A primeira missão

No coração da vila, Jade tenta manter a marca da Rosa de Fogo em segredo. A cada dia, ela sente a conexão com o poder crescer, e aos poucos, descobre que é capaz de invocar pequenas chamas na palma da mão, controlando o fogo como se fosse uma extensão de seu próprio ser. Mas ela teme que seu dom chame a atenção indesejada de pessoas poderosas – perigosas.

Uma manhã, enquanto praticava seus novos poderes nas profundezas da floresta, Jade é avistada por patrulhas do castelo que estavam em missão de reconhecimento. Ao ver o brilho do fogo emanando de sua mão, os guardas suspeitam que ela esteja usando magia proibida ou conspirando contra o reino, possivelmente a serviço de algum grupo rebelde.

— Quem é você? — questiona um dos soldados, ao cercá-la. — Apenas alguém envolvido com forças obscuras se arriscaria a praticar magia nas terras de Zyren.

Assustada, Jade tenta explicar que não está envolvida em nenhuma conspiração, mas os guardas não a ouvem. Eles a capturam e a conduzem ao castelo, onde ela seria interrogada pelas autoridades. Ao cruzar os imponentes portões da fortaleza, Jade sente um frio no estômago e uma mistura de medo e fascínio. O castelo, com suas torres majestosas e corredores de pedra, é grandioso e intimidador – um lugar que ela nunca imaginou que conheceria.

Ao ser levada para a sala de audiência, Jade é escoltada até o trono, onde está Kael, o príncipe herdeiro. Ao vê-lo, ela reconhece imediatamente o rapaz que salvou na floresta, mas ele parece não dar qualquer sinal de reconhecimento. Kael se mantém firme, ocultando qualquer emoção, mantendo o olhar distante e frio – um esforço para controlar a dor da maldição enquanto interage com ela.

Kael estuda Jade cuidadosamente, observando a jovem que ele suspeita ser a portadora da Rosa de Fogo. Embora ele sinta uma forte curiosidade e algo próximo de empatia por ela, não pode demonstrar tais sentimentos, pois a dor no peito o consome toda vez que tenta ceder à sua vulnerabilidade.

— Jade, certo? — Kael pergunta, sua voz fria como o gelo. — Você foi encontrada com um poder estranho, algo que poucos ousariam sequer tocar. Explique-se.

— Eu... encontrei a rosa por acaso — responde Jade, tentando manter a calma. — Ela me escolheu, e eu não entendo o motivo. Só sei que a marca apareceu na minha mão, e desde então sinto essa ligação.

Kael a observa em silêncio, intrigado com a sinceridade nos olhos de Jade. Ele sabia que a Rosa de Fogo tinha o poder de escolher sua portadora, mas mesmo assim, parte dele quer testá-la. Ele precisa ter certeza de que ela é digna de confiança e forte o suficiente para controlar esse poder sem ser consumida por ele.

— Há quem diga que você é uma espiã ou uma traidora — Kael continua, desafiando-a com o olhar. — E que essa magia é perigosa para o reino. Eu preciso ter certeza de que você é leal a Zyren, e que pode controlar a Rosa de Fogo.

Determinando-se a testá-la, Kael decide que Jade precisa cumprir uma missão perigosa para provar sua lealdade. Ele a instrui a viajar até a antiga fortaleza de Valdora, localizada nas montanhas ao norte. Valdora foi abandonada há décadas, mas rumores indicam que um grupo de rebeldes pode estar se escondendo lá, preparando-se para atacar Zyren.

— Quero que vá até Valdora e descubra se esses rumores são verdadeiros — Kael ordena. — E se você realmente possui a força da Rosa, use-a para proteger a si mesma e a este reino.

Jade sente a seriedade no tom dele e percebe que esta missão será uma verdadeira prova. Ela sabe que falhar pode significar sua ruína, mas também sente que essa é uma oportunidade de provar seu valor – tanto para o reino quanto para si mesma.

