televisão"...

Deslizei meu dedo pela tela do celular. Era o mesmo programa em que eu também estarei. Era estranho que nós duas tivéssemos sido aceitas. Mas, mesmo assim, fico feliz por não estar sozinha.

****************...

...Narrado por Cecília...

Observei minha irmã na cozinha por um longo tempo. Eu a via olhando para a tela do celular a cada momento, odiava vê-la tão tranquila depois de ter assassinado um homem na noite anterior.

Ela fez isso de novo e não sente nenhum remorso, a assassina que ela carrega por dentro não teme a Deus. Ela é uma mulher cruel e impiedosa.

Levantei-me do sofá e fui para o quarto dela. Seu laptop estava ligado, aproximei-me da sua mesa e abri a aba que ela estava visualizando.

O e-mail confirmava sua participação no programa de televisão. Rapidamente, me dei ao trabalho de memorizar tudo o que estava escrito. Saí do quarto dela e fui para a sala.

Esperei que o café da manhã estivesse pronto, para poder tomar café. Brinquei um pouco com meu celular, até que estivesse pronto.

_Ceci, o café da manhã está pronto!

Fingi me levantar com dificuldade e caminhar até a mesa. Aos olhos da assassina, estou muito doente, ela acha que vou morrer em breve, mas é uma estratégia minha para me vingar dela e fazê-la pagar pelo que ela fez anos atrás.

Todas as manhãs eu acordava bem cedo, me maquiava para parecer doente. Fiz aulas de maquiagem profissional sem o conhecimento de Lilit.

Ela continua acreditando que estou morrendo. Que continue pensando assim, ela terá uma grande surpresa quando chegar a hora.

_Espero que você goste. Foi algo rápido. Saio mais tarde.

Lili coloca o prato de comida na minha frente. Um par de ovos, presunto e um chá, era o café da manhã daquela manhã.

Perdi a fome. Vou pedir algo para comer pelo aplicativo. Disse irritada.

Eu não ia comer algo tão simples como aquele café da manhã.

Não tive tempo de preparar algo mais gostoso, o dinheiro não deu. Mais tarde vou procurar um novo emprego e trago algo para preparar o jantar. Ela se desculpou.

_Sou um fardo para você... Desde que papai e mamãe morreram, me tornei um incômodo.

_Não é isso, Cecília. É só que a atitude que você tem é muito desesperadora. Eu gostaria que você fosse um pouco mais positiva e me ajudasse a seguir em frente.

_Deveríamos consultar outros médicos e ouvir outras opiniões, se houver alguma possibilidade de você se recuperar o mais rápido possível.

Passei a língua pelos lábios, meus punhos cerrados discretamente por baixo da mesa.

_Você acha que estou te enganando. Que carente eu sou para fingir uma doença?

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