Antes de partir, ela ousa fazer uma última pergunta a Kael, sentindo que há algo mais por trás do frio que ele aparenta.

— E você, Kael? — ela pergunta, hesitante. — O que o faz ser tão rígido? Por que precisa se esconder atrás dessa frieza?

Por um instante, Kael parece surpreso, mas sua expressão endurece rapidamente. Ele sente a dor no peito intensificar-se ao ouvir o tom gentil de Jade. Incapaz de responder e evitar o sofrimento que a maldição lhe causa, ele apenas vira o rosto, encerrando a conversa.

— Vá, Jade. Mostre que não sou tolo por confiar em você, nem por lhe dar essa missão. Zyren não pode correr riscos.

Ao deixar o castelo, Jade sente um misto de insegurança e determinação. A missão que lhe foi confiada é perigosa, mas o desafio a inspira. Ela sente que está se aproximando de algo importante – de um papel que vai muito além de suas expectativas como simples camponesa. Além disso, o mistério de Kael agora a intriga profundamente. Por que ele parece tão contido? Qual segredo o príncipe carrega?

A viagem até Valdora é longa e repleta de obstáculos. Jade enfrenta florestas densas, rios furiosos e penhascos traiçoeiros enquanto avança em direção às montanhas. Durante essa jornada, ela aproveita para treinar seu poder, tentando dominar o calor da Rosa de Fogo.

Jade descobre que quanto mais pratica, mais o fogo responde aos seus comandos, tornando-se quase uma extensão de sua própria vontade. Mas ela também percebe que o poder é perigoso, e que o uso descontrolado poderia causar destruição e dor, tanto a ela quanto aos que estiverem por perto.

Ao chegar a Valdora, Jade encontra a fortaleza envolta em um silêncio estranho e sombrio. As ruínas antigas e as pedras cobertas de musgo exalam uma aura de mistério e ameaça. Ela explora os corredores desmoronados, ciente de que a qualquer momento pode ser emboscada.

Depois de algum tempo, ela ouve vozes abafadas e percebe que um grupo de homens realmente está reunido ali, discutindo planos para atacar o castelo de Zyren. Escondida nas sombras, Jade usa sua habilidade para criar uma pequena chama, iluminando a área ao redor sem chamar atenção. Ela consegue ouvir trechos da conversa, aprendendo que esses rebeldes pretendem tomar o trono com a ajuda de mercenários.

Decidida a cumprir sua missão, Jade sabe que precisa retornar ao castelo e alertar Kael, mas é descoberta por um dos guardas dos rebeldes. Sem outra opção, ela usa seu poder para invocar uma parede de fogo, assustando os inimigos e criando uma distração para fugir.

Os rebeldes, assustados e desorientados, recuam, temendo que ela seja uma feiticeira perigosa enviada pelo reino. Aproveitando o caos, Jade escapa, mas a experiência a deixa esgotada, consciente do poder destrutivo que carrega e da responsabilidade de usá-lo sabiamente.

De volta ao castelo, Jade reporta suas descobertas a Kael, explicando os detalhes do plano rebelde e como ela conseguiu escapar. Kael a observa, impressionado com sua coragem e determinação. Ele reconhece que Jade é mais do que uma simples camponesa e começa a ver nela a potencial portadora da Rosa de Fogo, aquela que pode libertá-lo de sua maldição.

— Você fez bem, Jade. Provou sua lealdade e sua força — Kael admite, com um brilho de aprovação em seus olhos. — Zyren precisa de alguém como você.

Jade sente o impacto das palavras do príncipe, e a conexão entre eles parece se aprofundar. Mas Kael logo reprime qualquer emoção que surge, temendo a dor da maldição.

Porém, Jade, que já começa a perceber o sofrimento por trás da fachada fria de Kael, promete a si mesma que descobrirá o que realmente o atormenta. Ela sente que o destino deles está entrelaçado e que, de alguma forma, sua missão com a Rosa de Fogo será também a chave para libertá-lo.

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